sexta-feira, 31 de julho de 2015

[leituras] A Viagem

Título: A Viagem
Autor: Edmond Baudoin
Páginas: 232
Ano: 1996


Acho que foi o último livro da colecção da Levoir que li, agora que penso nisso! Enfim, mais um à aventura e mais um com sentimentos ambíguos.

Por um lado gostei da história. A ideia de uma viagem de reencontro, uma viagem para encontrar coisas novas ao mesmo tempo que o sujeito se encontra a si mesmo. Isto é feito de uma maneira extremamente esperta, recorrendo a uma anomalia curiosa: uma cabeça aberta. Isto quer simplesmente dizer que tudo lhe entra na cabeça, que o que rodeia a pessoa é aquilo que tem na cabeça, é ele próprio. Um toque engraçado que dá uma piada diferente ao que é contado.

Ao mesmo tempo pensando na viagem que nos é mostrada já não sou tão fã assim. O conceito é muito bom e concordo a 100%, a execução do tipo já são outros quinhentos. Quanto às ilustrações que noutros ambientes encaixariam muito bem, aqui não lhes achei muita piada: umas ilustrações mais cruas, mais simples, mais brutas por vezes. Já tenho visto livros em que este tipo de ilustração assenta no argumento, aqui achei que não se justificava, achei que fazia sentido uma ilustração mais detalhada e menos grosseira. Não é que fique mal, só acho que não fica tão adequado: a história por si só tem tanta coisa que gostaria de a ver noutro registo.

Agora, o livro é bom, é bastante interessante, está muito bem escrito e muito bem pensado. Sem dúvida que é uma situação nova e que dá muito que pensar. 

Tem uma bela concretização e é uma leitura simples e leve que se faz num instante e vale muito a pena. 

quarta-feira, 29 de julho de 2015

[leituras] A Arte de Voar

Título: A Arte de Voar
Argumento: Altarriba
Desenho: Kim
Páginas: 208
Ano: 2009

Na sequência de O Diário do Meu Pai mais um livro desta colecção de Levoir que nos conta a vida de um pai pelas palavras de um filho. Mas desta vez a coisa é completamente diferente.

O livro retrata a vida de um homem que nos é apresentado desde início como alguém que no seu estado de velhice decidiu acabar com a vida atirando-se de uma janela do lar onde se encontrava. Acabamos por ir ao encontro de todas as peripécias que culminaram naquele momento. Ver o lado de dentro da vida de alguém, semi de dentro, semi de fora, acaba por ser uma versão diferente do que costuma ser feito.

Porque os semis? Porque todo o livro é contado na primeiro pessoa mas pelo filho, que se assume agora na personalidade do pai. Eu aqui torço o nariz: isto é uma maneira engraçada de por a coisa mas não me agrada muito. Percebo o que quer fazer mas a mim, pessoalmente, não me fascina. Não vamos por ninguém no lugar de ninguém, acho que ficava melhor. Mas enfim.

A história do Sr. Altarriba é muito rica, com muitas aventuras e desventuras, muitas voltas numa vida das mais variadas e mexidas que já ouvi falar. Acompanhamos a evolução do homem, o crescimento como pessoa, as dúvidas inerentes a situações complicadas, enfim, acompanhamos realmente uma vida, em todas as suas valências. 

As ilustrações são muito, muito bonitas, com um detalhe muito curioso e pormenorizado e desenhos que realmente dão gosto de ver passar página após página. 

É um bom livro, interessante e com uma perspectiva da vida diferente daquela que costuma existir nos livros. Eu gostei, não fiquei absolutamente fascinada mas foi uma boa leitura.


segunda-feira, 27 de julho de 2015

[leituras] Fatale (#2) - O negócio do diabo

Título: Fatale (#2) - O negócio do diabo
Argumento: Ed Brubaker
Desenhos: Sean Phillips
Páginas: 128
Ano: 2013

Ora bem, depois de ler uma primeira parte e ter ficado de orelha em pé, chego aqui e fiquei desiludida!

Continua-se a precisar de mais informações, mais sumo para o que anda a acontecer, da mesma maneira que no primeiro. E a historia em si decaiu, não deu a mesma pica que o primeiro e como ainda não explica nada acabou por não pegar tão bem. Dar pormenores misteriosos é porreiro e sou a favor, mas já tivemos um livro assim, ter um segundo na mesma onda sem fechar nenhum ciclo nem juntar nenhumas pontinhas não acrescenta muito e não motiva tanto

A personagem principal mantém-se misteriosa, e ligeiramente creepy, mas falta o porquê, falta historia, contexto. Está a construir muita coisa, sobre aquilo que vi até agora de certeza que muita bodega se passará mas assim, a seco, sem mais nada... Preciso de mais. 

Eu acredito piamente que isto no geral vai ser muito bom mas a divisão em vários livros pode ser manhosa e aqui não acho que esteja a ser bem feita ou a fazer jus à história que querem contar.

Vou querer mais mas preciso de historia a acontecer, a dar corpo a isto. Até agora são eventos que nos são mostrados e que hão-de fazer sentido depois, sem muito mais do que isso. Não é que os momento que li fossem aborrecidos ou mal contados, antes pelo contrário, tudo bastante interessante MAS! falta qualquer coisa, falta ter ali motivos e mais do que uma mulher que enfeitiça meio mundo para ter o que quer/precisa. As minhas expectativas mantém-se altas, continuo entusiasmada e com vontade de mais mas se ilustrações e premissa já me conquistaram agora preciso de contexto e explicações!

domingo, 26 de julho de 2015

Internet Attack (XXIII)

Há ideias muito peregrinas e esta é uma dessas, sem tirar nem por. Senão vejamos:


E pronto, basicamente mete-se um boneco a fumar para ver a quantidade de porcaria que se acumula num jarro com uma simulação de feto. É só a mim que isto me soa absolutamente ridículo? Eu percebo a ideia mas por favor, tenhamos alguma compaixão pelo cérebro humano.

É assim tão difícil de perceber que fumar faz mal? É assim tão mais difícil de perceber que fará pior a um ser em desenvolvimento? Ok, passa a mensagem de maneira "mais directa" mas vá lá! Isto é parvo e dá para alimentar pesadelos.

John Holcroft tem uma maneira curiosa de mandar a devida cacetada:






A última é-me especialmente dedicada já que andar em modo sardinha em lata é algo a que infelizmente estou habituada! Mas achei piada à crítica social aqui em forma visual directa, para algumas pessoas se aperceberem a sério - ou não.

Não é novidade que estas coisas apareçam, umas melhores e outras piores, mas o certo é que cada vez há mais motivos para se gozar com a sociedade, porque não aproveitá-los? Pode ser que sirva para alguma coisa. 

E quantas vezes é que olhamos para um sítio e vimos outra coisa completamente diferente? Ou olhámos as nuvens em busca de formas conhecidas? Ou simplesmente vimos que algo tinha exactamente a mesma forma de uma outra coisa que nada tem a ver com a primeira?

O que alguém se lembrou de fazer foi agarrar em fotos do que nos rodeia, os prédios, o céu, as poças, as coisas mais simples que nem reparamos e reformulá-las.


Esta é especialmente deliciosa!
Sem dúvida que são trabalhos muito engraçados e que nos mostram um mundo ligeiramente mais esquizofrénico do que é normal mas, vá-se lá saber porquê, eu gosto! :)



sexta-feira, 24 de julho de 2015

[leituras] Matiné

Título: Matiné
Argumento: Magno Costa
Desenho: Magno Costa, Marcelo Costa, Márcio Moreno, Magenta King, Dalts
Páginas: 80
Ano: 2013


Eu acho que algures já tinha pegado neste livro. Não acho difícil: edição da Polvo, uma boa capa, um aspecto estranho, de certeza que já tinha pegado nele mesmo que não me tenha entusiasmado ou tido tempo para investigar!

Agora pegando nisto: três histórias, com umas temáticas muito curiosas e postas de uma forma muito interessante. Esta capa é fascinante, para começar. É forte e é bruta e dá-nos uma ideia logo à partida de um livro com acção, a sério. 

O Estranho Sem Nome é sem margem de dúvida o melhor conto dos três. É brutal, com um bando de pessoal a acabar morto, é interessante, é misterioso e tem o melhor fim possível para a história apresentada. Um fim perfeito, como há poucos! 

O Velho já é um pouco diferente. É igualmente intenso, tem uma parte mais emotiva associada, o ver dos laços que ligam as pessoas a levar a todas as atitudes que sejam necessárias. Há um objectivo a cumprir e se era fácil cair no facilitismo e previsibilidade ainda bem que o não fizeram. Foi também uma óptima leitura que apenas reforçou a boa imagem do livro que o primeiro conto tinha criado.

A Mariposa foi o que menos gostei. É engraçado mas não consegue manter-se à tona quando no contexto dos outros dois. Dá-nos detalhes muito directos de relações entre os contos que aqui nem acho que façam sentido. Ou teriam de ser explorados doutra maneira ou mais valia ter ficado sem esse ponto. Enfim, é uma história mais estranha e com muito menos força que as restantes, que acaba por não pegar muito. Para fim de livro foi uma pena.

Ainda antes de ler o livro chamaram-me a atenção para um pormenor especialmente interessante: em todas as histórias foi arranjada uma maneira de inserir uma "arte convidada". Flashback, ou pensamento mas há claramente uma diferença a meio das histórias que vêm doutra mão. Ficou uma "brincadeira" que encaixa muito bem nas histórias e que só mostra o bom trabalho de todos os envolvidos neste Matiné.







quarta-feira, 22 de julho de 2015

[leituras] O Diário do meu Pai

Título: O Diário do meu Pai
Autor: Jiro Taniguchi
Páginas: 280
Ano: 1994

Um autor japonês, de BD, com uma capa e um título que me agradaram, enfim, foram vários prós logo de chapa para este livro. Mas desta colecção, embora tenha livros interessantes, poucos são os que realmente me deixaram interessada e plenamente satisfeita.

A premissa foi essa e lá peguei no livro. 

A ideia é simples: um filho que se afastou de casa, com uma grande mágoa associada a sua família, em especial ao pai e depara-se com a notícia de que esse mesmo pai morreu.Voltar a sua terra natal, reencontrar caras conhecidas, incluindo a irmã, e acima de tudo lembrar um homem, o pai desta personagem principal, homem esse cuja vida foi mais do que Yochan quis ver, ou deu oportunidade para.

O descobrir das bases da vida de alguém no momento em que o foco principal deixa de existir é um misto de alivio e frustração. A vida afinal não foi a que sempre conheceu, as verdades que julgava absolutas são afinal fruto de desentendimentos e desconhecimento. Há mais coisas para além daquelas que que as aparências contam, principalmente quando a postura quanto a elas é a fuga.

O desenrolar da vida de uma família, com flashbacks bem posicionados a mostrar como as coisas realmente foram, a jogar com memorias e reconstituições fica uma aventura interessante de acompanhar.

Até eu fiquei surpreendida com o quanto gostei do livro. Uma coisa tão simples mas tão bem contada, posta numa situação em que faz todo o sentido e não soa a vão, ou a feito. É um relato de uma vida, só isso. E isso é muito.

Cativou-me, prendeu-me à história, muito mais do que a coisa de não querer largar o livro, era mesmo estar interessada "mais a fundo" na própria história. Não estava a contar mas foi realmente uma leitura que ainda que leve e que se fez muito bem, deixa a mensagem que lá anda a retinir nos nossos ouvidos e isso, bem feito, não é fácil de encontrar. Ver que em parte o livro retrata parte da vida do autor não me fez grande confusão, escrevendo sobre algo que lhe é próximo é sempre mais fácil de passar a mensagem "certa" e de forma mais direccionada à emoção - sem ser lamechas, atenção. Foi realmente bom ler uma coisa destas. 

As ilustrações são muito interessantes e também elas simples, só mantendo o nível que o argumento cria. Mais a mais, a edição é bem porreira, o formato do livro é o ideal e acaba por só ajudar a que a coisa se leia ainda melhor. 

St. Jiro, será lido, provavelmente não com muita distância do tempo presente. 

segunda-feira, 20 de julho de 2015

[leituras] Bando de Dois

Título: Bando de Dois
Autor: Danilo Beyruth
Páginas: 96
Ano: 2010

Este livro tem uma capa maravilhosa. Olhando assim de chapa fiquei logo de orelha em pé e à espera de ver o que poderia ser.

Eu sei que olhando para a capa original eu conhecia isto de vista mas nunca lhe tinha pegado. 

Uma cabeça ensanguentada dentro de uma caixinha bem feita de madeira deixa a dúvida do que raio se passará ali mas para alguém como eu que gosta "destas coisas" cria assim uma curiosidade acima da média.

Agora, tive um problema que já não tinha há uns tempos: BD em brasileiro! É tudo português e tal mas não! Atrofia-me realmente ler em brasileiro, no início então é horrível! Depois entra-se no estilo e faz-se mas não é coisa que ache piada.

A história em si não é nada de especial mas torna-se engraçada. Um bando de cangaceiros (uns revolucionários um tanto ou quanto bandidais!) que são apanhados e mortos, as suas cabeças guardadas "condignamente" em caixinhas e é assim que só sobram dois, Tinhoso e Cavêra. A demanda segue para rever as cabeças dos seus companheiros e as peripécias que se seguem são engenhosas mas nem sempre dão bom resultado.

As ilustrações são muito boas, preto e branco, com os desenhos a serem bem detalhados e muito interessantes de ver.

É um livro pequenito que se lê bem e com uma história curiosa, no mínimo. 


domingo, 19 de julho de 2015

Internet Attack (XXII)

Parece que isto existe há uns tempos e eu não sei de nada. Ando a fazer mal o meu trabalho de casa:



Eu até gosto de jogar umas coisas mas uma das vantagens de extravasar as frustrações no mundo dos jogos é que não são reais e não nos magoamos!!! (Tirando orgulho ferido, isso acontece às vezes)

Tiram-nos sangue!!! Porque o jogo nos está a correr mal! Se calhar eu acho isso parvo porque sou péssima a jogar. OU! porque se calhar o tempo em que andávamos por aí a perder sangue a brincar foi há uma data de anos.

Enfim!




Essa bela escultura é feita de ossos. Porque sim. Mas lá que tem obras bonitas tem! A única parte mais... estranha, digamos, é que o autor se recusa a dizer de onde vieram o ossos!

Pois!

Para acabar, algo mais interessante e útil para a ciência:


Isso é um modelo de simulação anal. Yap, isso mesmo.

Para ajudar os alunos a terem uma experiência mais realista antes de terem contacto directo com os pacientes. Eu acho uma boa ideia! Lembrem-se é que isto é para estudar, só!

Vi isto e acho que é nestas coisas pequeninas que às vezes de vêem as coisas mais engraçadas.



Isso são as jogadas mais comuns no jogo de xadrez. Sou só eu que acho o resultado lindíssimo? Simples, interessante e com uma imagem final que fica curiosa e bonita. Coisas simples. Muito simples.



sexta-feira, 17 de julho de 2015

[leituras] Insólito

Título: Insólito
Autor: Loustal
Páginas: 52
Ano: 2000

Daquelas coisas estranhas que se apanham baratas na feira do livro, basicamente é isto! Tinha um ar estranho, estava num sítio com várias bd's que me andavam a fazer comichões e na minha última visita à feira do livro lá comprei este livrinho (que até foi a primeira vez que o vi).

O título adequa-se perfeitamente ao conteúdo, é um conjunto de 46 histórias, cada uma em sua página, de acontecimentos no mínimo bizarros. 

Coisas estranhas, sim, mas muito cómicas, com piadas se calhar um bocadinho mais puxadinhas do que muita gente gosta - ou percebe - e que atingem um bocadinho de tudo, seja políticas, costumes ou parvoíces várias.

É um livro que se lê num instante e que se torna divertido se o lermos com cabeça. As piadas são estranhas mas para quem gosta é categoria! Simples e incisivo, gostei imenso do resultado. 

quarta-feira, 15 de julho de 2015

[leituras] Cidade de Vidro

Título: Cidade de Vidro
Argumento: Paul Auster
Adaptação: Paul Karasik, David Mazzuccheli
Páginas: 144
Ano: 2005

Não me lembro de ter visto este livro em lado nenhum e confesso que nem a versão original conhecia sequer de nome. Reconhecida a minha ignorância avancemos.

Estava completamente às escuras para o que encontraria neste livro e foi uma óptima surpresa num período em que já andava a ressacar com falta de BD.

Esta BD é diferente, é interessante, é mais séria, talvez, e é muito muito boa. Como adaptação não posso fazer julgamentos mas a ideia que tenho é que até nisso deve estar bem conseguida. Uma troca de identidade, uma psicose, uma loucura, um momento de fraqueza,... As trocas de personalidades num só homem a início confundiram-me mas rapidamente se desfazem as questões e tudo começa a fazer um estranho sentido.

O livro é muito bom, joga maravilhosamente com a mente humana, com aquelas pequenas situações/trocas/pormenores que acontecem e quase que abrem uma nova timeline. É um livro que anda sempre num limiar de loucura, com as coisas muito bem postas que resultam numa leitura curiosa, diferente e bastante agradável. Foi uma bela duma surpresa e agora terei de pegar no original, fiquei muito curiosa!

segunda-feira, 13 de julho de 2015

[leituras] Jungle's Books

Título: The Jungle Books
Autor: Rudyard Kipling
Páginas: 336
Ano: 1895

Eu nunca pensei demorar tanto com este livro. Não e muito grande, mesmo com as letras pequenitas, nem e muito denso mas custou imenso. Seja porque o tempo anda especialmente escasso, seja porque a escrita não e a mais fluída, não sei. Sei que isto demorou, mas foi!

Acho que a parte do Mowgly toda a gente conhece, a criança que o tigre leva para a selva e acaba a ser criada pelos vários animais, lobos, urso, cobra, pantera, o que andasse por la! Vida de humana no meio dos animais da selva não e propriamente fácil mas o raio do miúdo tem fibra e nenhum animal lhe consegue fazer frente, influindo homens.

O livro é muito curioso, talvez para mim se tenha arrastado demais. Tem muitas situações e muitos detalhes. É uma obra que nos mostra os vários problemas dentro da floresta, como é que as coisa funcionam, como é a relação dos animais uns com os outros e com as regras ou situações. É criada, e bem criada, uma sociedade muito curiosa dentro daquele conjunto de páginas. E talvez todos os capítulos nos mostrem coisas novas, e nos dêm prespectivas diferentes sobre situações, animais ou outra coisa qualquer, mas ainda assim achei que provavelmente conseguiriam fazer o mesmo de outra maneira e com menos histórias separadas.

Talvez para mim o livro tenha valido muito a pena por isso! A história é boa e interessante, a maneira como os animais são retratados é igualmente bem descrita e concretizada e no geral faz uma leitura bastante curiosa. A mim custou-me um pouco, pela extensão de alguns capítulos e a presença de outros que achei muito "a encher", mas sem dúvida que é um óptimo livro!

domingo, 12 de julho de 2015

Internet Attack (XXI)

Há noticias que aparecem em todo o lado. Aqueles booms que a internet tem de nos enfiar à rente dos olhos de 5 em 5 segundos caso contrário estará a fazer mal a sua função.

Desta vez não foi um vídeo de gatinhos, um vestido que muda de cor ou uma celebridade a morrer. Foi algo mais peculiar:




De certeza que toda a gente ouviu falar disto, eu não conseguia ver nada sem que pelo menos uma referência a este item estivesse algures perdida.

Basicamente é um dildo com uma característica essencial: tem um recipiente para guardar as cinzas de alguém falecido. Eu nem sei bem que diga em relação a isto. Por um lado acho absolutamente ridículo por outro consigo ver imensa gente a comprar isto. Para o propósito base!

Mas verdade seja dita: a caixinha é bonita!

Mas mais giro ainda: aqui há uns tempos apresentaram-me o Airbnb e eu achei aquilo um sonho. Alugar assim um quartinho de forma barata, escolher em todo o mundo. Gostei da ideia. Claro que é arriscado para ambas as partes: nem quem aluga sabe a casa onde se mete, nem os donos sabem quem é que lhes vai aparecer. E foi neste segundo grupo que um casal canadiano teve a surpresa da sua vida:


Isso foi o resultado de uma "festa" na casa desses senhores que a deixaram maravilhosa e impecável como se pode ver no vídeo.

Eu nem quero imaginar que isto me poderia acontecer a mim! Nota pessoal: nunca meter algo no Airbnb, só pelo sim e pelo não.

E a melhor descoberta dos últimos tempos.


O que acham da foto? Esse é Glenn Danzig, fez parte dos Misfits e tal. Não é especialmente giro, como é óbvio, e sinceramente não oa cho especialmente interessante. MAS!!!

Pasmem-se: existe uma página de facebook chamada: The Same Photo of Glenn Danzig Every Day. Do I need to explain the purpose?

Há várias páginas parecidas, algumas até portuguesas, mas epah: porquê? A sério, qual é mesmo o sentido disto? Se alguém descobrir que me diga, por favor!




sexta-feira, 10 de julho de 2015

[leituras] O Último Unicórnio


Título: O Último Unicórnio

Autor: Peter Beagle
Páginas: 208
Ano: 1968

Eu sou fã de unicórnios. São bichos potencialmente mortíferos e engraçados. 

Não conhecia este livro, e provavelmente já devia ter ouvido falar, mas não me lembro, mas já que existe a feira do livro - abençoada!!! - o Sr. meu namorado viu este por lá e disse-me que era bom. Como ele até nem falha muito e o livro não estava caro (e tinha unicórnios) lá me convenci a trazê-lo!

Infelizmente, que saiba, não há por aí unicórnios. É uma pena, e embora a Coreia do Norte diga que há provas de que os unicórnios existiram - not even joking - acho que já não andam entre nós e depois temos informações contraditórias quanto a estes seres. Seriam fofinhos, meigos e adoráveis, ou seriam criaturas mortíferas que encornavam tudo quanto mexesse?

Aqui os unicórnios são descritos com uma característica que por algum motivo me soou realmente bem: os unicórnios são criaturas bravias. Fez-me um estranho sentido.

Mas enfim, por grande choque que tenha apanhado - mesmo com o título do livro - a história roda em torno de um unicórnio, o último unicórnio que existe. Quando se apercebe da sua unicidade decide sair da sua floresta, calma e pacata, para confirmar se não há mesmo mais nenhum e o que se passa para este desaparecimento generalizado. 

Quem faz toda a diferença nesta aventura é uma pobre borboleta, ligeiramente esquizofrénica, que no meio das suas palavras baralhadas dá pistas sobre qual o caminho a seguir para desvendar o mistério.

Entre mágicos, reis, harpias, touros e humanos passeia-se este unicórnio, numa posição altiva, claramente pertencente a outro estatuto que não o dos restantes e com uma clara dualidade entre seguir em frente, para o desconhecido, ou voltar costas e rever a sua floresta, calma e longe de perigos. 

A posição de um unicórnio, agora esquecido pelos seres que o rodeiam em conjunto com a sua condição de único dá uma história muito curiosa, cheia de magia - literalmente - e uma luta incessante pela verdade e por um mundo com unicórnios. 

Conseguiu dar um fim bom a um enredo que a certa altura me fez pensar duas vezes sobre a proximidade em estragar aquilo tudo. Conseguiu resistir, e ainda bem, e ficou uma obra muito interessante!

Com esta história toda eu confesso que não estava a pensar que estava a ler alguma coisa de outra pessoa que não fosse Ursula Le Guin. Fez-me lembrar aquela escrita, aquela maneira de contar histórias, de transmitir uma mensagem com aquela dose certa de magia e de beleza associada. Pelo que apanhei por investigar este livro, Beagle não tem o crédito merecido cá em Portugal, e verdade seja dita embora o nome não me soe a estranho não me lembro de ouvir falar deste senhor, mas fiquei curiosa para saber mais qualquer coisa.

Pareceu-me que houve alguns erros de tradução que por vezes me faziam tropeçar na leitura mas mesmo assim foi uma leitura que se fez sem qualquer dificuldade.

É um livro pequenito, bonito bem escrito e com uma história interessante. Lê-se sem dificuldade nenhuma, desliza maravilhosamente. Agora nas férias, numa tarde bem passada é um livro que se lê muito bem. E vale a pena!

quarta-feira, 8 de julho de 2015

[leituras] Orquídea Negra

Título: Orquídea Negra
Argumento: Neil Gaiman
Desenho: Dave McKean
Páginas: 144
Ano: 1990

Li este livro pela segunda vez e a única lembrança que tinha bem assente era a de que este livro era mediano. Infelizmente lendo uma segunda vez a opinião mantém-se mas mesmo assim com menos fé.

O livro é curioso, está dentro da história do Swamp Thing, do Floronic Man e da Poison Ivy mas é um bocado, nem sei bem como dizer, mas talvez abstracto? Perdido? Disperso? Tem menos história, é um livro bonito (Sr McKean não deixa essas coisas em mãos alheias, embora se me estou a lembrar bem, este é o livro mais fraquinho que já lhe vi) mas não chega. Soa a pouco, soa a vão...

Se calhar já sou eu que tenho um problema próprio com o livro mas não me consegue cativar. Sinto falta de mais movimento. As mulheres árvore são uma ideia muito boa, muito interessante, as cores e jogos com as cores, texturas e forma da natureza estão muito bem apanhadas mas a mim soa-me a pouco. 

Isto parece demasiado caído do céu, talvez. Tem umas ligações com outras coisas que me levantaram logo a orelha, tem uma história bizarra e diferente que nos deixa expectantes a ver o que vem dali mas depois o retorno que nos dá não me parece muito. 

Gosto imenso de Gaiman, gosto imenso de McKean mas neste caso não lhes consigo dar as minhas 5 estrelas, sinto que está mais mediano do que bom! Acho que tenho de reler a história de quando se troca um Pai por dois peixinhos para me aproximar novamente do Gaiman e do McKean, que esse sim é um livro que adorei ler!


segunda-feira, 6 de julho de 2015

[leituras] Mort Cinder

Título: Mort Cinder
Argumento: Héctor Germán Oesterheld
Desenho: Alberto Breccia
Páginas: 234
Ano: 2015

Mais uma vez tenho um problema com a repetição e arrastamento de alguns livros. Falei ainda há pouco tempo do que me aconteceu com o Sharaz-De e aqui voltou ao mesmo. Não é tão aborrecido mas a ideia é a mesma. 

Nesta história temos um homem, Mort Cinder, que é imortal, que viveu em várias épocas, participou em diversos marcos históricos e voltamos um pouco a outros ambientes e outras eras pelas memórias dele.

Para mim livros destes não funcionam muito bem. As histórias que são contadas pelo meio do livro são interessantes, bem escritas e até valem a pena mas juntarem-nas neste formato durante 200 e tal páginas não está a funcionar para mim.

Gosto do ar enigmático que rodeia todo o livro, do pouco que sabemos sobre as personagens e os eventos que vamos vendo. É engraçado andarmos meio às apalpadelas a tentar perceber uma coisa mesmo sem nunca ver o que está a volta.

As ilustrações são engraçadas mas também não me conquistaram muito. A preto e branco, num registo que acompanha bem o argumento e que dá um ar ainda mais obscuro a tudo o que estamos a ler mas ainda assim nada que me chamasse uma atenção especial.

Enfim, gostava mais disto noutro formato, ou com uma dinâmica diferente que entusiasmasse mais. Assim acaba por não me chamar como poderia, até porque eu gosto da premissa do livro e das histórias que contém. Não resultam é neste formato, ou desta maneira. De qualquer das formas é um bom livro, que vale a pena e com uma ideia de base muito interessante.

domingo, 5 de julho de 2015

Internet Attack (XX)

De dez em dez posso ir mostrando coisas giras do youtube, não posso?

Claro que sim, isto é meu!

No Internet Attack X foram vídeos fofinhos, agora pode ser uma coisa ligeiramente diferente!


Este é o vídeo que me aparece como mais vezes visto no meu computador no youtube! E eu confesso: EU ADORO ISTO! Já sei a letra de cor e tal mas acho que é bastante legítimo! É tão bom! Mostra os problemas de um ser adorável como um tubarão que quer comer de tudo! Ah...

"I wanna eat what the people eat!" -> Poesia!

Mas estes tipos têm vídeos muito bons por isso:


Esse vídeo é o meu segundo preferido! E spoiler alert: se realmente querem preservar algum tipo de decências nas coisas infantis que se conhecem não o vejam! Eu já sabia quase todas mas enfim, num vídeo de ar fofinho tem outro impacto!

Ainda por cima o raio da música fica na cabeça!

"Is your childhood ruined now?" :)

E para acabar assim de forma levezinha:






sexta-feira, 3 de julho de 2015

[leituras] Serial Killers - Horrifying True-Life Cases of Pure Evil


Título: Serial Killers - Horrifying True-Life Cases of Pure Evil

Autor: Charlotte Greig
Páginas: 380
Ano: 2012

Mais um, sim, sou estranha e gosto disto.

É dos temas mais curiosos que consigo arranjar: a deformação psicológica que esta gente tem é absolutamente fantástica. O que consegue passar na cabeça desta gente para fazer a outras pessoas, e a maneira como encaram o que fazem/fizeram, é absolutamente horrível e interessante, na mesma medida. 

Este livro fala de imensos casos de serial killers, imensos!, acho que nunca tinha visto tantos reunidos - se bem que tenho um livro ali por ler que me cheira que ainda tem mais - e isto assim de chapa é muita matança para um livro só.

Tive de fazer uma pausa lá pelo meio, ler umas coisas diferentes porque já não estava a distinguir nada de ninguém, já só via gente esventrada por todo o lado e já não estava a assimilar nada. 

Isto, por muito horrível que seja, nota-se claramente um padrão nalgumas características desta gente toda. Claro que há excepções mas cerca de 90% dos casos que se apanham de serial killers são pessoas que viveram numa família desésuturada, e/ou foram abusados em crianças, e/ou abandonados, e/ou espancados e trocados e tudo o que se possa imaginar. 

Não são todos, claro que não. Há alguns que toda a vida foram pacatos e pessoas adoráveis para com quem com eles convivia e de um momento para o outro descobrem que anda a matar e violar crianças. 

São casos muito complicados e cabeças claramente muito perturbadas. Há alguns nos quais se reconhece maldade pura, noutros vingança, noutros uma simples loucura. Nenhum pode ser desculpado até pelo alcance que conseguem ter e pelas atrocidades que cometem, mas lá que mereciam um estudo a fundo, isso sim.

Com tanta gente assustadora e com situações tão mórbidas aquela que me faz mais confusão e que me arrepia a espinha de cada vez que vejo ou leio algo dela é Aileen Wournos. Nem foi das piores, de longe, mas basta olhar para ela ou vou um vídeo dela que se vê o potencial de pesadelos que aquela mulher tem. Enfim!

Não são livros nada fáceis para estômagos sensíveis. Eu gosto mas não sou grande exemplo. Posso é dizer que lendo estes livros olhamos mais para cima do ombro, lá isso é garantido!

quarta-feira, 1 de julho de 2015

[leituras] The Hitchhiker's Guide to the Galaxy (#1)

Título: The Hitchhiker's Guide to the Galaxy (#1)
Autor: Douglas Adams
Páginas: 216
Ano: 1979

Epah, aos anos que andava para ler isto! Imensos mesmo! A minha lista a cumprir o seu dever e a obrigar-me a ler coisas que eu queria ler mesmo sem saber bem porquê - às vezes!

Agora sim, agora posso gritar a plenos pulmões que finalmente sei, sem qualquer margem para dúvida, que sei qual é a resposta para tudo no Universo! 

Demorei alguns anos - não tantos quantos os necessários para a obter - mas agora já tenho conhecimento completo desta história. Toda a gente me falava disto, já o reconhecia como axiomático e no entanto ainda não tinha lido nada. Enfim, erro corrigido! 

O livro no geral é mais engraçado do que realmente bom ou interessante, tem uma perspectiva engraçada sobre a evolução do homem contra a evolução da máquina mas não é nada revolucionário. Agora a história do 42... Se eu não soubesse disto antes eu acho que me tinha desmanchado a rir quando li aquilo.

Agora sim, eu sei que ainda não está completo, ainda só li um livro e o Sr. Douglas não se ficou por aqui. Mas o passo está dado! Os próximos seguem-se com facilidade!