quarta-feira, 22 de julho de 2015

[leituras] O Diário do meu Pai

Título: O Diário do meu Pai
Autor: Jiro Taniguchi
Páginas: 280
Ano: 1994

Um autor japonês, de BD, com uma capa e um título que me agradaram, enfim, foram vários prós logo de chapa para este livro. Mas desta colecção, embora tenha livros interessantes, poucos são os que realmente me deixaram interessada e plenamente satisfeita.

A premissa foi essa e lá peguei no livro. 

A ideia é simples: um filho que se afastou de casa, com uma grande mágoa associada a sua família, em especial ao pai e depara-se com a notícia de que esse mesmo pai morreu.Voltar a sua terra natal, reencontrar caras conhecidas, incluindo a irmã, e acima de tudo lembrar um homem, o pai desta personagem principal, homem esse cuja vida foi mais do que Yochan quis ver, ou deu oportunidade para.

O descobrir das bases da vida de alguém no momento em que o foco principal deixa de existir é um misto de alivio e frustração. A vida afinal não foi a que sempre conheceu, as verdades que julgava absolutas são afinal fruto de desentendimentos e desconhecimento. Há mais coisas para além daquelas que que as aparências contam, principalmente quando a postura quanto a elas é a fuga.

O desenrolar da vida de uma família, com flashbacks bem posicionados a mostrar como as coisas realmente foram, a jogar com memorias e reconstituições fica uma aventura interessante de acompanhar.

Até eu fiquei surpreendida com o quanto gostei do livro. Uma coisa tão simples mas tão bem contada, posta numa situação em que faz todo o sentido e não soa a vão, ou a feito. É um relato de uma vida, só isso. E isso é muito.

Cativou-me, prendeu-me à história, muito mais do que a coisa de não querer largar o livro, era mesmo estar interessada "mais a fundo" na própria história. Não estava a contar mas foi realmente uma leitura que ainda que leve e que se fez muito bem, deixa a mensagem que lá anda a retinir nos nossos ouvidos e isso, bem feito, não é fácil de encontrar. Ver que em parte o livro retrata parte da vida do autor não me fez grande confusão, escrevendo sobre algo que lhe é próximo é sempre mais fácil de passar a mensagem "certa" e de forma mais direccionada à emoção - sem ser lamechas, atenção. Foi realmente bom ler uma coisa destas. 

As ilustrações são muito interessantes e também elas simples, só mantendo o nível que o argumento cria. Mais a mais, a edição é bem porreira, o formato do livro é o ideal e acaba por só ajudar a que a coisa se leia ainda melhor. 

St. Jiro, será lido, provavelmente não com muita distância do tempo presente. 

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Da colecção toda foi o que gostei mais, de longe. Mesmo sendo muito diferentes e havendo outros muitos bons, este no geral foi o que mais me surpreendeu e me cativou! Acho que também hás-de gostar!

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