segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Que é feito do meu Natal?



Título: Que é feito do meu Natal?
Autor: Rui Lacas


Curiosamente depois de ver o The LisbonStudio comecei a dar mais alguma atenção a dados nomes que por lá apareciam. Ao mesmo tempo que isso acontece começo a deparar-me com o nome de Rui Lacas a cruzar-se várias vezes nas minhas buscas literárias.

Para começar, e ao mesmo tempo que peguei no livro já referido, agarrei também este. Porque sim. Tem uma capa interessante e o título não me dizia absolutamente nada do que esperar dali. Para mim isso costuma ser um bom começo.

Aqui temos um homem, vive sozinho, já com uma idade um tanto avançada, sem grandes dinheiros, e que percorre as ruas que, para quem conhece Lisboa, são tão conhecidas. Entre ir ao C.C. Vasco da Gama e tentar comprar um hamburguer sem dinheiro (só quinhentos escudos), gastar o pouco que tem nuns ovos partidos num choque de supermercado, ir a Braço de Prata passar o Natal com a mãe e acabar por ir ao cemitério ver o pai, não temos muito mais para contar.

Foi engraçado ver que tudo aquilo que estava a ler se passava naqueles sítios onde passo com alguma frequência. Sejam o metro, o comboio, as estações, os centros comerciais. Eu conheço aquilo e isso acaba por funcionar de duas formas: se por um lado dá um ar de realidade a um nível pouco comum, dá todo um ar de proximidade que acaba por tornar todo o ambiente um pouco estranho. Eu pelo menos notei isso.

As imagens a preto e branco e com o nível de crueza que tem dão muita força ao livro, que de história não chama propriamente, mas que no fim, com tudo junto, se torna uma leitura agradável. Grande parte da expressividade vem mesmo dos desenhos que achei realmente muito bons e essenciais para a proximidade que se cria: os pormenores estão muito bons e muito bem apanhados. Eu reconheci uma boa parte daquilo que vi. Até a FNAC do Chiado lá anda! 

Deixo só aqui isto, como nota final - e retirado do livro:

"Grachas a Deuse. E à nocha chenhora. Que era boa todos os dias!"


domingo, 28 de setembro de 2014

Não me livro das pilhas...

Recentemente dei uma volta bastante jeitosa ao meu quarto. Toneladas e toneladas de tralha que uma acumuladora bem treinada - durante toda a sua vida - foi guardando e que, a muito custo, conseguiu deitar fora. 

Sim senhora, é verdade: o quarto parece que ganhou espaço. Há mais sítios desimpedidos, gosto de me mexer com mais à vontade, tudo me parece muito bem. Mas um dos grandes motivos que me fazia querer dar a volta ao quarto era a quantidade de pilhas que já tinha acumuladas por todo o lado. E não, não estou a exagerar: duas pilhas na mesinha de cabeceira, uma ao fundo da mesinha de cabeceira, três em frente ao armário, umas seis em cima da cadeira e mais umas 4/5 em cima da secretária. Eu às vezes no gozo dizia que devia ter uns 2 metros de livros, só empilhados. Quando me dignei a realmente a arrumá-los encontrava livros saídos de todo o lado e o que inicialmente me pareciam  2 metros deviam ser uns 5. Isto tudo sem contar que as prateleiras do meu quarto estavam cheias!

Mas as arrumações foram feitas, forrei a parede do corredor com os meus metros e metros de livros e depois comecei a pô-los nos sítios devidos. Muitos livros estavam completamente estragados e já não se fazia nada deles, outros não me interessavam propriamente e nenhum dessas categorias voltou a ocupar espaço precioso das minhas prateleiras. Com jeitinho meti os livros mais pequenos a fazer duas filas e com isso ainda ganhei um bom bocado de espaço.

AINDA ASSIM! os livros não estão todos nas prateleiras. Eu achei que sim mas não! Havia livros que não estavam nas minhas mãos e que agora voltaram. E agora, onde é que os ponho? Isto é pior do que tentar estacionar em Lisboa. Quando tentei por mais dois livros de uma colecção junto aos restantes tive de por dois livros empilhados. 

Depois uma pessoa acaba por tê-los divididos. Os que estão para ler nos próximos tempos, os que estão para arrumar assim que haja um cantinho, os de um dado autor, os de um dado estilo. Isto leva a quê? Montes de livros espalhados em pilhas diversas. 

Agora olhei à minha volta e a ficha caiu: voltei a ter o quarto cheio em pilhas! 

Por agora as pilhas que tenho são pequenas e com alguma facilidade - se calhar não tanta assim - conseguirei dissolvê-las mas cheira-me que não irá demorar muito até precisar de mais prateleiras.

Mas verdade seja dita, não sei se isto inconscientemente não foi arranjado por mim. Assim eles andam mais ao pé de mim, bem juntinhos, tenho de lhes mexer a todas as horas, tiro dum lado, ponho no outro, leio um bocadinho como quem não quer a coisa. Eu gostava imenso de os ter mesmo arrumadinhos mas tenho mais livros que espaço. E não tenciono parar de os arranjar. Estou bem arranjada!

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

The Babadook





Título: The Babadook
Realização: Jennifer Kent
Argumento: Jennifer Kent
Elenco: Essie Davis, Noah Wiseman, Daniel Henshall

Trailer



Na segunda ante-estreia que o MOTELx deste ano fez deste filme a sala estava cheia, como já o tinha estado na noite anterior. A crítica tem feito imensa publicidade a este filme e geralmente por bons motivos.

Eu, que de há dois anos para cá, sou assídua em pelo menos um filmezinho do MOTELx, fiquei curiosa com esta história cuja realizadora me aparecia com um filme "... onde é o medo, e não sustos fáceis ou twists, que domina.". 

Mais a mais este filme tinha de ser bom. Tinha de me fazer esquecer o mau que tinha sido o dia anterior e não podia ter uma edição deste festival sem uma boa memória! E abençoado Babadook!

A realizadora mais uma vez fez aquilo que o folheto me prometia, Não foi um filme em que não sabíamos que nos ia saltar um monstro para cima, não temos grandes planos em que de repente um som estridente acompanha uma aparição estranha. Nada disso!

Temos uma família perturbada: mãe e filho vivem sozinhos depois de o marido e pai, respectivamente, ter morrido no dia em que levava a mulher ao hospital para nascer o rebento. Apanhamos já o pequeno Samuel a fazer 7 anos e é um rapaz estupidamente inteligente mas com alguma tendência para arranjar confusões.

Num dia em que é ele a escolher o livro a ler antes de dormir desencanta um livro misterioso: "The Babadook". Se as rimas são engraçadas e parece um livro de crianças apenas ligeiramente assustador para ser infantil rapidamente mudamos de ideia com as mensagens de morte que tinha lá pelo meio, ao mesmo tempo de Samuel se mete em posição fetal a chorar enquanto a mãe lhe lê um livro mais "bonito" mas sem grande efeito.

Como é óbvio o bichinho do livro aparece, o rapaz começa a construir armas para matar o bicho - sim, é mesmo isso: constrói armas hardcore - para um puto de 7 anos - para matar um monstro que saiu de um livro. Portanto eu gostei desta criança!

É de salientar que o próprio Babadook aparece muito pouco, mas nos momentos certos. É-nos dado uma preview do que poderá acontecer no mítico livro mas o ambiente em que todo o filme está envolvido consegue fazer com que o bicho seja por si mesmo assustador mesmo nós sabendo exactamente o que vai fazer. Palmas para a realização que neste ponto está muito muito boa!

Uma coisa que gostei imenso foi a postura do monstro quando aparecia de pé e vinha a sair das sombras tinha a mesma figura, ou o mesmo estilo pelo menos, do meu querido Nosferatu! Houve uma cena específica do filme em que fui completamente transportada para 1922. E isso foi bom! Não foi uma cópia, não sei até se foi propositado, mas eu adorei! O reencontro com um dos filmes de terror mais antigos que ainda anda por aí soube bem e para mim enriqueceu a atmosfera negra do filme.

Sem dúvida que vale muito a pena ver este filme. Sem ter grandes clichés a conduzir a história, com um ambiente muito próprio que ultimamente não tem sido explorado em cinema e uma óptima performance dos próprios actores (palmas para Essie Davis e Noah Wiseman). Foi muito bom!






quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Pyongyang




Título: Pyongyang - Uma viagem à Coreia do Norte
Autor: Guy Delisle
Páginas: 176

Este livro assustou-me um bocadinho! O que eu pensava que seria uma bela passagem pela Coreia do Norte revelou-se mais estranha do que estava à espera. Não que estivesse a contar com uma coisa lindíssima e maravilhosa mas o extremismo que este livro mostra deixa-me seriamente perturbada.

Basicamente andamos a ver o que um supervisor de um estúdio de animação francês - o próprio autor - encontrou na sua estadia por esta maravilhosa terra, completamente parada no tempo.

Há culturas que têm pormenores que às vezes me deixam um pouco de pé atrás mas daí a isto vai uma longa distância. Delisle não podia andar sozinho, tinha de ter sempre um guia e/ou um tradutor com ele. Quando ousou sair sozinho deixou o seu guia morto de preocupação porque podia ter levado uma máquina fotográfica. Nada pode estar descontrolado porque a imagem que o país tem de si está basicamente salvaguardada: Kim-il Sung é deus e é perfeito e é quem os salva de todo o mal que anda a contagiar o mundo. A televisão é controlada, a imprensa é controlada, a rádio é controlada. Não se sabe mais do que aquilo que "precisam de saber". Para os de fora também só pode ir a parte boa. O quão boa é a cidade, o quão bons são os edifícios, o quão boa é a cultura e as pessoas. Tentaram tirar uma fotografia a um caixote do lixo e rapidamente o rolo "ficou com algumas das fotos queimadas, uma pena". 

Aquilo que nos acabam por mostrar de forma bastante explicita é o clima artificial e completamente falso, meramente para mostrar e enganar as vistas de quem olha! 

Nem o raio de fotos do homem com um tumor se encontra em condições, foi tudo mega abolido! Porque estes deuses também morrem. Neste caso com um tumor, terem fotos do "Presidente Eterno" com um tumor na parte de trás do pescoço vai contra o conceito de divindade. Fica mal!

Mas mais a mais a divindade suprema de Kim-il Sung é genética ou hereditária porque passou para o filho, Kim Jong-il, e mais recentemente para o neto,  Kim Jong-un. Até há fotos espalhadas por lá que comparam pais e filhos para se notarem bem as semelhanças e ser possível observar que ali está a descendência certa. (P.S. - não vão agora falar do photoshop que usaram em algumas delas para ficarem mais parecidos, isso destoa da imagem perfeita que tudo tem de ter.)

Eu não tinha grande ideia de como seria a vida na Coreia do Norte, nem na do Sul, para ser verdadeira. Mas acabamos por ser bombardeados com informação essencialmente negativa de guerras e misseis e confusões pegadas com o pessoal dessas bandas. Eu já por norma não vou confiando em tudo o que a media nos despeja mas neste caso fiquei chocada com o quão mau este país está!

O livro fala de muito mais do que escrevi para aqui mas aquilo que realmente mexeu comigo é o que está aqui. Acho ridículo continuar a haver culturas que aceitam este tipo de vida. Mas não sou eu! E cada um faz como quer -  ou como obrigam, dependendo do país.




segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Três Sombras



Título: Três Sombras
Autor: Cyril Pedrosa



Há já bons tempos que andava para ler este livro. O aspecto geral que uma BD me apresenta faz maravilhas ao meu Tico e Teco e esta já me andava a piscar o olho e eu a resistir.

Chegada a hora da verdade peguei no livro e adorei!


As ilustrações são absolutamente lindíssimas! A sério, mesmo puramente bonitas! A escrita é tão calminha e envolve com uma facilidade ridícula.

Mas bem, a história: embora tenha adorado esta obra também foi uma das que me deixou mais triste ao ler. Temos uma família bastante simpática que vive numa casinha isolada no meio de terrenos verdes e flores e árvores e um cenário para onde eu iria rapidamente. Até que a certa altura aparecem três figuras negras no horizonte. Nunca ninguém ia para ali. Quem seriam as ditas figuras? Quando se tentavam aproximar das ditas figuras elas desvaneciam-se e a dúvida mantinha-se.

No meio de tudo isto o motivo daquela presença torna-se conhecido: andam atrás do pequeno Joaquim e sem ele não se irão embora. O que acabamos por acompanhar é a fuga do pai com a criança para impedir que seja levada.

Sem sabermos muito bem se havemos de concordar com o pai ou se havíamos de "aceitar o destino" como alguns diziam somos também levados, o pequeno a ser arrastado sem saber bem para onde se virar e um pai desesperado simplesmente a tentar proteger o seu filho.

Gostei imenso do fim que todas as peripécias passadas tiveram: foi um fim feliz mas sem ser forçado ou sem esquecer tudo aquilo que se tinha passado (pessoas do cinema francês tipo "A Turma" é assim que se dá a volta a uma história desagradável. No fim não tem de ficar tudo bonito e a cantar!). É horrível ler este livro, pessoas mais sensíveis tenham lenços à mão. Ainda por cima a situação é triste e a história gira toda em torno de um amor enorme que existe naquela família.

É horrível. Cyril Pedrosa: isto não se faz! Livros destes deixam as pessoas tristes! Mas muito obrigada! Foi tão bom!




domingo, 21 de setembro de 2014

Tanta coisa para (por) ler...

Se há coisa que me consegue acalmar e deixar mais contentinha de uma forma geral é ler! Já por várias vezes que em alturas críticas aquilo que me dá algum ânimo é enfiar a cabeça num livro e viajar para fora deste mundo e para dentro de outro. Acho que qualquer bookworm percebe bem o que é isso!

Mas isto das leituras pode ter fases, eu pelo menos tenho. Tenho sempre de estar com um livro a ser lido - SEMPRE - mas a necessidade de leitura é bastante variável com o tempo.

Há alturas em que só me apetece ler, muitas delas coincidem com épocas de exame na faculdade, vá-se lá perceber porquê. Alturas em que tenho os meus livros na minha mesinha de cabeceira e parece que estão a chamar-me com as suas edições lindas ou com as suas histórias penduradas. É horrível dizer que não nestas alturas, parte-me o coração vê-los ali abandonados e sem serem lidos. Nenhum livro merece esse destino!

Mas já houve alturas em que sentia uma necessidade doentia de ler. Já estive com uns 5, 6 livros on going ao mesmo tempo. Agora muitas vozes se levantam a dizer que de certeza que não apanhei metade do que havia em cada livro mas fica só a nota de que isso é mentira e que eu funciono bem com vários livros ao mesmo tempo, não me perco, consigo entrar dentro da história de cada um e ser fiel àquela linha de pensamento sem a cruzar com as restantes. Mas isso poderá vir noutra altura. O importante disto é que foram alturas em que este mundo era só mau e nos livros há tanta coisa interessante para ver. Real life sucks! Nos livros as coisas podem ser tão diferentes, podemos passear em dragões ou vassouras! Eu cá prefiro mas hey! that's just me!

Agora, por exemplo, não ando com grande entusiasmo. Continuo a ler, tenho de tirar sempre um bocadinho para as minhas leituras, mas não ando "cheia de pica". Não sei se é dos livros, da disposição geral do bicho ou se um alien qualquer me mexeu nos circuitos internos mas isto anda mais calminho! 

No meio disto tudo tenho tantos livros em minha casa para ler. Tantos outros que me matam de curiosidade para saber como são. Uns que tenho a certeza que vou adorar e alguns até que me cheira que serão livros para a vida. Não sei se fique contente ou triste. Quero tanto ler estes livros que fico contente pela emoção de lhes pegar pela primeira vez, de  ler tudo aquilo que ainda não conheço e ficar completamente rendida - ou não. Mas por outro lado já queria ter lido tudo! Ter tudo em dia! Ter aqueles livros que me andam a fazer comichões no Tico e no Teco já como parte das minhas prateleiras internas. 

E os que descubro que existem de alguma maneira e depois não os consigo encontrar??? Esses são os piores! A quantidade deles que andam a encher as minhas listas de leituras! É injusto e cruel! Ânsias literárias não deviam ser permitidas! São demasiado dolorosas!

Mas enfim: não sei! Acho que não me consigo livrar deste vício dos livros. Não que queira mas isto até cansa uma pessoa, só da vontade que dá de pegar num livro e devorá-lo completamente. (Que frase mais sádica xD) Por agora os ânimos andam calmos mas mais um bocadinho e já me cai uma tonelada de trabalho em cima e aí vem aquela vontadeeeee... Aí é que elas mordem!


sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Almost Human




Título: Almost Human
Realização: Joe Begos
Argumento: Joe Begos
Elenco: Graham Skipper, Vanessa Leigh, Josh Ethier

Trailer

Há eventos anuais que nos fazem ansiar por uma dada altura porque já sabemos o que dali vem. Desde 2012 que Setembro tem sempre lugar para mim no MOTELx. Nem que seja só um filme mas eu tenho de lá ir.

Este ano depois de uma cuidada investigação dos filmes em cartaz e do calendário-horário resumi a minha visita a duas sessões (infelizmente) a começar por este filme aqui: Almost Human.

A crítica não dizia grande coisa. As avaliações davam notas bastante medianas. Mas já tive surpresas com casos semelhantes e que se revelavam coisas interessantes. Ou melhor ainda, eram tão estranhas que as pessoas fugiam daquele tipo de filmes e eu, como é óbvio, adorava-os.

Ora pois que MOTELx ... deste vez falhaste-me!

Se no próprio dia fui ver o trailler e fiquei toda contente com homens feitos a serem cuspidos do que me parecia um fardo de palha, e um individuo barbudo a andar com machados e moto-serras atrás de pessoas depois chego ao fim do filme e fiquei desiludida.

Começamos com um moço - Seth - que chega a casa de um amigo - Mark - e diz que um terceiro - Rob - ia no carro com ele e foi sugado por uma luz azul vinda do céu. Tudo muitíssimo bem. Luzes que se apagam, barulhos estridentes que começam a irritar a sério os meus ouvidos mas vá. O dono da casa acaba por ser levado também pela tal luz, a namorada culpa Seth pelo desaparecimento de Mark mas não há provas e dois anos passam-se.

Ora que nesta altura Seth acaba por encontrar a dita namorada e confessa que anda a ter os mesmo sonhos que teve quando os amigos foram "sugados" e que sabe com toda a certeza que Mark vai voltar - o Rob deve ter gostado daquilo por lá porque nunca mais se soube dele.

Verdade é que Mark é cuspido lá do sítio onde tinha estado e vem cheio de fé de matar pessoal e transformá-los naquilo que ele agora é - seja lá isso o que quer que seja porque ninguém nos explica nada!

Agora: qual o processo de transformação? Simples. O moço abre a boca e sai uma gosma castanha que vai direitinha à boca de pessoa a transformar e enfia-lhes garganta a baixo uma qualquer substância. Depois criam casulo e renascem, nuzinhos mas já de barba feita, cheios de um líquido duvidoso que suponho seja a gosma que substitui o líquido amniótico daquelas coisas. Não sei! Mas isto para transformar só a pessoa, se for para transformar E engravidar a gosma vai directa às partes íntimas da moça! (Eu aqui mandei uma gargalhada sonora no meio da sala. Peço desde já desculpa a todas as pessoas que lá estivessem mas foi demais para uma pobre mortal!)

Matança e sangue e tripas e até aí eu aprovo sempre. Mas quem raio levou as pessoas? E o que se passou com o pobre Rob? É que ele foi o primeiro a ser levado e nunca mais ouvimos falar dele. E como é que numa cena estamos na tardinha, ao cair da noite e passado meia hora já é de dia? E como é que aparecem machados dentro dos armários das pessoas? Eu sei que os States são mesmo porreiros e o pessoal tem sempre a casa armadilhada mas um machado no armário? E este filme é americano, há tanta actriz competente por essas bandas tinham mesmo de arranjar esta? Eu já não via uma actriz tão má há muito tempo! E eu já vi filmes muito maus! 

Isto tinha tanto potencial! Fiquei desiludida! Actriz muito muito muito má! Argumento mau! Não me cheira que procure mais filmes deste Joe Begos.


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Batman - Cidade Destroçada


Título: Batman - Cidade Destroçada
Autor: Brian Azzarello; Eduardo Risso


Venho a notar uma certa tendência para gostar das coisas do Azzarello. Não que a experiência seja assim tanta que me diga uma fã mas o nome já começa a ser mais de meio caminho andado para pegar num livro.

Neste caso específico fiquei bastante contente com o livro. O Batman é um super herói porreiro e os livros costumam ser engraçados mas este acabou por ser diferente do que estava a contar. Não tem as típicas histórias que costumam encher estas coisas em que temos um vilão a arrasar uma cidade ou a conquistar o mundo ou seja lá o que for. Aqui temos um policial, assim com ares de negrura que o Batman não é propriamente um tipo colorido e isso para mim acabou por fazer valer ainda mais o livro.

Ponto 5 estrelas completas: o humor!

Humor semi-negro, com piadas que me fizeram controlar o riso em locais públicos. Mas sempre de forma subtil, atenção:

"Vamos lá falar!"
"Dá-me uma boa razão!"
"Porque ainda tens os dentes de baixo!"

Tem também a história do dia da morte dos pais do moço, provavelmente o órfão mais conhecido e gozado de sempre, coisa que confesso só conhecia muito superficialmente e ali conseguiu dar-me algumas ânsias!

Se não chegasse tudo isto ainda temos os vilões, os meus queridos amigos: seja Pinguim, seja Fatman e Little Boy (nomes estes que me fizeram saltar um bocadinho porque só os conhecia de outras áreas que não a literatura!) entre mais uns quantos, anda tudo por cá.

Mas nunca na vida que para eu gostar tanto de um livro do Batman poderia estar sozinho e sem o maior vilão: my good friend Joker himself! Preso e a gozar completamente com o Batman. Eu a rir! E toda a gente a delirar porque é uma personagem absolutamente genial! Desculpa lá, Batman!

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Balada Assassina - O coração de Telenko



Título: Balada Assassina - O coração de Telenko
Autor: Philippe Tome; Ralph Meyer


Infelizmente uma das coisas que menos gosto de ler é português abrasileirado. Calha que muitas das BD que leio - muitas por via das abençoadas BLX - acabam por vir em brasileiro.

Num bocadinho perto de uma biblioteca e sem nada para fazer - ou vontade -  acabei por me sentar a ler coisinhas pequenas e rápidas e este foi o primeiro livro que li.

Primeiro: fiquei fã da arte de Meyer, gostei da maneira como adaptou o drama todo da história a imagens deprimentes, uma maneira de transmitir até só pelo que vemos grande parte da história. A parte colorida fez-me lembrar um pouco o estilo de Sin City se bem que nem se compara (Frank Miller não deixa!). Se a mim por vezes é o aspecto da ilustração que e chama muito a uma BD nesta também foi um grande motivo de escolha.

Já a história mostra-nos um homem, homem esse com uma vida miserável. Emprego chato, vida chata, mulher chata, nada se aproveita. Fez-me lembrar um pouco um livro que li há uns tempos Pano Cru (editado pela Polvo) na mesma miséria de vida.

É óbvio que premissas destas nunca levam a bom fim - aqui não foi excepção - mas gostei das voltas antes desse momento chegar. Não é nenhum livro genial e maravilhoso mas está bem feito e torna-se interessante de ver onde é que aquilo pode chegar.

Conseguiu chamar a minha atenção, embora sem grande força, e eventualmente ainda pegarei em mais coisas dos autores a ver se me conquistam.