domingo, 2 de novembro de 2014

Cinemas internacionais

De uma forma geral o cinema que encontramos é americano. De vez em quando umas coisas britânicas, quem sabe francesas e pouco mais. Nas nossas salas ainda aparecem uns filmes portugueses, assim meio a medo.

Há mais, claro que sim, mas assim do que se ouve falar mais é essencialmente isso! 

O cinema americano está muito na base da comercialização, como quase tudo o que se faz por lá hoje em dia. O local mais consumista à face da terra acaba por tratar a maior parte das coisas como produtos: produzir em grande quantidade, vender muito, impingir muito, ganhar rios de dinheiro. Isso nota-se em muitas coisas e no cinema também. O que podemos também argumentar é que sabem adequar-se ao mercado, e de que maneira. As pessoas querem comédias românticas para acreditarem no amor e fazerem filmes sobre quão bom será quando lhes aparecer um príncipe apaixonado, montado num cavalo branco? Faz-se! Os jovens querem festas cheias de bebedeiras e muitas pessoas nuas? Faz-se? As pessoas mais velhas gostam de filmes de reflexão sobre a vida e a maneira de melhor a aproveitar? Faz-se!

Essencialmente vão atrás do que rende, do que dá dinheiro, do que faz pessoas ganhar milhões com um trabalho de seis meses, ou pouco mais. Não estou, de longe nem de perto, a dizer que deviam ganhar mal. Os actores já tem no cadastro uma boa dose de desprezo ao longo da história, ao menos que agora lhe deiam valor. Mas milhões? A sério?

Mas enfim, do cinema britânico podemos dizer muito do mesmo, aprenderam bem, e ainda o fazem com aquele sotaque maravilhoso. Não são tão consumistas, o que é bom, ainda não estão completamente gastos, ainda tem ideias geniais para filmes, vão tendo coisas de grande qualidade, originais, com bons actores, bem realizados (os americanos também mas no meio de tanta coisa fico demasiado diluído). Acho que vem do próprio povo, cultura muito diferente da americana que talvez dê um ar mais autêntico ao que se faz nas ilhas britânicas.

Depois cinema francês. São poucos os filmes franceses que gosto, mesmo muito poucos, e acabo por também não conhecer mais porque não quero, porque tem aquele estilo que não consigo gostar. Provavelmente dos filmes que menos gostei de ver, na minha lista de vistos até hoje, foi um filme muito nomeado e muito "conceituado": A Turma! 

Porque é que não gostei? Pelos planos de um sítio, imensos e limpos, cuja imagem até é bonita e ficava bem mas não durante dois minutos inteiros! Eu não quero ver metade de uma história porque em vez de a ver no tempo certo vejo com um acrescento de imagem parada. Durante dois minutos! Eu num destes momentos olhei mesmo a volta: é uma espécie de hipnose e não me apanhou a mim? Isto é mesmo muito interessante e eu não percebi? Foram dois minutos a olhar para o mesmo! Não sou fã, de todo.

Para além disso, como se não chegasse, tem provavelmente o pior fim que já algum vez vi. O filme tem como foco principal o comportamento geral de uma turma, tendo por vezes em atenção alguns alunos individualmente, em especial o aluno mais rufia do sitio. Rapaz este que por acidente - POR ACIDENTE - magoa uma colega. Reacção? Expulsão do rapaz! E então depois como é que acabamos isto? Com mais quatro minutos a olhar para uma sala vazia com cadeiras desarrumadas (dois minutos em cada um dos planos mostrados) e depois vemos o recreio, com as criança a dançar e a brincar, todas felizes enquanto algumas cantam qualquer coisa do tipo "somos tão felizes, agora estamos mesmo bem, olhem para nós sem problemas a cantar e a ser felizes". Não há pachorra. 

E embora este tenha sido mesmo o pior que vi houve outros que alimentaram esta minha ideia contra o que se faz de cinema lá por aquelas bandas. Ainda assim há filmes que gosto, ninguém pode lutar contra o Gerard Depardieu como Obélix ou contra as loucuras fantásticas da Amélie.

E depois cinema português, que às vezes pensamos que não existe, ou que são tudo filmes absolutamente aborrecidos e sem interesse mas ele anda por aí a pairar. Os apoios são poucos, a frustração é muita mas ainda assim há uns malucos que ainda mantém o amor à coisa e movem mundos e fundos por fazer projectos interessantes. Nos últimos tempos, ainda assim, julgo que começaram a dar mais algum crédito a isto tudo. Vê-se mais umas coisinhas, parece que já não somos tão invisíveis, o que é bom. Já temos actores lá fora, realizadores, vamos mostrar que cá dentro também conseguimos trabalhar, e bem.

No fim disto tudo não é mais do que um desabafo e uma triste confissão de que tenho de ver coisas mais internacionais. Falam-me bem do cinema italiano. As coisas mais asiáticas são só estranhas mas uma pessoa investiga. E sei lá o que se faz nos outros sítios. Tenho de tratar de ver disso.




2 comentários:

  1. Queria só dizer que acho um bocado assustador que depois de termos tido a conversa do almoço de hoje, tenhas este post a aparecer :p

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    1. isto foi posto ontem xD não tenho culpa dos rumos das nossas conversas xD

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