sexta-feira, 7 de novembro de 2014

[cinema] God Bless America



Título: God Bless America
Realização: Bobcat Goldthwait
Argumento: Bobcat Goldthwait
Elenco: Joel Murray, Tara Lynne Barr
Duração: 105 min
Ano: 2011

Trailer

Há já uns bons tempos que me diziam para ver este filme, e depois de ver o trailer achei que seria completamente louco, hardcore e sem grande nexo e portanto que tinha de o ver rapidamente. Não o fiz, mas depois de mais uma dose de "Este filme é mesmo fixe, tens de ver" lá me decidi a pegar nele.

Primeiro: o filme começa mal. Eu gosto de crianças! E qual é a primeira coisa que estes gajos se lembram de fazer? Rebentar uma à base de espingarda - e de alguma forma transformá-la em sangue e confetis. Ok, era numa espécie de sonho mas deixa-me logo de pé atrás. Mas o filme foi demasiado awesome para isso interferir de alguma forma.

Um homem divorciado, sozinho, cuja filha está naquela fase irritante em que só quer prendas e jogos - consumismo em toda a força - e nada mais lhe interessa, perde o emprego e ainda descobre que tem um tumor na cabeça que o vai matar não tarda muito!

Tudo se concilia para que o homem atravesse osso e cerebro com uma bala, mas lembra-se de outra coisa ao olhar para a televisão: há quem mereça mais a morte do que ele. Tanta gente por aí a fazer mal aos outros, a não dar importância ao que tem... Na tv estava a passar uma rapariga cujos pais se enganaram no modelo de carro que ela queria - problemas do primeiro mundo! - e isso dá direito a uma mega fita. Vamos matá-la! Pelo caminho encontra uma rapariga com uns ligeiros ares de psicopata e que lhe dá força para não fazer da morte daquela coisa loira aberrante um evento único e continuarem a matar quem não merece lugar neste mundo!

And so it begins! E tanta morte mas ri-me tanto! E as mortes não eram só por matar, era matar pessoas que são más, que não merecem a vida que têm. É simplesmente genial. E posso avisar que o fim é inesperado e grandioso, uma coisa digna de se ver!

É engraçado que já há uns tempos que dei conta que não gosto mesmo nada da sociedade onde vivemos, a cultura que estamos a criar, as modas que vão cada vez tendo mais atenção e popularidade. Cada um sabe de si, temos de ser mega livres e mega nós próprios, mas desde que aquilo que nos faz ser nós próprios seja aquilo que a sociedade nos diz para ser. Não vêm contra-senso? Então sou só eu,

Não me vou meter com uma AK47 a matar gente porque são ridículos e uma vergonha para a humanidade - temos de nos aceitar a todos como somos e essas tangas todas - mas o que é certo é que eu vejo este filme e concordo com o que foi feito. Eu também tenho ânsias de mostrar o ridículo a que estamos sujeitos todo o santo dia sem que as pessoas tenham o mínimo de racionalidade para o perceber. Estamos a estupidificar a olhos vistos e é assim que o mundo deve girar.

Há filmes que nos fazem pensar e que fazem com que nos identifiquemos: pois este teve uma dose bastante elevada disso, Acho que não teve muita visibilidade, se teve não me apercebi, mas se calhar era importante que mais pessoas vissem este filmes, que mais pessoas vissem as situações bucéfalas que invadem o nosso dia a dia. Mas está toda a gente tão contente com o seu mundinho parvo, quem quer saber se as pessoas ao nosso lado não estão bem, ou se estamos ainda a fazer com que fiquem piores? Incomoda-me a mim? Não? Então não quero saber, quando me bater à porta preocupo-me.

Bem jogado, humanidade. Milhões de anos de evolução para isto.

Eu cá acho triste mas isso seria errado de pensar. O certo é seguir a maralha. Bora lá então!

(Pardon pela parte final mais agressiva mas o filme puxa a isto!)


2 comentários:

  1. Não teve divulgação nenhuma, e é bastante fácil de perceber porquê... Tem uma mensagem demasiado incómoda. E verdadeira! Mas enfim, já ninguém me tira aquele final glorioso...

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    1. Pela terceira vez, já que o blogger não me permitiu as duas primeiras:

      Sim, tens umas boas verdades a serem ditas , o que não agrada a muita gente. Mas por muito bárbaro que seja não me importava assim tanto de que um "maluco" destes andasse por aí. Ainda assim lá que está bem feito, isso está!

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