Autor: Craig Thompson
Páginas: 672
Ano: 2011
Aqui há já uns tempos largos vi um filme bem engraçado chamado "O Visitante". Eu na altura gostei do filme e lá pelo meio havia um casal que quando estavam mais esquinados o marido tratava a mulher por "habibti". Eles no filme levam aquilo na brincadeira, por ser um nome fofinho para ver se conseguia "acalmar a fera" - e resultava.
Aquela palavra ficou-me na ideia, investiguei na altura e vi que havia duas formas, habibti para a "minha amada", habibi para o "meu amado".
Dito isto, passado uns tempos apareceu-me este livro à frente. Uma edição bonita, uma capa com ar adorável e fiquei curiosa para ver o que vinha daqui, já que o nome só por si me chamava bastante.
Ainda demorei a pegar nele, até porque ainda são umas centenas de páginas, mas este verão lá me decidi.
O livro consegue ser bonito e bruto ao mesmo tempo, se lermos nas entrelinhas. É um livro calmo, que se lê muito bem, um livro que nos conta uma história, com todos os pormenores, mas com ênfases diferentes. Não é fácil gerir essas diferenças do que dizer e como mas neste caso tem um aspecto completamente natural e interessante.
Dodola e Zam são duas crianças. Abaixo disso são dois escravos fugidos que só se têm um ao outro. Vivem num barco perdido no meio do deserto e Dodola faz o que precisa de fazer para ter meio de sustentar-se a si e ao pequeno Zam.
A história se for vista e pensada devidamente é forte, é triste e é preocupante, no entanto é-nos contada de tal forma que percebemos tudo, sentimos tudo, sem necessidade de recorrer a nada estupidamente explícito. É essencialmente um livro inteligente.
É daqueles livros que não sendo um conto de fadas cheio de coisas brilhantes a acontecer é um livro lindíssimo pela autenticidade que cria e o ambiente de ingenuidade que nos consegue passar em grande parte da história.
Sem dúvida que mais gente devia ler o livro, vale bem as horas passadas a lê-lo!
Mais um para a lista, definitivamente... Parece realmente interessante!
ResponderEliminarA arte é maravilhosa e a história surpreendeu-me. Consegue ser interessante, bruta e adorável ao mesmo tempo. Quando menos esperas estás a ver uma realidade que não querias.
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