segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

[leituras] Insonho

Título: Insonho
Autores: Valentina Silva Ferreira, Carlos Silva, Vítor Frazão, Francisco J. V. Fernandes, Ana Luiz, Miguel Raimundo, Inês Montenegro, André Pereira
Páginas: 125
Ano: 2015

Esta antologia tem uma bela capa e paira uma aura muito agradável dentro do estilo, seja pela imagem, quer pelo nome, não sei. Sei que a expectativa estava alta e infelizmente o livro não a acompanhou.

O primeiro conto, Ao Meio Dia, Carlos Silve, está bem escrito, começa por parecer uma coisa mas depois descamba para uma história já muito conhecida e "banal". Fiquei com pena porque realmente estava a contar que saísse mais do que depois apanhei.

Depois, Duelo de Lendas, Valentina Silva Ferreira, surpreendeu-me. Não é que seja um grande conto mas entreteve-me e achei-o engraçado. A junção de algumas das personagens que conhecemos foi uma ideia gira e embora pudesse estar embrulhada de uma forma melhor e mais cativante não deixa de ser um conto interessante.

De seguida, Na Escuridão, Vítor Frazão, não me convenceu. Não achei piada à escrita, não fiquei fã da ideia nem da execução do conto. Voltou a ser um conto com uma base pouco original e não houve assim nada que me fizesse ter grande interesse por ele.

A Voz de Lisboa, André Pereira, tem uma escrita pouco especial, e a própria história estava a ser engraçada mas o fim não me convenceu.

A Noite em que o Bicho Papão encontrou Kafka no cimo de um telhado, Francisco J. V. Fernandes, aqui a ideia não é má, mas depois a execução perde o encanto que poderia ter. É daqueles contos que gostava de dar a premissa a outra pessoa e ver o que faziam com ela.

Sant'Iroto, Ana Luiz, começo a gostar de encontrar coisas desta autora. A impressão que me dá é sempre de ser muito genuíno e autêntico e isso não é uma coisa que transpareça com grande facilidade na maior parte dos contos. Foi um conto que gostei de ler e que soube bem de encontrar nesta antologia.

Por sete encruzilhadas, por sete vilas acasteladas, Miguel Raimundo, é engraçado mas diz muita coisa para não dizer muito, ou seja, acaba por dar muitas voltas, faz muita coisa, mas pouco para a evolução da história. É engraçado mas precisava de menos rodeios,

Ao Sexto Dia, Inês Montenegro, não me conseguiu cativar. Maldições atrás de maldições com mortes misteriosas à mistura são um bom ponto de partida mas ficou aquém, por mim por a escrita ser confusa em muitas partes e um pouco "empapada", arrastar o texto sem dizer muita coisa.

Sangue, Suor e... Unhas, João Rogaciano, acaba a antologia e eu que acabei de escrever qualquer coisa com unhas achei curiosa a coincidência. A ideia do conto é bem porreira e podia ter ficado uma coisa muito nojenta e creepy - no melhor dos sentidos - mas, para começar, os diálogos são uma sério problema. Nada realísticos e não deixam entrar na história completamente, e depois a própria maneira de contar a história não deixa aqueles momentos de suspense e não cria aqueles momentos de arrepiar a espinha que para esta história resultavam tão bem. Fiquei com pena confesso.

No fim disto tudo fiquei desiludida, estava a contar com uma coisa e saiu-me outra. Acho que todos os contos tinham potencial mas que muitos não mostraram tudo o que podiam. Fiquei com pena. Mas mais coisas destas é que se quer e é bom ver a quantidade de antologias que andaram a sair nos últimos tempos. Não são todas geniais mas dão para conhecer autores novos, e só por isso já vale muito a pena.

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