sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

[cinema] The Wind Rises



Título: The Wind Rises (Kase tachinu)

Realização: Hayao Miyazaki
Argumento: Hayao Miyazaki
Duração: 126
Ano: 2013


Só agora ao pegar no computador para escrever isto é que me apercebi de que filme é este: se a data é de 2013 é o último filme de Miyazaki antes da reforma! Nem dei por ela, confesso que na altura vi o trailer, vi a controvérsia toda da reforma - ou não - deste senhor e durante o filme houve momentos que reconheci como mais do que o típico cenário destes filmes. Mas só agora consegui ter justificação para tudo.

Aqui temos, como se ainda fosse preciso, mais uma prova da qualidade dos filmes de animação deste Estúdio Ghibli e em especial da cabeça e mãos de Miyazaki.

Não é dos meus filmes preferidos - falta a parte da estranheza que fica tão bem feita em Totoro ou no Chihiro - mas é um filme puramente bonito, interessante e bem construído.

É essencialmente uma homenagem a Jiro Horikoshi, autor de vários dos aviões japoneses durante a segunda guerra mundial. Acompanhamo-lo a crescer, com o seu sonho bem presente e que se torna uma realidade muito na base do mundo dos sonhos. É lá que encontra Caproni, outro criador de aviões - italiano - que lhe dá a força que era preciso para perseguir o seu sonho. Já que não os pode pilotar porque não criá-los? Muitos pilotam aviões mas poucos são os que os fazem voar. E assim começa uma vida de trabalho e empenho levando ao desenvolvimento de aviões muito importantes para a situação corrente do país. 

Mas ao mesmo tempo que vemos a parte profissional vemos também o homem, vemos o seu apaixonar e todo o caminho que leva até casar com a pessoa que ama. Infelizmente, e como eu deveria estar à espera desde o início, a história não poderia ser apenas bonita e amorosa, tinha de ter tragédia pelo meio e é aqui que o filme pode levar às lágrimas os corações mais sensíveis. A mulher que ama está a morrer e há duas possibilidades: ir para as montanhas, tentar ser tratada mas com muito poucas esperanças de sobrevivência ou ficar com Jiro mas sabendo que está a piorar a sua saúde por ali estar, dia para dia. Embora o amor seja forte há coisas que não cura e esta é uma situação em que queremos que tudo resulte pelo melhor mas infelizmente a ficção nem sempre nos faz a vontade, nem a vida.

Resumidamente, o trabalho visual ainda nunca me falhou, paisagens bonitas, cores suaves que nos encantam naquelas paisagens, um trabalho sempre muito bem pensado e realizado; na parte de história é mais calma do que os restantes filmes que já vi mas ao mesmo tempo é muito emotiva e apela muito ao sentimento, à empatia que vamos criando com as personagens e situações. É um filme bom, calmo e bonito, interessante a ainda com relevância histórica.

Para a despedida fica um filme que sem dúvida é um bom exemplo da boa animação que Miyazaki sabe fazer - ainda que não no seu pico máximo.





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