sexta-feira, 10 de abril de 2015

[cinema] The Help

Título: As Serviçais (The Help)
Realização: Tate Taylor 
Argumento: Tate Taylor, Kathryn Stockett
Elenco: Emma Stone, Viola Davis, Octavia Spencer
Duração: 146 min
Ano: 2011


Eu devia ver estas coisas nos tempos certos. Sabia que havia de apreciar ver este filme mas acabei por adiar e adiar. Às vezes falta-me força para ficar duas horas sentada, sossegada, a fazer mais nada que não seja olhar para um ecrã.

Mas agora vi. E gostei imenso. É um daqueles filmes desenhados a régua e esquadro para ir a Óscares, sem qualquer dúvida mas lá que está um bom trabalho, isso ninguém pode negar. Ficou um filme forte, com muito emoção à flor da pele e a mostrar uma realidade que embora não seja a nossa não é assim tão distante quanto isso.

As empregadas que são mais mães do que as biológicas, que são mais parte da família do que aqueles de sangue mas que no fundo são completamente desprezáveis, substituíveis e têm pouco mais valor do que uma simples empregada. Apanhamos situações deste calibre em conjunto com a realidade de que estas serviçais eram pretas e para as "Senhoras finas" somos todos humanos mas uns mais que outros, "sabe-se lá que doenças é que podem ter". Não se podem juntar, têm de ter casas de banho próprias - para evitar que se apanhem as "doenças que eles lá têm" mas no fim do dia quem toma conta dos seus filhos são as mesmas pessoas de quem têm tanto nojo. Não deixa de ser irónico!

A quantidade de maus tratos que se vão vendo e sabendo para com estas serviçais leva a que uma jovem jornalista consiga relatos reais do que se passa com estas pessoas - mesmo com todo o medo inerente a uma decisão dessas. Porque verdade seja dita: qual das Grandes Senhoras é que quer assumir que sim senhora, aquele caso da serviçal que fez uma tarte com as próprias fezes e as deu de comer à patroa foi comigo, estava muito boa. (Isto acontece mesmo e tenho de confessar que tive de parar o filme durante uns segundos pata poder rir em condições.)

O elenco está muito bem escolhido, conseguiram criar personagens muito fortes e muito bem definidas que dão uma dimensão muito realista e muito mais interessante à história do que de outra maneira.

Há uns poucos de filmes deste tipo que acabam por ser muito falados e dão-lhe muito valor pela mensagem passada e pela mudança de mentalidades em que já se pode falar, brincar comentar e demonstrar às claras aquilo que foi (e em alguns casos ainda é) uma realidade demasiado estúpida para conceber verdadeira.

Enfim, é um bom filme e digo só tanto Viola Davis como Octavia Spencer são uma escolha mais do que acertada para o papel desejado.

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