Título: The Hobbit: The battle of the five armies
Realização: Peter Jackson
Argumento: Fran Walsh, Philippa Boyens, Peter Jackson, Guillermo del Toro
Elenco: Ian McKellen, Martin Freeman, Benedict Cumberbatch, Hugo Weaving, Richard Armitage
Duração: 144 min
Ano: 2014
Já era quase uma tradição que a meio de Dezembro fosse ao cinema ver o Hobbit. Este ano com várias coisas pelo meio não foi possível, com muito pena minha. Mas não se ia ficar sem ver o raio do filme.
As críticas que tinha apanhado não posso dizer que fossem boas. Eram mais a apontar as falhas do que a dizer algum coisa realmente construtiva por isso não sabia bem o que pensar ou o que estar à espera quando o visse.
Entrei na sala de cinema e fiquei logo com algumas dúvidas: a sala era ínfima. Acho que nunca tinha visto uma sala de cinema, mesmo cinema, tão pequena. As cadeiras eram altíssimas e ponderei seriamente ir buscar um daqueles banquinhos para os miúdos. Depois tinha pessoas ao meu lado aborrecidíssimas durante o tempo todo, a falar ao telemóvel durante o filme e sem qualquer tipo de noção da quantidade de barulho que estavam a fazer.
Deixando de lado todas estas desventuras, ignorando o ruído de fundo e pondo um pé debaixo do rabo a coisa lá se passou e o importante foi sempre o filme! Que digam o que quiserem: está bastante bom!
Ok, sim, ver o Legolas a desafiar o Newton não foi bonito MAS no meio daquilo tudo porque é que só havemos de olhar para isso. É o momento mais flagrante que se pode falar e não há assim tanta coisa a falhar claramente no filme, até está bastante bem feito.
Para mim o maior problema deste filme é o ar de artificial com que fica. Não há muito por onde escapar a isto, e dentro do que fizeram não acho que fique assim tão mal, mas há um ar de computador durante todo o filme, não nos conseguimos abstrair de que é uma coisa que não existe. Se bem que se virmos por outra perspectiva há tanta coisa a acontecer, há uma produção tão grande e tão bem feita que o ar artificial a início custa mas depois entranha-se, acaba por fazer um estranho sentido que soa bem. A nível visual eu gostei do resultado. Artificial, sim mas bem feito. Mais que não seja olhe-se para o exército dos orcs. De cada vez que apareciam eu encolhia-me! Aqueles bichos enormes, feios, com placas de metal e lâminas a saírem directamente do corpo deles, meio decepados por batalhas anteriores e com armaduras cheias de picos e metal por todo o lado - que se revelavam muito ineficazes, diga-se, era vê-los a cair sem cabeça ou atravessados por uma qualquer espada a todo o instante. Digam o que disserem, elfos, homens, hobbits, anões, o que quiserem: se me aparecesse um exército de orcs à frente eu encolhia-me num canto a chorar e dava-lhes o que eles quisessem. São dos poucos seres que acho verdadeiramente bem caracterizados e assustadores como tudo.
O filme é mais mexido do que os primeiros, é aqui que acontece a maior parte das coisas, embora o pobre Smaug tenha pouca aparição - e é uma personagem que dá sempre gosto de ver. Há a realização do que se queria ver ao mesmo tempo que um desmoronar das bases que o atingiram. Um jogo de vitórias contra derrotas e tudo o que roda na cabeça de seja que criatura for numa situação dessas.
Entre elfos, homens, orcs, trolls, anões e um pequeno hobbit vemos ódio e amor, vemos guerra e paz, vemos vontade e desalento, vemos tanta coisa e a acontecer em tão pouco tempo que torna tudo mais rico, interligado e interessante. As lutas internas de Thorin, os restantes anões da companhia a verem o seu líder a ficar perdido, os restantes povos a tentar argumentar com anões (como diz o Bilbo: são seres difíceis de lidar, com cabeça rija, muito chatos mas depois são bons e generosos e seres fascinantes) e no meio de tudo um pequeno hobbit onde reside sempre a resposta para os maiores problemas, seja por ter o que se procura ou por conseguir passar invisível no meio de uma guerra a acontecer.
Eu gostei do filme, gostei do fim que dão depois de seis filmes em que andamos pela Terra Média - o fim mesmo foi lindíssimo, com o passar dos anos e a ponte entre o Hobbit e o Senhor dos Anéis, gostei dos pequenos pormenores que não ficam esquecidos e que os mais atentos apanham e ficam satisfeitos (adorei o ver do lenço quando chega a casa), enfim... É um filme bastante completo, é grande e tem muita coisa a acontecer ao mesmo tempo, temos de lidar com várias componentes da história da melhor maneira que conseguirmos e aproveitar aquele que é, por agora e sinceramente gostava que assim se mantivesse, o último filme que passeia por estas terras.
Eu que ainda não li o Silmarillion ainda não percebi tudo mas quando tratar disso vejo os seis filmes em modo vício e ficarei contente!
Já te falei do artigo que li que dizia qualquer coisa como "CGI is great to make the fantastic look real, but awful to make the real look fantastic". Este filme é a prova viva disso mesmo...
ResponderEliminarTem os seus problemas sim, mas é damn entertaining, e está relativamente bem feito. Pelo menos é bonito de se ver, embora tenhamos que ter em conta que a existência dos outros filmes lhe dá outro peso emocional para cada um de nós!
Bem e nós ainda somos piores, além dos filmes temos os livros encrostados! Full nerd power! xD
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