sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

[cinema] The Hobbit: The battle of the five armies


Título: The Hobbit: The battle of the five armies

Realização: Peter Jackson
Argumento: Fran Walsh, Philippa Boyens, Peter Jackson, Guillermo del Toro
Elenco: Ian McKellen, Martin Freeman, Benedict Cumberbatch, Hugo Weaving, Richard Armitage
Duração: 144 min
Ano: 2014


Já era quase uma tradição que a meio de Dezembro fosse ao cinema ver o Hobbit. Este ano com várias coisas pelo meio não foi possível, com muito pena minha. Mas não se ia ficar sem ver o raio do filme.

As críticas que tinha apanhado não posso dizer que fossem boas. Eram mais a apontar as falhas do que a dizer algum coisa realmente construtiva por isso não sabia bem o que pensar ou o que estar à espera quando o visse.

Entrei na sala de cinema e fiquei logo com algumas dúvidas: a sala era ínfima. Acho que nunca tinha visto uma sala de cinema, mesmo cinema, tão pequena. As cadeiras eram altíssimas e ponderei seriamente ir buscar um daqueles banquinhos para os miúdos. Depois tinha pessoas ao meu lado aborrecidíssimas durante o tempo todo, a falar ao telemóvel durante o filme e sem qualquer tipo de noção da quantidade de barulho que estavam a fazer.

Deixando de lado todas estas desventuras, ignorando o ruído de fundo e pondo um pé debaixo do rabo a coisa lá se passou e o importante foi sempre o filme! Que digam o que quiserem: está bastante bom!

Ok, sim, ver o Legolas a desafiar o Newton não foi bonito MAS no meio daquilo tudo porque é que só havemos de olhar para isso. É o momento mais flagrante que se pode falar e não há assim tanta coisa a falhar claramente no filme, até está bastante bem feito.

Para mim o maior problema deste filme é o ar de artificial com que fica. Não há muito por onde escapar a isto, e dentro do que fizeram não acho que fique assim tão mal, mas há um ar de computador durante todo o filme, não nos conseguimos abstrair de que é uma coisa que não existe. Se bem que se virmos por outra perspectiva há tanta coisa a acontecer, há uma produção tão grande e tão bem feita que o ar artificial a início custa mas depois entranha-se, acaba por fazer um estranho sentido que soa bem. A nível visual eu gostei do resultado. Artificial, sim mas bem feito. Mais que não seja olhe-se para o exército dos orcs. De cada vez que apareciam eu encolhia-me! Aqueles bichos enormes, feios, com placas de metal e lâminas a saírem directamente do corpo deles, meio decepados por batalhas anteriores e com armaduras cheias de picos e metal por todo o lado - que se revelavam muito ineficazes, diga-se, era vê-los a cair sem cabeça ou atravessados por uma qualquer espada a todo o instante. Digam o que disserem, elfos, homens, hobbits, anões, o que quiserem: se me aparecesse um exército de orcs à frente eu encolhia-me num canto a chorar e dava-lhes o que eles quisessem. São dos poucos seres que acho verdadeiramente bem caracterizados e assustadores como tudo.

O filme é mais mexido do que os primeiros, é aqui que acontece a maior parte das coisas, embora o pobre Smaug tenha pouca aparição - e é uma personagem que dá sempre gosto de ver. Há a realização do que se queria ver ao mesmo tempo que um desmoronar das bases que o atingiram. Um jogo de vitórias contra derrotas e tudo o que roda na cabeça de seja que criatura for numa situação dessas.

Entre elfos, homens, orcs, trolls, anões e um pequeno hobbit vemos ódio e amor, vemos guerra e paz, vemos vontade e desalento, vemos tanta coisa e a acontecer em tão pouco tempo que torna tudo mais rico, interligado e interessante. As lutas internas de Thorin, os restantes anões da companhia a verem o seu líder a ficar perdido, os restantes povos a tentar argumentar com anões (como diz o Bilbo: são seres difíceis de lidar, com cabeça rija, muito chatos mas depois são bons e generosos e seres fascinantes) e no meio de tudo um pequeno hobbit onde reside sempre a resposta para os maiores problemas, seja por ter o que se procura ou por conseguir passar invisível no meio de uma guerra a acontecer.

Eu gostei do filme, gostei do fim que dão depois de seis filmes em que andamos pela Terra Média - o fim mesmo foi lindíssimo, com o passar dos anos e a ponte entre o Hobbit e o Senhor dos Anéis, gostei dos pequenos pormenores que não ficam esquecidos e que os mais atentos apanham e ficam satisfeitos (adorei o ver do lenço quando chega a casa), enfim... É um filme bastante completo, é grande e tem muita coisa a acontecer ao mesmo tempo, temos de lidar com várias componentes da história da melhor maneira que conseguirmos e aproveitar aquele que é, por agora e sinceramente gostava que assim se mantivesse, o último filme que passeia por estas terras.

Eu que ainda não li o Silmarillion ainda não percebi tudo mas quando tratar disso vejo os seis filmes em modo vício e ficarei contente!


2 comentários:

  1. Já te falei do artigo que li que dizia qualquer coisa como "CGI is great to make the fantastic look real, but awful to make the real look fantastic". Este filme é a prova viva disso mesmo...

    Tem os seus problemas sim, mas é damn entertaining, e está relativamente bem feito. Pelo menos é bonito de se ver, embora tenhamos que ter em conta que a existência dos outros filmes lhe dá outro peso emocional para cada um de nós!

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    1. Bem e nós ainda somos piores, além dos filmes temos os livros encrostados! Full nerd power! xD

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