domingo, 19 de outubro de 2014

Tanta coisa traduzida...

A ser completamente sincera aqui há tempos estava a planear aqui as coisas do blog e fui agendando para me organizar na escrita de coisas. Por essa alura houve coisas que deixei em rascunho só com o nome  e pouco mais. Imaginem qual foi um deles. O de hoje. E o melhor? Não faço ideia do que raio eu queria dizer quando criei um dos meus escritos como "Tanta coisa traduzida..."

Mas pensei: "Porque não? Aceito o desafio que me propus a mim própria e vou escrever qualquer coisa sobre isto. Chalenge accepted past-Jules!". E pronto, é a partir daqui que começa o que tenho mesmo para dizer e não a constatação de quão triste eu às vezes consigo ser.

Olhando para o meu lado direito consigo ver a minha biblioteca aqui a chamar-me e a ser perfeitinha. Mas é inevitável notar que a maior parte do que tenho aqui é de autores estrangeiros. Diga-se: faz algum sentido! O mundo é muito grande e nem todos os bons escritores são portugueses, temos cá alguns, vá. 

Mas se até há uns tempos apostava muito em ter tudo traduzido, por não me sentir completamente à vontade para ler em inglês, hoje já tenho uns poucos nessa língua. E até certo ponto porque acho tão melhor.

Há traduções boas e há traduções más, mas independentemente da competência do tradutor há sempre perdas daquilo que o autor escreveu para aquilo que depois lemos noutra língua. Não há muito a fazer quanto a isso.

Há tempos apanhei alguém que dizia que ia comprar Saramago em inglês e eu perguntei rapidamente "porque raio?". Um dos maiores autores que temos, um grande escritor que felizmente era e escrevia em português e vamos perder parte dessa escrita na tradução? Não, não... 

Eu só poderei lei coisas na forma original se em português ou inglês - e se o inglês for mais arcaico já pode dar problemas, ainda assim - mas tenho imensa pena disso.

Há piadas, há trocadilhos, há simplesmente beleza na escrita que se perde. Pode ser feito um muito bom trabalho e ainda assim a maior parte dessas coisas não se conseguem passar. Depois isto dá discussão: até que ponto é que os leitores depois aceitam as perdas? É que há formas de minimizar estes males, uma notinha do tradutor em rodapé às vezes faz maravilhas, sem estragar nada.  

Eu já apanhei traduções boas, já apanhei traduções muito muito más! É preciso ter um tacto muito grande para traduzir coisas. É preciso ter alguma compreensão e tolerância quando se compara o original com o traduzido. Ainda assim há livros que são tão bons que nem as traduções os estragam. E abençoados!




2 comentários:

  1. Adorei este post. Penso nisto muitas vezes... Sempre que leio um livro traduzido penso se a escrita é fiel à original ou não. ..

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    1. Muitas das vezes perde-se muita coisa.. Basta lembrares-te da conversa que tivemos sobre Martin.. A tradução, mesmo que seja bem feita, perde sempre alguma da originalidade da coisa! Muito infelizmente :(

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