Autor: Philip K. Dick
Páginas: 220
Ano: 1959
Eu gosto de K. Dick, já li uns contos que gostei imenso e quando apanhei um livro dele barato num alfarrabista não pensei muito antes de o trazer.
Pelas várias críticas que fui apanhando parece que este filme inspirou vários filmes e séries - ou pelo menos os leitores assim o identificaram - mas confesso que para mim este livro fica mais pela ideia do que pela execução. Ressalva seja feita que o livro foi lido com muito stress, muito sono e especialmente pouco tempo, o que sem dúvida afecta a qualidade da leitura, mas mesmo assim, sigamos...
Raggle Gumm é um tipo que nos é apresentado como alguém que ganha um concurso repetidamente mas que desde o início está envolvido num ambiente que parece de algum modo artificial.
Com pistas estranhas ao longo da história, com pessoas aleatórias a terem mais relevância do que se julgaria a início e com todas as trocas que são feitas entre personagens, locais, lembranças e situações, havia muito para explicar. Até a pobre da Marilyn Monroe anda lá pelo meio sem se saber muito bem porquê ou porque não.
E acho que o que não me conquistou foi a história ser demasiado confusa mesmo quando tiro o estranho da situação, de que nem quem vive aquilo sabe o que se está a passar. Não foi um livro que me cativasse e entusiasmasse desde o início, só depois do meio é que aquilo começou a funcionar melhor - porque já tinha mais contexto e porque deixou de ser uma salganhada completa.
E fiquei com pena, porque juntar paranóia quase ao nível da loucura completa, mistério e momentos em que pensei : "Isto vai dar algo muito bom", e depois no fim não joga tudo e a escrita, a própria maneira de nos apresentar as coisas não foi a que mais gostei.
De qualquer das formas K. Dick é daqueles autores que sabe sempre bem, embora fique mais inclinada a pegar nos contos do que nos livros.
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