quarta-feira, 29 de abril de 2015

[leituras] The Gaeneviad

Título: The Gaeneviad (here)
Autor: Boulet

Eu por algum motivo tenho uma ideia de que os deuses devem ser uns tipos que se aborrecem com facilidade e como são, enfim, deuses, e podem fazer basicamente o que lhes dá na telha, de vez em quando devem divertir-se a gozar um bocado com os pequenos mortais ou a fazer coisas parvas só porque sim.

Nesta pequena história é um bocado isso que apanhamos - mas feito de maneira genial.

Quando Zeus e Titan estão engalfinhados que nem dois miúdos da primária vão passando de bicho para bicho, sempre à zaragata até que chegam a um estado de gato contra pomba. Já alguém viu as aventuras do Tweety? Quando o Silvestre e o Tweety estão engalfinhadas o que faz a avózinha? Dá uma tareia no Silvestre, não é? Pois que as velhinhas são assim, fofas e perigosas!

A D. Gaeneviad vê um gatinho mau a fazer mal a uma pombinha inocente? Tareia no gato. O gato ainda lhe responde? Mais uma traulitada! Acabou-se o gato! E agora? Lembremo-nos do que se passava: não foi de um gato que a pobre senhora se viu livre, foi de Titan. Uma mortal salvou Zeus! Que dívida gigantesca que isso é, não?

Sem problema, nada que uma mesa bem recheada não arranje - ou não, visto que é uma velhinha não tinha nem tupperwares nem frigorífico para guardar tanta coisa; ou dois belos modelos masculinos desnudos no quarto à espera da senhora - que rapidamente tratou de lhes vestir umas camisolinhas, assim ficavam com frio, pobres moços.

Ver um Deus, um Deus supremo, a tentar pagar uma dívida a uma mera mortal é qualquer coisa quando essa pessoa é uma velhinha bem resolvida com a vida tudo se torna ligeiramente mais complicado.

Mas isto só com Zeus era chato, por isso temos de ir buscar mais gente para brincar: Hades ficou chateado porque a D. Gaeneviad - Genoveva, vá - devia ter morrido e não morreu por causa do sacana do Zeus, bora lá atiçar-lhe o Minotauro, o Cerberus, o Polifemo e tudo quando havia lá guardado na garagem, enquanto Zeus manda Heracles, Hermes e Poseidon (a sair de uma sanita que nem Ministério da Magia) para salvar a dita senhora.

Eu espero que se note o fascínio com que eu fiquei ao ler isto. É demasiado bom estar a ler estas coisas todas, ver estas personagens todas a aparecer e a serem só engraçadas. 

Claro que como boa velhinha que é resolve tudo à base de uma conversa calma com um belo de um chá e bolinhos, como as coisas devem ser resolvidas. Nem de outra maneira poderia ser, não é verdade?

Isto foi das coisas que mais gozo me deu de ler nos últimos tempos. Divertido, inteligente, muito bem pensado e ainda melhor concretizado! Lê-se muito rápido e vale sem dúvida a pena!

No fim disto tudo até uma nova constelação é criada:

"Who did you kick out to put her there?" 

"Orion, nobody gives a shit about orion."

segunda-feira, 27 de abril de 2015

[leituras] A Clash of Kings

Título: A Clash of Kings (A Song of Ice and Fire #2)
Autor: George R.R. Martin
Páginas: 800
Ano: 1998

Li o primeiro livro e gostei; aquele final trágico-badass ficou ali a chatear-me atrás da orelha. Não queria meter-me logo a ler o segundo mas não quis adiar muito porque fiquei curiosa. Isto ainda é grande e fui lendo outras coisas intercaladas, principalmente por ter apenas pedaços pequenos de tempo para ler e livros como estes são bons é para tirar horas sem fim só com a cara colada às páginas.

Mas lá comecei e aqui comecei a sentir muito mais do que já me tinham avisado: há imensas personagens nesta saga. O avô, o pai, o filho e o neto têm todos alguma relevância nalguma coisa, há imensas histórias cruzadas e começar a perceber quem é quem e o que fez algures no tempo nem sempre é coisa fácil.

Foi mais difícil de acompanhar a história neste caso. O primeiro achei muito mais "Vamos apresentar isto e fazer com que as pessoas gostem e fiquem apanhadas". Aqui a mensagem já é mais de desenvolver o que se anda a passar e dar contexto e corpo à história. É muito bem feito e cativa imenso, não é aborrecido de acompanhar, só tem o problema de ficar confuso com muita facilidade. As coisas começam a acontecer com muita gente ao mesmo tempo, começa a haver muito cruzamento de várias histórias, umas que já sabemos, outras que nos são apresentadas e outras que ainda estão por explicar. 

Ainda assim dá perfeitamente para manter a cabeça à tona da água, mesmo que por alguns momentos nos deixemos levar pela leitura e só passado um bocado é que nos apercebemos de quem é que estavam a falar.

Achei que este livro tem menos pontos realmente fortes. Tem momentos engraçados e marcantes para a história mas pontos que nos deixem realmente com a cabeça à banda parece-me que não houve nenhum. Nenhuma morte especialmente interessante, nenhuma traição assim tão bem feita ou pensada, tem muito mais planeamento e construção do que realmente coisas feitas. E isso é uma coisa que tenho medo para esta saga, que seja muita construção, muito contexto, muita coisa mas pouca acção. Sim, eu sei que morre gente com fartura, de vez em quando há matanças giras mas em livros de 800 páginas se só tiverem 50 com real pica é capaz de se tornar menos interessante. Pelo menos para mim que gosto de livros mais ritmados com coisas a acontecer e sem grandes partes mortas ou empapanços. (Entenda-se que por partes com interesse não precisa de ser realmente de porrada ou afins, mas tem de ter história interessante a acontecer, coisas importantes a serem feitas e ditas.)

Estou curiosa para continuar a ler disto mas acho que por agora faço uma pausa. A minha lista não está assim tão avançada quanto gostaria e por isso vou ver se me dedico mais a ler coisas de lá, talvez mais pequenas, para descargo de consciência. Mas não demorarei 6 meses a pegar no próximo. Até sair o próximo livro hei-de ter lido tudo, por isso... 





domingo, 26 de abril de 2015

Internet Attack (X)

Quero celebrar dez Internet Attack! Porquê? Porque me apetece!

Dito isto resolvi ir buscar vídeos do youtube que me são especialmente queridos! Alguns não fazem sequer sentido mas são adoráveis e pronto, estranhos. Numa outra vez faço outro apanhado só com coisas estranhas. Hoje podem ser só as coisas fofinhas e adoráveis.

Comecemos por uma confissão: I think I'm a bunny!




A quantidade de vezes que já ouvi, vi e cantei esta canção é qualquer coisa de níveis do Guiness mas é tudo tão adorável. A moça é pequena e adorável, o vídeo em home made style é só maravilhoso e o monstro/coelho é absolutamente fascinante! É tudo demasiado bom para eu não ser apaixonada pelo raio do vídeo. (E eu não tenho alturas em que digo que acho que sou um coelho de forma repetida. Isso seria estranho e doloroso para quem me rodeia. Talvez. Ok, sim!)

Depois uma música que aconselho as pessoas com mais facilidade em ficarem com coisas na cabeça a não ouvir. É conhecida e tal mas isto enfia-se no cérebro de uma maneira que ficamos uma semana com este ritmo nos ouvidos.




Um pato chato como tudo, estranho como tudo numa música e voz cativantes como tudo! O que é que isto tem de mau? Ficar uma semana com isto na cabeça! Já me aconteceu mais do que uma vez. É horrível, dou por mim a cantarolar esta tralha e eu não quero isso! Mas acontece. E é capaz de ficar a acontecer agora, é melhor nem pensar muito nisso!

Depois há vídeos mega fofinhos em todo o lado. Às vezes são gatos, outras vezes bebés, outras vezes gatos com bebés, ou cães, ou coisas afins, o youtube está a abarrotar disso. 

Depois há imensos vídeos de life couching e afins. Sim eu sei que não há nada melhor para isso do que ver os vídeos do Gustavo Santos, são ridículos o suficiente para uma pessoa perder 5 kg a rir daquilo. Enquanto interioriza a mensagem, claro, olha agora quem é que não lhe dá qualquer tipo de credibilidade em como viver a vida, quando é um autor consagrado com uns 5 ou 6 livros. Ah, pois! Temos aqui um expert. Em ginástica, entenda-se. Há ali movimentos de braços e ancas, conjuntos e sincronizados, que nem as atletas olímpicas chinesas fariam melhor. Enfim, dispersei! 

O ponto é: há um dia mau na nossa vida e queremos arrebitar um pouco? Nada nos motiva e queremos desistir e virar ermitas?




É absolutamente o vídeo mais fofinho que eu conheço, o raio da miúda é adorável e quem não ficar mais animado depois disto não sei. Isto é o poço de fofura mais fundo que conheço.

Ah, enfim. Vídeos no youtube há muitos. De vez em quando faço umas coisas assim, com vídeos. Estes foram fofos, os próximos serão dos estranhos, boa?

sexta-feira, 24 de abril de 2015

[series] Breaking Bad (#2)

Título: Breaking Bad (#2)
Criador: Vince Gilligan
Duração: 50 min por ep (13ep)
Ano: 2008-2013

Ora bem, aqui há uma coisa, e uma apenas, que se sabe com toda a certeza no fim desta temporada: há tipos carecas a rodos lá para os lados de New Mexico.

Se tivermos isso de lado e quisermos ver para além das reduzidas quantidades capilares esta série não deixa de ser fixíssima.

Eu sabia que ia gostar, já muita gente me tinha dito que sim, era coisa para eu ficar viciada e adorar e tal mas quando andava a passar andava a ver outras coisas - go figure - e acabei por só pegar nela já acabada. Diga-se que isto tem vantagens, não tenho de esperar por episódios novos, não tenho dificuldade em ver uma temporada inteira num dia. São coisas que não se pode dizer de todas as séries que ando a acompanhar - não é Sherlock?

Tudo isto é engraçado mas a série ainda é melhor. A dupla Jesse e Mr. White funciona à mil maravilhas, mesmo nas vezes em que quase se matam um ao outro, e aquilo que no início se via que tinha tudo para dar uma grande bodega começa a crescer e a um ritmo bem mais acelerado do que se podia estar a contar. 

O Gustavo também começa a dar o arzinho da sua graça - ou a ser creepy como o catano, escolham - e a série começa a compôr-se.

O tempo não anda a ser muito e andar a ver esta série não é a melhor das ideias. É demasiado interessante para não ver num instante! Mas tenho mais que fazer, não é verdade? Bem, ninguém tem de saber... Eu cá me amanho aos poucos, até porque cheira-me que isto na próxima temporada melhora!

quarta-feira, 22 de abril de 2015

[leituras] The Catcher in the Rye

Título: The Catcher in the Rye
Autor: J. D. Salinger
Páginas: 277
Ano: 1951

Antes de mais adoro o nome que deram a este livro em português: O apanhador no Campo de Centeio no Brasil e Uma agulha num palheiro em Portugal. O título do Brasil é a tradução literal, é estranho mas pronto. Em Portugal estes títulos fazem-me alguma comichão, não tem nada a ver com nada, enfim. O título em inglês sempre me chamou a atenção: durante muito tempo não sabia o que era "rye" e a sonoridade só me soava a "Catch her in the eye!"... Eu juro que não mato galinhas nem cabras em honra a nada mas era o que me soava. Leria esse livro com toda a certeza e com altas expectativas.

Passado o momento de devaneio: lá li o livro. E estou decepcionada. Também tenho de ser sincera: eu achava que este livro devia ser interessante e bom de se ler sem sabe muito bem porquê. Ouvi falar bem dele umas poucas vezes e pelo título e capas chamava-me a atenção mas nada mais que isso. 

Eu gostei da escrita, não é das que desliza mega bem mas é boa, tem uma linha condutora que sabe bem de acompanhar. Mas conta tanta coisa sobre tanta gente e tanta situação e nada interessa. É um livro muito cheio, muito pormenorizado em coisas que não interessam a ninguém.

Estamos dentro da cabeça do moço e vamos saltando nos pensamentos dele que ainda são mais saltitões que ele. É um rapaz muito confuso, com uma grande necessidade de acompanhamento psicológico e nós andamos por ali a vasculhar na vida dele durante dois dias, a ver as loucuras dele. Tão depressa quer ir embora para sempre como quer ir ao cinema com uma rapariga por quem acaba de descobrir que está perdidamente apaixonado mas afinal já a pode tratar mal e isso está correcto também, e agora pode ligar a mais não sei quem e agora visita a irmã e depois tem de ir passear não sei onde a buscar não sei o quê... .... ....

A adolescência é uma fase complicada, sim senhor, as hormonas andam fortíssimas e os nossos pequenos cérebros ainda estão meio baralhados mas isto é um caso clínico! 

No fundo não fiquei fã do livro. Não me consegui apegar à personagem principal - gostei mais da irmã! - e tão pouco gostei das voltas todas que acompanhamos, mentais ou não, com todos os detalhes e histórias lá enfiadas. 

Preciso de um livro com mais história para lavar as vistas. Martin, é tempo de mais um pouco de GoT.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

[leituras] Novos X-Men - Revolta na Mansão (#6)

Título: Novos X-Men - Revolta na Mansão (#6)
Argumento: Grant Morrison
Desenho: Keron Grant, Frank Quitely, Phil Jimenez
Ano: 2004


Assim de forma muito aleatória pego nestas histórias dos Novos X-Men mas não faz muito mal.

Estranho estranho é ver a Jean Grey viva e a espingardar contra tudo o que mexe. Mas pudera, estava a ser traída pelo marido. Enfim, problemas conjugais são sempre matéria complicada, muito mais no meio de mutantes, pior ainda se um deles for telepata.

Mas bem, temos a Escola do Prof. X a abarrotar de novos mutantes a aprender coisas novas. Muitos deles são estranhos como tudo mas é engraçadíssimo ver o que estes criadores se lembraram de meter como mutação: desde um tipo gasoso apenas contido pelo seu fato e que mais tarde ou mais cedo é libertado (agora voltar a juntá-lo vai dar um trabalho de entropia desgraçado), um tipo com orgãos e músculos transparentes o que lhe dá um ar estranhamente gelatinoso e assustador (com os olhos a passear naquela gelatina toda), eu sei lá, é um grupo grande e muito estranho mas acaba por dar um ar realista - destro deste mundo - à coisa: não são só os mutantes bonitos e perfeitinhos que entram na escola, há mutantes muito muito estranho, mas são mutantes como os outros.

Uma Emma Frost muito atiradiça, um Wolverine muito totó (vou culpar aquela goatie manhosa que deixou crescer), um Prof. X muito apático, um Hank fixíssimo, como sempre e um grupo de alunos que se lembra de ser mau, porque são mutantes e merecem ser mais do que os outros. Um tema bastante batido na luta entre mutantes e humanos mas ainda assim que achei que conseguiram lidar com tudo de maneira interessante e nada aborrecida. Não sei muito bem se por mérito de argumento ou das personagens que envolveram na história.

Isto assim a seco, fora do contexto, e sem mais nada a reportar parece um bocado perdido mas fiquei curiosa para saber que mais aventuras estes novos X-Men têm para nos mostrar. Sou bem capaz de ir à procura dos outros volumes, até porque este acabou num ponto muito sensível ...

domingo, 19 de abril de 2015

Internet Attack (IX)

Eu gosto de cinema e gosto de acompanhar as novidades, as revelações, as ideias, os prémios, enfim as coisas que rodam neste grande mundo cinematográfico que temos hoje em dia.

Acaba por ser um meio cheio de gente - a abarrotar, às vezes - e que consegue reunir de tudo um pouco, tal e qual como nos filmes que andam a rodar.

Depois há personagens que se destacam pelos mais variados motivos. Neste caso falemos um pouco de Jack Nicholson. Quem é que não conhece o tipo que fez de Joker, que canta um "I feel pretty" dos mais estranhos que já ouvi e que tem o mais bonito e maravilhoso (e  creepy como a porra) dançar de sobrancelhas?

Pois bem, eu não sabia - até porque isto foi em 1974 e se em Portugal se andava nas ruas pela revolução eu ainda estava, e para estar, no reino da inexistência - mas nos BAFTA este Senhor fez uma aceitação de prémio no mínimo invulgar.


Que ele é louco já se sabia, que o mostrasse de forma tão efusiva não estava assim a contar. É pena que ele agora não ande a ser nomeado para prémios, é dos poucos que poderia fazer um espectáculo interessante e diferente numa cerimónia destas (para o bem ou para o mal).

Agora, eu aviso desde já que não tenho culpa daquilo que a internet me mostra. Não fui eu que fiz estas coisas ou sequer que dei a ideia. Aparecem-me à frente e não tenho culpa de achar, no mínimo curiosa a maneira de pensar de dados criadores.

Sem grandes alaridos sigamos:


Sim, é exactamente aquilo que parece. É um vídeo que tenta ser emotivo e chamar a atenção para um problema complicado da vida desta senhora. Eu encontro muita coisa nojenta por aí mas esta é especialmente estranha e má. Porquê pessoas que fazem vídeos? Porquê?

Para acabar em bem - e eu tenho de confessar que a diversidade das coisas que ponho aqui é qualquer coisa - mostremos bebés.

Apanhei este trabalho há não muito tempo e achei uma coisa absolutamente ternurenta. Aqui há uns anos ouvi alguém dizer que quando nascemos todos temos cara de joelho. Não é assim tão mentira quanto isso. Somos todos enrugados, vimos meio roxos, envoltos em sangue e nhanha. Passados uns dias até podemos ficar engraçadinhos mas assim que nascemos somos mesmo um bocado estranhos.



Estas fotos destes pequeninos acabados de sair para o mundo podem parecer estranhas e até um bocado nojentas mas no fundo são a coisa mais adorável que há. São aquelas pequenas coisas de ar nojento e duvidoso que um dia nos vão substituir - esperemos que um bocadinho mais lavados.



Esta sessão é lindíssima, tem fotos absolutamente maravilhosas e algumas muito divertidas (a criança ali em cima parece-me que já saiu a cantar o Sole Mio).






sexta-feira, 17 de abril de 2015

[series] Breaking Bad (#1)

Título: Breaking Bad (#1)
Criador: Vince Gilligan
Duração: 50 min por ep (10 ep)
Ano: 2008-2013

Ora bem, estava na hora. Não acompanhei isto quando devia, agora já há spin-off a sair e eu mais cedo ou mais tarde tinha de pegar nisto. 

Toda a gente me dizia que ia adorar, que era uma série mesmo à minha medida: hardcore e nerd, bastante de ambas, bem como eu gosto.

E veredicto no ponto onde estou: porque é que eu não vi isto antes?

Não há cá período maricas de iniciação em que nos primeiros episódios vamos apresentar as coisas e portanto são mais sossegados. Não! Nada disso! É para começar uma série, é em grande! 

Quero só deixar aqui a nota de que quando quis começar a ver a série os episódios que tinha disponíveis estavam em francês. Resultado, estava tranquilamente a pensar que ia ver o primeiro episódio de BB e qual não é o meu espanto quando Walter White apenas diz "Merde! Merde!". Eu que não sou fã de francês acho que é das palavras que eles têm que melhor sonoridade tem mas estava a achar muito difícil que o tipo que pensou na série fosse dar-me esse pequeno gostinho logo assim para começar. Enfim, lá percebi que estava em francês e rapidamente resolvi a situação. Não deixa de ser uma prova concreta do meu lado mais totó e das aventuras que de vez em quando me aparecem à frente.

Eu acho que não há ninguém neste mundo que não saiba pelo menos a premissa disto: um professor de química que descobre que tem cancro e resolve começar a fazer e vender metanfetaminas para deixar dinheiro à família. É uma boa premissa mas o que fizeram a partir dela ainda foi melhor. 

Boas personagens com grandes evoluções ao longo dos episódios (e personagens detestáveis que já podiam ter falecido, ou nem sequer apareciam que era melhor - Yes Skyler, I'm looking at you!), e ainda só estou no início, situações ao mesmo tempo hardcore e divertidas que deixam uma pessoa completamente rendida. A dupla Walt e Jesse é simplesmente brutal! São ambos loucos mas acabam por encaixar na perfeição. Muito bom trabalho para estes senhores. 

A série não é grande, são só 5 temporadas (com número crescente de episódios, não é? Porque dinheiro!) e cheira-me que não demoro muito a vê-la. É viciante. Acaba por ser tão engraçada e diferente que pega uma pessoa ao ecrã. Ainda por cima são do tipo sacana que acaba sempre o episódio num cliffhanger qualquer...  

Enfim, há personagens que ainda têm ali mito potencial para fazer bodega, ainda há muita coisa para acontecer e eu estou desejosa de descobrir. Não há-de faltar muito. De certeza... 



quarta-feira, 15 de abril de 2015

[leituras] Kingdom Come - Estranho Visitante (#1)

Título: Kingdom Come - Estranho Visitante (#1)
Argumento: Mark Waid
Desenhos: Alex Ross
Ano: 1996


Depois de me ter apaixonado pelo trabalho de Alex Ross fiquei fascinada com a técnica deste senhor com o Mithology. Nesse livro havia imensas referências a este Kingdom Come. Não é que soubesse alguma coisa sobre o que seria ou o porquê de ser tão interessante para aquele mega geek. 

Agora pegando no primeiro livro fiquei mortinha por mais. A arte de Ross não é, ou não me pareceu, a mais realista a que me fui habituando no Mithology, ou isso também poderá vir da diferença nas edições que dão uma diferente textura às imagens.

Mas pela história fiquei interessada em continuar a ler o que vem daqui: o Super Homem vive na sua quinta a plantar batatas e tratar das vacas, a Wonder Woman anda na sua ilha sossegada, o Green Lantern anda lá no espaço a não fazer nada, resumindo: os nossos amigos super heróis não andam no sítio onde os costumávamos encontrar: combater os maus. Só o Batman continua badass como sempre e não deixa que haja cá coisas! "Ele mantém a cidade dele sob controlo", ai não. Agora vivem uma vida mais sossegada, ou viveram até agora, porque acabamos exactamente com a aparição de um Super Homem no meio da multidão a salvar alguém depois de levar um choque de realidade quando a Wonder Woman o obriga.

O certo é que a população está completamente descontrolada, não há qualquer sentido de responsabilidade, de correcção, de nada. Não há respeito nem interesse nem nada. Depois de um mundo muito marcado pela presença de super heróis, que deixaram a sua marca, agora o mundo vê-se a braços sem a protecção que julgava ter quando o Super Homem liderava um grupo contra o que quer que fosse!

Ainda não consigo estar apanhada por esta história mas acho que tem muito potencial para ser qualquer coisa muito, muito interessante. Vou ver se consigo apanhar o livro completo para o ler e ver no que isto dá. Para começo este Estranho Visitante deixou-me muito curiosa, o que é bom.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

[leituras] I, Robot

Título: I, Robot
Autor: Isaac Asimov
Páginas: 225
Ano: 1950


É sempre um gosto pegar em Asimov. É sempre uma escrita que se lê maravilhosamente e as histórias são qualquer coisa de muito especial.

Aqui temos várias histórias interligadas numa era em que os Robots são os melhores amigos dos humanos. O que não dá jeito, o que exige demasiado esforço é ideal para um robot e os humanos já não têm de se preocupar. 

Mas quem é que nunca ouviu falar das três leis de Asimov? O livro gira muito em torno de "brincadeiras" com essas três leis, como funcionam e não, como se pode dar a volta à sua existência ou onde é que podem falhar.

A história da inteligência artificial é sempre interessante de observar mais que não seja pelo processo que é desenvolver uma consciência e um pensamento lógico. Ali vemos a base das bases, é uma folha em branco na qual começaram a escrever, dependendo da maneira como está escrito e onde há desfechos diferentes. É um equilíbrio muito sensível com que se joga nestas coisas e é engraçado como vemos o raciocínio que os ditos robots seguem e como pensam. Vemos nascer crenças, descrenças, interesse, revolta,... É interessante vê-los realmente a nascer, não é só mais um sentimento ou mais uma situação nova, é o nascimento de um estado consciente que a nós nos são inatos mas que ali acabaram de se criar. Acho fascinante, realmente fascinante.

É um livro que se lê super bem, envolve com todas as histórias, a relação de pessoas e robots, o choque de personalidades humanas e humanamente criadas e isso torna-se estupidamente interessante.

É Asimov, não é? Não há muito por onde falhar. Há poucos autores que me saiba tão bem a ler em qualquer coisa que pegue. É sempre um sonho. O Sonhos de Robot anda cá por casa, se calhar tem de vir mais para o cimo da lista "A Ler". Fiquei com vontade...

domingo, 12 de abril de 2015

Internet Attack (VIII)

As moças de uma maneira geral andam à procura do seu Príncipe Encantado durante a sua vida. Desde pequenas que vêem nos filmes aqueles tipos altos, loiros de olhos azuis, num cavalo branco, a salvar donzelas em perigo. Eu nunca gostei dos príncipes. Costumam ser pouco espertos e uma cambada de meninos mimados que têm tudo o que querem. São aborrecidos e definitivamente não lhes acho piada nenhuma. Resultado: sempre fui fã dos vilões, quanto mais loucos e hardcore melhor. Tenho um especial carinho pelo Sr. Joker. É completamente louco da cabeça, clinicamente louco, mas é super interessante e inteligente!



Tudo o que meta Joker acaba por me interessar e arrebito logo a orelha, especialmente se associado tiver a pergunta: "Podemos morrer de tanto rir?".

Pelos vistos sim, embora não sem mais nada. O rir pode despoletar reacções que podem levar À morte mas é preciso ter condições para que isso aconteça. É um bocado chato, não me parece uma má maneira de morrer - há um tipo que morreu enquanto estava a ver um programa de comédia na televisão. É chato, não é? Morrer assim enquanto as coisas estão divertidas, mas ao menos morremos com um sorriso nos lábios... (Like Joker, get it, get it?)

Enfim, avencemos para outra coisa que me faz chocalhar o Tico e o Teco com muita violência: joalharia... anatomicamente correcta. Não sou especial fã de joalharia de uma forma geral mas quando me aparecem colares com cérebros, corações ou afins anatomicamente correctos.... Ah, algo dentre de mim se acende e tenciono ter todos! Ainda não tenho nenhum, ainda não os encontrei verdade seja dita, mas é demasiado interessante e bem pensado para não investir numa coisa destas.









O que me levou a trazer isto para aqui foi ver uma adaptação deste tipo como nunca tinha visto. Fizeram um anel, anatomicamente correcto, com um clítoris. A ideia é estranha mas até ficou engraçado, o raio do anel.



Sinceramente duvido que haja muita gente que ao olhar para o anel consiga reconhecer ali alguma coisa mas enfim...

Agora, às vezes há tipos que têm ideias para fazer coisas. Soam estranhas - muitas são mesmo muito estranhas - mas até ficam coisas engraçadas. Neste caso é uma espécie de jogo de colagens mas que acabou por funcionar bem e dar uma experiência muito curiosa e interessante!





Foram feitas várias e confesso que eu acho que ficaram muito bonitas e bastante interessantes. Uma perspectiva e adaptação diferente do habitual para estas coisas!

Valha-nos pessoas com imaginação, coragem e capacidade para levar coisas para a frente! Eu cá agradeço...


sexta-feira, 10 de abril de 2015

[cinema] The Help

Título: As Serviçais (The Help)
Realização: Tate Taylor 
Argumento: Tate Taylor, Kathryn Stockett
Elenco: Emma Stone, Viola Davis, Octavia Spencer
Duração: 146 min
Ano: 2011


Eu devia ver estas coisas nos tempos certos. Sabia que havia de apreciar ver este filme mas acabei por adiar e adiar. Às vezes falta-me força para ficar duas horas sentada, sossegada, a fazer mais nada que não seja olhar para um ecrã.

Mas agora vi. E gostei imenso. É um daqueles filmes desenhados a régua e esquadro para ir a Óscares, sem qualquer dúvida mas lá que está um bom trabalho, isso ninguém pode negar. Ficou um filme forte, com muito emoção à flor da pele e a mostrar uma realidade que embora não seja a nossa não é assim tão distante quanto isso.

As empregadas que são mais mães do que as biológicas, que são mais parte da família do que aqueles de sangue mas que no fundo são completamente desprezáveis, substituíveis e têm pouco mais valor do que uma simples empregada. Apanhamos situações deste calibre em conjunto com a realidade de que estas serviçais eram pretas e para as "Senhoras finas" somos todos humanos mas uns mais que outros, "sabe-se lá que doenças é que podem ter". Não se podem juntar, têm de ter casas de banho próprias - para evitar que se apanhem as "doenças que eles lá têm" mas no fim do dia quem toma conta dos seus filhos são as mesmas pessoas de quem têm tanto nojo. Não deixa de ser irónico!

A quantidade de maus tratos que se vão vendo e sabendo para com estas serviçais leva a que uma jovem jornalista consiga relatos reais do que se passa com estas pessoas - mesmo com todo o medo inerente a uma decisão dessas. Porque verdade seja dita: qual das Grandes Senhoras é que quer assumir que sim senhora, aquele caso da serviçal que fez uma tarte com as próprias fezes e as deu de comer à patroa foi comigo, estava muito boa. (Isto acontece mesmo e tenho de confessar que tive de parar o filme durante uns segundos pata poder rir em condições.)

O elenco está muito bem escolhido, conseguiram criar personagens muito fortes e muito bem definidas que dão uma dimensão muito realista e muito mais interessante à história do que de outra maneira.

Há uns poucos de filmes deste tipo que acabam por ser muito falados e dão-lhe muito valor pela mensagem passada e pela mudança de mentalidades em que já se pode falar, brincar comentar e demonstrar às claras aquilo que foi (e em alguns casos ainda é) uma realidade demasiado estúpida para conceber verdadeira.

Enfim, é um bom filme e digo só tanto Viola Davis como Octavia Spencer são uma escolha mais do que acertada para o papel desejado.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

[leituras] X-Men - Days of a Future Past

Título: X-Men - Days of a Future Past
Argumento: Chris Claremont, John Byrne,
Desenho: John Byrne, John Romita Jr.
Arte-final: Terry Austin, Bob McLeod,
Cor: Glynis Wein,
Páginas: 184
Ano: 1981


Eu gosto do grupinho de X-Men, são mais crus do que os Avengers e têm aquele ar marginal, é giro. Essa parte às vezes até consegue mascarar um bocadinho aqueles momentos que nos aparecem e que mesmo num mundo de mutantes e super heróis e sei lá mais o quê são estranhos. Senão como é que se explica que logo na primeira história que nos aparece aqui tenhamos de forma passageira e normal o caso de alguém que absorve a energia vital de uma pessoa e se transforma num pterodáctilo chamado Sauron. O quê???

Confesso que não consegui esquecer este episódio que é demasiado aleatório e estranho para dar credibilidade ao que quer que seja. Seres com poderes? Ok. Que esses poderes sejam os mais estranho e convenientes de sempre? Também se aceita. Agora, o mínimo de decência para com quem lê isto. Um pterodáctilo? Chamado Sauron? Nem sei!

Porque de resto eu gostei imenso do livro, vou ter de confessar. A primeira história dá-nos um apanhado da história dos X-Men até à morte da Jean Grey, temos a história que dá nome ao livro que é interessante e bem feita, com pessoas do futuro a voltar ao seu corpo no passado, enquanto acompanhamos o que se passa em ambos os tempos, há muita coisa gira a acontecer mas entrarem assim num apanhado de acontecimentos com Pterodáctilos Sauron transformados assim do ar, isso não, vá lá.

Um Wolverine com os seus momentos repentinos e mortíferos, um Dr. Strange a ser badass, uma Ororo sempre maravilhosa, uma Kitty Pride ora muito inocente ora muito experiente, enfim de tudo aparece nestas páginas. Vamos ao Inferno de Dante e a tempos passados e futuros; vemos pessoas que já sabemos mortas e vemos a morte de algumas que julgávamos imortais. É muita emoção para um livro. São comics juntos que fazem uma bela duma leitura.

Não fosse o pterodáctilo, claro.. Isso ainda vou ficar à espera que faça sentido. Mas vou esperar sentada...




segunda-feira, 6 de abril de 2015

[leituras] Creepshow

Título: Creepshow
Autor: Stephen King
Adaptação: Bernie Wrightson
Ilustração: Michelle Wrightson
Páginas: 66
Ano: 1982

Stephen King? Não me costuma falhar! George Romero? É um tipo que gosta de zombies assim à maluca. Um livro com mão dos dois, bd, com um ar fenomenal? Bora lá, não é preciso pensar muito!

Já por norma assim que vejo livros com este estilo fico aos pulinhos, o Tico e o Teco não sabem ficar quietos e têm de descobrir mais coisas e ler e ver e babar-se completamente para cima daquele livro - mesmo sem saber o que é, de quem, bom ou mau, este arzinho deixa-me sempre interessada, se à mistura se juntar King tenho o caldo completamente entornado.

Descobri este pelo Goodreads que mo mostrou como leitura recomendada e eu não sei lá os algoritmos que eles têm mas obrigada gnominhos do Goodreads. Continuem a mostrar-me estas coisas e eu serei uma moça mais feliz.

São cinco histórias, simples, sucintas, engraçadas e bem creepy (eu bem que tenho andado atrás de uma palavra que me substitua o creepy mas não consigo! Em português não temos nada que dê a mesma ideia que o creepy por isso vou ter de manter isto assim). Não são histórias que deixem os pelinhos da nuca arrebitados nem é uma coisa que não se leia bem à noite, já na cama, com as luzes apagadas. Ainda assim está o tipo de história curta com uma ideia estranha e semi-assustadora que soa bem. Eu gosto bastante deste estilo. As ilustrações acabam por dar aquele toque final, com o nosso host, o Creep, a ir fazendo de narrador, nos vai dando pormenores quanto ao que se vai passando e às vezes é muito pela voz dele que o suspense vai aumentando e a história vai ficando mais interessante.

Isto vale muito pele arte, cores lindissimas, desenhos creepy q.b. e a acompanhar a história na perfeição. 

Não é um livro para assustar ou para ter emoções fortes, é quase um livro de terror juvenil (ponham o devido desconto de que eu comecei a ver destas coisas desde muito cedo e continuo a piorar o meu caso arranjando sempre mais hardcore, é importante dar essa abébia à parte do "juvenil"): engraçado, com ideias assustadoras bem contadas mas que não nos deixam com medo do escuro.

O passo seguinte é ver o filme. O Romero pegar nisto e fazer qualquer coisa deve ter sido interessante e cheira-me que se até agora achei um livro soft sou capaz de não achar o mesmo do filme. Aguardemos!

domingo, 5 de abril de 2015

Internet Attack (VII)

Todos nós temos actores que gostamos mais ou menos. Inevitavelmente há uns poucos que já os conhecemos com alguma idade e mesmo já andando em representação há uns anos largos para nós são sempre velhos, desde o (nosso) início que os vemos assim.

Alguns é pelo estilo, outros talento, outros os papeis geniais que fizeram e depois chega um dia em que vemos o inicio de tudo. Antes de serem os tipos badass que conhecemos podem ter sido muito diferentes:



Well, hello Mr. Snape. Or should I say Judge Turpin. I could call you for several names but I was not expecting a Sherlock Holmes.

O arzinho do estilo de Benedict Cumberbatch está lá, aquele ar alheado do mundo do Holmes também. É uma óptima junção mas ver Alan Rickman novinho e neste estilo é qualquer coisa de rir um pouco. Eu pelo menos achei. Este nem é o caso pior, de vez em quando apanha-se com cada surpresa que parecem duas.

Agora uma nota um pouco bibliográfica: nunca fui fã de Barbies, não era miúda de gostar de bonecas - a não ser para lhes arrancar cabeça e/ou membros e emaranhar o cabelo - mas ainda em modo pequena fui a uma exposição de Barbies e desde esse ponto que fiquei com algum carinho a essas mostras de imensas bonecas quase iguais e irrealistas vestidas de maneiras engraçadas e diferentes.

Encontrei estas que têm um ar curioso, digamos.



Há algumas mais assustadoras e mais esquisitas mas esta lista já é qualquer coisa de interessante.


Esta tem o Fábio. O Fábio!!! Quem não sabe quem é O Fábio anda a perder muita coisa na internet. Mas vejam com moderação. Sempre.

Para finalizar em beleza: coisas estranhas! As minhas favoritas!

A história da Alice no País das Maravilhas já deu muitos livros, muitas histórias, muitos quadros, músicas, vídeos, bonecos, sei lá, tudo o que se possa imaginar.

Da mesma maneira também já se sabe que há maneiras e maneiras de contar as histórias, esta incluída. Porque não uma forma mais psicadélica?


Ah, os anos 80. Ah, as coisas estranhas.

É preciso dizer ais alguma coisa? Eu acho que não!

sexta-feira, 3 de abril de 2015

[cinema] A Serbian Film


Título: A Serbian Film (Srpski Film)

Realização: Srdjan Spasojevic
Argumento: Aleksandar Radivojevic, Srdjan Spasojevic
Elenco: Srdjan Todorovic, Sergej Trifunovic, Jelena Gavrilovic
Duração: 104 min
Ano: 2010

Eu não conhecia este filme até me confrontarem com a realidade de ser dos piores filmes de sempre. Não tanto pela parte de ser mau como pela parte de ser uma história terrível, muito muito forte e com cenas extremamente chocantes.

"Não sei que raio de pessoas é que vêem este filme.", "O filme é demasiado mau, não conseguiria ver cinco minutos desse filme.", e coisas afins foi o que fui lendo aqui e ali. E pronto, a curiosidade falou mais alto e queria ver o quão mau é que isto podia ser.

Bem, é mau. Muito muito mau. 

O filme até está bem feito, gostei do elenco escolhido, gostei da representação apresentada, o argumento está interessante, a história está bem construída... O problema é o conteúdo. 

É um filme muito forte que não aconselho, de todo, a estômagos que possam ser sensíveis. Não digo só os que são sensíveis por natureza mas mesmo aqueles que até aguentam umas coisas nojentas aqui se calhar querem passar um bocado por cima.

Temos um actor pornográfico reformado, supostamente o melhor que existia na região, que deixou a indústria para se dedicar à mulher e ao filho até ao dia em que lhe acenam com um número com uma boa dose de zeros para fazer apenas mais um. Parece dinheiro fácil... não fosse o tipo de filme que é. 

Desde o início das filmagens que é tudo muito realista  gravado sem edição nenhuma, com câmaras a todo o momento mesmo sem qualquer guião a suportar o que fosse. As situações aconteciam, eram-lhe postas à frente - algumas com sexo à mistura outras não - mas sempre com coisas muito estranhas a acontecer. 

Não vale a pena contar muito sobre o desenvolvimento que as coisas levam, apenas que o filme pornográfico era mais do estilo snuff video e longe estaria ele de imaginar a quantidade de alarvidades que acabariam por acontecer assim que o drogam - por perceberem que ele não estava disposto a fazer nem metade das coisas que eles queriam gravar.

Isto apanha de tudo um pouco, desde violência muito agressiva a pedofilias várias. O filme não é extremamente explícito mas é explícito o suficiente para mostrar algumas imagens que, tenho a certeza, não me sairão da cabeça com facilidade. 

Eu a início pensei que iria ver muito mais do que vi, ou seja, que veria as coisas mais directamente e abençoado realizador que é louco mas não tanto que acabou por fazer um filme num limiar muito sensível entre o que é muito horrível, nojento e perturbador e o traumatizar uma pessoa para todo o sempre. Eu digo isto mas tenho uma capacidade um bocado superior ao comum mortal para ver coisas terríveis e conseguir descartá-las ou levá-las como ficção que são mas tenho plena noção que um filme destes é óptimo para dar pesadelos a imensa gente, não só os naturalmente mais sensíveis.

O filme está bem feito, diga-se o que se disser mas ainda assim não consigo dizer a alguém para o ver. É muito hardcore e tem pelo menos duas/três cenas que só dão vontade de carregar o Stop e nunca mais pensar que o filme existe. Se houver corajosos para isso por favor comuniquem.


quarta-feira, 1 de abril de 2015

[leituras] Manifesto Comunista

Título: Manifesto Comunista
Autor: Karl Marx, Friedrich Engels
Ano: 1847


Antes de mais: qual é a panca desta gente por barbas? Eu até sou fã de homens de barba mas o amor a barbas deste pessoal toda é qualquer coisa de espectacular. Dito isto, prossigamos.

Quando olhava para os livros do manifesto eram todos de tamanhos diferentes, alguns com mais de 300 páginas. As edições dos livros conseguem ser muito diferentes mas estava a contar com uma leitura ainda grandinha. Pois que não. Não sei precisar quantas páginas tem mesmo o Manifesto, na edição onde li tinha umas 20 páginas de prefácios de vários anos e vários países e no fim entrevistas e rascunhos e sei lá mais o quê. Só em prefácios era bem capaz de ter mais páginas do que o Manifesto em si.

Eu tinha alguma curiosidade para ler isto, tanto que estava na lista para 2015. Não é que tenha algum tipo de interesse comunista - ou político de uma maneira geral, confesso - mas ver as bases destas coisas é engraçado. Dá para ver mais um bocadinho do que são as pessoas e do que é preciso para lhes dar a volta da melhor (ou não) maneira. 

Não fiquei mais ou menos comunista por ler isto, sinceramente este tipo de texto chateia-me um pouco. Há maneiras e maneiras de dizer as coisas, se tivermos jeitinho dizemos as coisas da maneira certa e as pessoas ouvem, pior, as pessoas acreditam e seguem piamente.

Achei o texto muito pensado, muito focado em transmitir uma mensagem forte e que marcasse definitivamente a posição ao mesmo tempo que não dava margem para balanços quanto aos ideais que defendem. Ainda assim, e ai mãe o que vou dizer, não achei nada de especial. É um texto populista, tende a ser reaccionário mas ao mesmo tempo demasiado simplista. Vê-se as coisas da forma que dá jeito. Podemos até estar a esquecer que vamos fazer algumas coisas contra aquilo que defendemos, mas não contra nós. No meio da efusividade toda que é posta no texto quem ler de forma mais embrenhada nem dá conta mas analisando de fora e de forma fria... não me convence, de todo.

Diga-se que até acho que o regime comunista nalgumas coisas tem a sua razão, assim como não a tem noutros pontos. E o mesmo se passa com muitas ideologias políticas. E depois há o grande pormenor de que todas estas coisas são lindas na teoria, quando chega à altura de por em prática dá tudo uma grande bodega, nenhuma é o que diz ser e muito menos resulta da maneira que é esperado. 

Enfim, eu e política não jogamos. Com ou sem Manifestos mais ou menos bem escritos. Foi giro mas não é coisa para mim.