Autor: J. D. Salinger
Páginas: 277
Ano: 1951
Antes de mais adoro o nome que deram a este livro em português: O apanhador no Campo de Centeio no Brasil e Uma agulha num palheiro em Portugal. O título do Brasil é a tradução literal, é estranho mas pronto. Em Portugal estes títulos fazem-me alguma comichão, não tem nada a ver com nada, enfim. O título em inglês sempre me chamou a atenção: durante muito tempo não sabia o que era "rye" e a sonoridade só me soava a "Catch her in the eye!"... Eu juro que não mato galinhas nem cabras em honra a nada mas era o que me soava. Leria esse livro com toda a certeza e com altas expectativas.
Passado o momento de devaneio: lá li o livro. E estou decepcionada. Também tenho de ser sincera: eu achava que este livro devia ser interessante e bom de se ler sem sabe muito bem porquê. Ouvi falar bem dele umas poucas vezes e pelo título e capas chamava-me a atenção mas nada mais que isso.
Eu gostei da escrita, não é das que desliza mega bem mas é boa, tem uma linha condutora que sabe bem de acompanhar. Mas conta tanta coisa sobre tanta gente e tanta situação e nada interessa. É um livro muito cheio, muito pormenorizado em coisas que não interessam a ninguém.
Estamos dentro da cabeça do moço e vamos saltando nos pensamentos dele que ainda são mais saltitões que ele. É um rapaz muito confuso, com uma grande necessidade de acompanhamento psicológico e nós andamos por ali a vasculhar na vida dele durante dois dias, a ver as loucuras dele. Tão depressa quer ir embora para sempre como quer ir ao cinema com uma rapariga por quem acaba de descobrir que está perdidamente apaixonado mas afinal já a pode tratar mal e isso está correcto também, e agora pode ligar a mais não sei quem e agora visita a irmã e depois tem de ir passear não sei onde a buscar não sei o quê... .... ....
A adolescência é uma fase complicada, sim senhor, as hormonas andam fortíssimas e os nossos pequenos cérebros ainda estão meio baralhados mas isto é um caso clínico!
No fundo não fiquei fã do livro. Não me consegui apegar à personagem principal - gostei mais da irmã! - e tão pouco gostei das voltas todas que acompanhamos, mentais ou não, com todos os detalhes e histórias lá enfiadas.
Preciso de um livro com mais história para lavar as vistas. Martin, é tempo de mais um pouco de GoT.
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