
Autor: Anthony Burgess
Páginas: 352
Ano: 1962
Vi o filme há já uns tempos mas adorei aquilo. A crueza dos comportamentos, a indiferença, as atitudes drásticas, é fabuloso. Sabia que tinha de ler o livro mas a par com o 1984 foi sendo arrastado, e arrastado, até agora.
Em conversa, ainda no início da leitura, descrevi este livro como brutal mas com classe, e não me enganei, é exactamente isso.
É um livro duro, com cenas muito cruas e agressivas, num contexto que nos é estranho e com pessoas muito diferentes daquilo que conhecemos, mas não tão diferentes que não consigamos ver isto a acontecer na realidade. Isso dá-lhe um ar terrível, de ser possível de o vermos ao nosso lado e isso é do melhor/pior que podemos apanhar numa história.
O livro é contado na primeira pessoa e numa linguagem diferente. Felizmente a versão onde li têm um Glossário de Nadsat (Nadsat == adolescentes) o que facilita a leitura. De qualquer das formas é um bocado chato estar sempre para trás e para a frente. Claro que rapidamente as palavras mais usadas foram assimiladas no meu dicionário mas de vez em quando lá tinha de ir ao fim do livro e ver o que queria dizer alguma coisa.
Mas é a única "falha" porque mesmo o facto de ter esta escrita transporta-nos para um realidade diferente da nossa e nos contextualiza, sem precisarmos de muito mais naquilo que estamos a ler.
O livro é fascinante, é realmente muito bom e embora não seja uma leitura leve e muito menos agradável para pessoas com estômagos mais sensíveis é dos livros que mais gozo me deu a ler nos últimos tempos! Muito, muito, muito bom!
Sem comentários:
Enviar um comentário