segunda-feira, 30 de novembro de 2015

[leituras] O Homem que Mordeu o Cão - Os Clássicos

Título: O Homem que Mordeu o Cão - Os Clássicos
Autor: Nuno Markl
Páginas: 334
Ano: 2015

Eu tenho de confessar que tenho grande admiração e apreço pelo autor deste livro. Não o conheço, falei com ele uma vez, no lançamento deste livro, mas é daqueles tipos que vejo e ouço e leio e fico a pensar "Eu gostava de me dar com ele.".

Porque é das poucas pessoas "famosas" que vejo a defender muito daquilo que também defendo e prezo nesta bola azul onde vivemos. Defende as causas em que acredita, é um nerd do catano, não tem vergonhas de mostrar aquilo que gosta e acima de tudo, algumas coisas que são tão raras, como a capacidade de assumir que não se sabe tudo e que em dadas situações só podemos ver as coisas até um ponto, e a capacidade de reconhecer quando erra. Esta última então é cada vez mais difícil de se encontrar.

E digo tudo isto do que vou vendo, seja nas redes sociais, seja nas milhentas coisas que este homem faz. Não o conheço, pois não, mas gostava.

E por isso quando vi que o Colombo ia ter o lançamento deste novo livro do HQMC não tive de pensar muito para marcar na agenda. O livro já estava nos planos de ser comprado, poder encontrar o autor e levar um rasbiquito na primeira página era um bónus.

E lá fomos, eu e o meu namorado, ver um lançamento divertido, descontraído (Nuno Markl, Ricardo Araújo Pereira, Vanda Miranda e Vasco Palmeirim) onde rimos muito e no fim lá fomos para a fila para receber um autógrafo.

E depois fui para casa, ler o dito do livro dos Enormes Seios. E isto é um livro óptimo para ler na cama, ao fim do dia, antes de dormir. Rimos um bocado, comentamos umas coisas (tamanhas são as alarvidades e burrices que por lá andam) e é levezinho o suficiente para o lermos cansados mas que no fim nos deixa a nós próprios de cérebro mais sossegado e descansado prontinho para ir dormir.

Não é que a versão de ser um bom livro de casa de banho esteja refutada, antes pelo contrário. Também é bem bom, uma pessoa distrai-se e como são histórias curtas ocupa o tempo certo da necessidade em questão.

É um livro para rir, para descontrair e para ver que realmente até eu, que poucos mais anos tenho do que o HQMC, noto que há uma boa evolução do Markl de há uns anos para cá. Os anos fizeram-lhe bem, o humor melhorou mas o espírito nerd e destrambelhado - como eu o percebo - mantêm-se.


domingo, 29 de novembro de 2015

[leituras] Crónicas Marcianas

Título: Crónicas Marcianas
Autor: Ray Bradbury
Páginas: 190
Ano: 1950

Este livro não era tipo 1984 que de estava sempre no topo da lista para ler mas nunca acabava lido. Este nunca me lembrava dele. Quando me falavam do livro, ou quando o via, aí sim, vinha uma coisa das maiores profundezas do meu ser a dizer que tinha de o ler. 

Já não precisarei de me esquecer e/ou lembrar mais vez nenhuma que desta é que foi. 

E realmente isto é um belo dum livro!

São pequenas crónicas, em diferentes tempos e com diferentes pessoas, de gente em Marte. Os marcianos a fazerem a sua vidinha, e os terráquios que começam a ir explorar o planeta com ideias de ficarem por lá a viver. 

E vemos a evolução de dois povos, o contraste da vida da Terra com a vida em Marte e de forma muito interessante, e bizarra ao mesmo tempo, a fragilidade humana.

Ao pesquisar um bocadinho sobre o livro encontrei várias pessoas, leitores recentes, que criticavam o livro dizendo que as ideias que continha tinham pouco de originais e menos ainda de interessantes. Eu só consigo discordar. Este é um livro com alguma coisa de especial, de intrinsecamente bom.

Seja porque os humanos caem que nem tordos, seja porque os marcianos são espertos e brincam connosco como bonequinhos, e mais a mais, numa estrutura em que não temos um contínuo, mas sim uma história contada por partes, o livro fica ainda mais interessante, mais cativante e quando chega ao fim fica-se com pena.

"Bradbury não falha!" e é bem verdade. Esta escrita é fabulosa e tem em mim aquele efeito que tanto se fala de viajar dentro de um livro. Cativa, envolve e durante o tempo em que o leio não estou cá, estou em Marte ou onde quer que seja.

Só tenho pena de ter sido a primeira vez que li isto, porque cheira-me que vai ser relido várias vezes, para apanhar detalhes que me escaparam agora, e para apreciar outra vez esta obra. Daqui a um aninho, ou assim!

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

[cinema] The Incredibles

IMDB

Duração: 115 min
Ano: 2004

Trailer

É incrível, eu sei, mas nunca tinha visto o filme dos Incredibles.

E agora que vi já percebo o porquê de dizerem que isto é um filme espectacular.

Primeiro, finalmente já tenho contexto para todas as imagens que a internet me mostra quase diariamente do "Coincidence? I think not!". Se já gostava dessa frase agora então é uma das minhas preferidas!

Depois ter uma família que por nome já são Incríveis, dá algum gosto. E é engraçado de ver, porque os super heróis aqui passaram de bestiais a besta e estas pobres pessoas têm de viver vidas normais, escondendo os seus poderes, para poderem criar a sua família sem serem perseguidos.

Mas é fácil de ver que há muito potencial para dar asneira: um homem com uma força descomunal, uma mulher elásticas, um miúdo arraçado de Flash, uma adolescente com tendências emo e que consegue criar campos de força do nada, e no meio disto tudo um bebé que ainda nem sequer se sabe o que pode vir a fazer.

O filme é muito divertido, tem aqueles momentos que para as crianças não é nada mas que para um adulto dá um passo em frente - ver filmes para crianças dá sempre nisso! - mas de uma forma geral é um filme bom, com personagens bem construídas e que nos conquistam assim que entram no ecrã e sem dúvida que vale a pena ver isto com atenção!

Quando sair o segundo já posso ver logo! Yay!



quarta-feira, 25 de novembro de 2015

[leituras] Mensagem

Título: Mensagem
Autor: Fernando Pessoa
Páginas: 96
Ano: 1934

Eu gosto de Fernando Pessoa. Gosto de muitos dos textos que escreveu, gosto do génio que ele era mesmo no meio de uma grande dose de esquizofrenia.

Agora, da Mensagem confesso que só tinha lido os textos como isolados e não no livro. E não tinham sido todos. Agora pegando nisto e lendo... Não me chama grande coisa, não.

Há uma tentativa clara de fazer aqui uma obra histórica com muitos dos episódios marcantes na história de Portugal e muitas das personagens que ajudaram para a nossa grandeza perdida.

Mas o que é que hei-de fazer, são poemas pouco interessantes que mais juntam umas palavras que rimam do que propriamente contam alguma coisa ou têm algum tipo de beleza intrínseca ao jogo de palavras. Há algumas passagens realmente boas, sim, mas são poucas e não chegam para salvar o todo.

Portanto, Sr. Pessoa, coisas muito boas, sim senhor, textos que gosto realmente de ler e que valem a pena. A Mensagem, deixemos fazer uma pré-selecção de alguns pedacinhos e o resto não vale muito a pena, não...

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

[leituras] Black River


Título: Black River

Autor: Josh Simmons
Páginas: 112
Ano: 2015

Mais uma BD escolhida de forma aleatória porque, pronto, eu gosto de BD.

Num mundo apocalíptico há grupos de pessoas que vão sobrevivendo como podem, andando de terra em terra, com um factor de sobrenatural nunca bem explicado mas que paira e intervém de vez em quando. 

As coisas às vezes são só estranhas e não se percebe de onde aparecem - como quando alguém num bar vai ao palco matar o humorista que lá estava, e isso é um evento banal do dia a dia.

Para começar as ilustrações são fantásticas, preto e branco mas ilustrações impecáveis, realmente muito boas. A história consegue ser estranha, consegue ser bruta, consegue ser adorável, consegue ser triste, eu nem sei, consegue ser tanta coisa que no fim acaba por ser essencialmente confusa. 

Para mim foi um livro um pouco complicado, porque no meio destas peripécias todas acabamos numa situação em que um grupo tem o outro prisioneiro e as mulheres são usadas e abusadas como os lhes der bem na telha.

É uma situação são puramente má e podre da espécie humana, que infelizmente sabemos que não é só na ficção que acontece, com morte gratuita e sem sentido, com abuso da condição humana ao máximo... 

É um livro que não é fácil de ler, porque às vezes tem passagens que não compreendemos de onde vêem e também porque é preciso ter algum estômago para ver muitas das cenas que aparecem, seja morte, tortura, violações ou situações de destratar completamente quem quer que seja que esteja à volta.

Não posso dizer que tenha sido um livro de que tenha gostado especialmente, gostei muito da arte, gostei de algumas passagens da história, é uma história que marca um bocadinho mas que está bem conseguida, bem pensada e moderadamente bem concretizada.

domingo, 22 de novembro de 2015

[leituras] Living Will (#2)


Título: Living Will (#2)
Argumento: André Oliveira
Desenho: Joana Afonso
Páginas: 16
Ano: 2014

Estou tão contente por andar a ler estes mini livros. É uma óptima surpresa encontrar coisas neste formato, que tem tudo para ser muito bom e vendível, e depois o conteúdo é realmente bom! Habemus cenas porreiras!

O primeiro deixou-me muito curiosa e com uma nesga de algo que podia ser muito bom. Este segundo, embora tenha achado mais fraquito que o primeiro, continua no mesmo bom trabalho.

Como alguém muito sábio comentou comigo, quando a falar destes livros, tenho pena que sejam em inglês. Até porque soa forçado, ou seja, as falas e os comportamentos e situações soam a portuguesas, mas depois a língua está desfasada. 

Mas independentemente disso eu estou a gostar de ver o que aqui anda. Este #2 foi mais calmo, foi diferente mas continuou a cativar-me e a deixar-me interessada do início ao fim - ok, o livro só tem 16 páginas, mas quantos não li já que na primeira já estou com vontade de o largar.

Ainda faltam 5 para ver esta saga completa e conhecer a história toda mas sem dúvida que estou mortinha por saber o que ainda me espera. Um conceito que funciona tão bem por ter as pessoas que tem. O André Oliveira tem aqui uma história muito boa e a ser bem contada e a Joana Afonso tem ilustrações espectaculares que valem toda a pena de serem vistas.

Continuo a adorar as cores! Estão fantásticas e tornam o livro tão mais giro e interessante. E pronto, é isto, vou ler o terceiro e já digo mais umas coisas daqui a uns tempos! 

(Por favor, não descambem! I have faith in you!)

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

[cinema] The Cabinet of Doctor Caligari

Título: The Cabinet of Dr. Caligari
Realização: Robert Wiene
Argumento: Carl Mayer, Hans Janowitz
Elenco: Werner Krauss, Conrad Veidt, Friedrich Feher
Duração: 78 min
Ano: 1920
IMDB

Trailer

Boas recomendações para este filme, uma história estranho-curiosa e férias! É uma boa junção para ver um filme. Pena que já foi há uns tempos, essa última condição já era renovada.

Tantos anos depois (isto já é de 1920, acho que nem tinha visto um filme tão antigo) e a imagem é bem mais bonita e interessante que muitos filmes feitos hoje em dia! Um expressionismo muito vincado que dá uma força gigante a todo o filme. Um homem de aspecto estranho e mestre em hipnose, que controla o que deve ser o sonâmbulo mais mal encarado do cinema. Olhos muito fundos, imagem muito vampiresca, magreza extrema e olhar sempre esgazeado, fazem dele uma boa pessoa para não encontrar à noite numa rua escondida.

Mas um sonâmbulo que adivinha o futuro. Uns cenários com sombras e luzes desenhadas nas paredes já de si tortas e retorcidas. Tudo junto cria o ambiente ainda mais louco do que aquele que a história nos obriga.

A maneira de agir e de pensar de todas as personagens envolvidas quando postas em contacto com crime, loucura, amor, mistério, impossíveis, é muito directo e dramático, ao bom estilo cinematográfico da altura - e diga-se que doutra forma nunca teria tanta piada, ou até se lhe juntassem cor e/ou falas. Assim levou tudo com uma hipérbole em cima e as coisas têm de se desenrolar dessa maneira, e para quem vê o resultado é incrível.

Isto é um filme que toda a gente que gosta de cinema devia ver. Uma forma de contar uma história muito diferente do que é normal, de tal forma que nos obriga a nós, como espectadores a ver o filme de forma diferente, a analisá-lo de forma diferente.

O filme é estupidamente bom, as brincadeiras de imagem para nos transmitir várias mensagens diferentes é só genial e tenho pena que este malabarismo que se via muito no cinema antigo, agora já não exista. Sim, já não precisamos de por tudo no cenário ou nos gestos dos actores, eles agora falam e cantam e o cenário consegue ser ajustado para fazer tudo aquilo que queiramos, mas com essas evoluções e facilitismos todos houve muito do que era autêntico que se perdeu, e isso é uma coisa que tenho imensa pena.

Depois, em cima disto tudo, um misto de loucura e sanidade que nunca sabemos bem em quem podemos identificar qualquer uma das duas. Se quem tenta fazer coisas com este tema fizesse metade do que está neste filme as coisas eram muito mais interessantes...

Resultado, um grande filme, grandes representações dos actores envolvidos, um trabalho de realização absolutamente genial, e se calhar dedico-me ao cinema clássico, anos 20/30. Aquilo tinha mais interesse do que a maior parte das coisas que vejo a sair...


quarta-feira, 18 de novembro de 2015

[leituras] Lágrima

Título: Lágrima
Autor: André Pereira
Páginas: 199
Ano: 2015

Era muito, muito difícil de pegar neste livro se não conhecesse o autor. Vem da Chiado, Embora tenha uma capa que se destaca não seria pelo título, pelas cores ou pelo aspecto que iria lá. De todo.

Mas fui à apresentação deste livro e desde aí que andava bastante curiosa para o ler. 

A história é apresentada por um início brilhante que nos cativa e deixa logo animados para perceber o que vai sair dali. Um casal a quem morre o filho. A mãe chora. O pai ri. A premissa está dada e é suficiente para nos fazer pegar no livro.

A maneira como ambos os pais lidam com a perda de um filho, tanto no conflito interno que têm, como no conflito com os terceiros que obrigatoriamente se juntam à volta, é interessante e é explorada de uma forma realmente bem pensada e psicologicamente profunda, se lermos com real empenho.

Foi muito curioso de ver as voltas que podem ser dadas neste assunto, a maneira como um pai coveiro enterra o filho entre gargalhadas. É uma ideia tão estranha e ao mesmo tempo tão natural e autêntica.

Enfim, a história convenceu-me, e não se ficou por uma premissa boa: há um bom desenvolvimento ao longo do livro que nos vai realmente mantendo agarrados à leitura.

Com este livro só tive um problema: a escrita! E nem foi com tudo, foi num ponto muito específico que me chateou. A maneira de descrever situações e emoções e de desenrolar uma história é boa, muito boa até, uma escrita limpinha que sabe bem de acompanhar. Não é uma coisa banal nem é uma coisa estranha, segue mais uma linha de pensamento do que de oralidade ou escrita. E isso é uma coisa que encontro pouco, e tenho pena. Mas depois há um esforço muito vincado de introduzir uma parte mais "literária" que me chateou. Principalmente na primeira parte do livro, depois a coisa acalma e ainda bem!

Mas estar a ler uma parte qualquer e ser atirada completamente para fora da história porque se faz um parêntesis inútil, ou uma metáfora forçada... Isso não, isso não torna o livro melhor, só o piora. A leitura não consegue ser feita de forma natural, não nos conseguimos embrenhar no livro porque recorrentemente estão-nos a tirar para fora dele. Segue os intelectualismos que tanto estão na moda e que não consigo perceber o porquê. 

Uma história bem contada não precisa dessas coisas. E uma escrita literária tem-nas, mas de forma fluída e dentro da história, não numa clara introdução de palavras fora da linha que estava a ser seguida porque ali dava para fazer aquele trocadilho, ou para fazer a metáfora X. 

Isso entristeceu-me porque num livro com tanto potencial, com uma história boa e uma escrita impecável que realmente dá gosto a ler não é preciso esse tipo de coisas. Espero isso num autor mau ou até mediano que quer ver se salva a honra do convento com alguma coisa que tenha à mão; não o espero aqui.

Agora, há aqui claramente muita margem de manobra para os próximos livros serem espectaculares. Ainda tenho de ler o primeiro - que só peguei de fugida - e os próximos hão-de aparecer! E ser lidos, com todo o gosto! 

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

[leituras] Cosmicomix

Título: Comicomix
Autor: Amedeo Balbi, Rossano Piccioni
Páginas: 152
Ano: 2015

Eu no Logicomix já tinha pegado e ficado interessada embora fosse coisa mais para o meu namorado do que para mim. Já este Cosmicomix chamou-me mais desde o início. O melhor é que os nomes tão parecidos dão a ideia de que estão ligados e não, são mesmo só nomes, não estão relacionados de nenhuma maneira. Mesmo assim têm ambos um ar maravilhoso!

A minha paixão por saber o que há do lado de fora desta pequena bolinha sempre me fascinou e portanto este livro assenta que nem ginjas na minha pessoa!

Isto é um livro que vale totalmente a pena, a todos os níveis. A arte é bastante boa, a história é-nos contada de forma divertida, simples, calma, quase como um desenrolar de acontecimentos em avalanche que resulta de forma fascinante. 

Se não vejamos: fazem-nos uma viagem ao longo da história da astronomia, desde os inícios até ao ponto - mais ou menos - em que estamos hoje. Falam-nos de grandes nomes relevantes para este desenvolvimento, com as vitórias e fracassos, com as ideias inovadoras e os trabalhos inglórios que a falta de comunicação global, como a temos hoje, permitia.

Mas o livro foi pensado de tal forma que já faz ressalvas a tudo o que lhes possa ser apontado. É cientificamente correcto? Sim! Tudo o que se passa no livro é verdade? Nem tudo, porque para efeitos de contar uma história e de a passar para o papel há alterações que têm de se fazer. MAS esforçaram-se para inserir a maior quantidade possível de coisas verídicas, públicas, e que até se dão ao trabalho de nos dizer onde podem ser encontradas. Eu a ler estas pequenas "justificações" conseguia imaginar o pessoal que fez isto a pensar na quantidade de coisas que podiam apontar - e porque se pode fazer vai sempre haver quem faça - e então, antes não dar grande margem: tomem! Está aqui aquilo que pedem! Agora não nos chateiem mais!

O livro ensina realmente coisas, mostra não só como estas coisas aconteceram para esta área mas também os problemas que a investigação, há não tanto tempo quanto isso, acabava por ter por falta de conhecimento do que outras pessoas andavam a fazer. 

É simples, fluido, lê-se num instante e como quem não quer a coisa mostra-nos mais do que parece a início.

É um óptimo livro, pequenito, interessante, engraçado e muito bem conseguido! 

domingo, 15 de novembro de 2015

Internet Attack (XXXVIII)

Vamos começar logo com coisas engraçadas que envolvem o Belengu, o boneco da Michelin, bifes e balões vários.




Quão errado é eu achar estas imagens, e as suas parceiras, obras absolutamente deliciosas. São tão cheias de coisas, na maior parte sem fazer qualquer sentido, e que juntando uma data de coisas simples e até adoráveis tornam-se em cenários mega estranho dignos de muitos filmes de terror. 

Mais a mais as imagens estão cheias de referências a personagens conhecidas do imaginário infantil o que ainda torna as coisas mais engraçadas. Armandine Urrity

Mas depois também há imagens muito explícitas de como se pode morrer de forma simples!




Estas imagens são alemãs, de 1931, e mostravam as várias maneira como era possível morrer electrocutado. Bons velhos tempos, não?

Para finalizar pensem no porquê da existência disto:









sexta-feira, 13 de novembro de 2015

[cinema] Death Becomes Her

Título: Death Becomes Her ("A Morte fica-vos Tão Bem")
Duração: 104 min
Ano: 1992
IMDB

Ah, os anos 90... Ainda nem era nascida quando isto saiu, curioso.

Still, quando se tem muita coisa para fazer o que é que se faz? Vê-se um filme, claro. Bem, foi o que eu fiz.

Coisa puxa coisa e um filme cómico parecia bom para aliviar um bocadinho a cabeça e espairecer. Este já andava na calha há uns tempos (o poster tem uma pessoa com um buraco em vez do abdómen!!!) e não foi preciso pensar mais.

O filme já tem uns aninhos - e nota-se em especial quando se olha para a figurinha dos actores que tão bem continuamos a conhecer.

Um homem, duas mulheres, uma relação a dois, só falta é escolher o par certo. Duas amigas que disputam o mesmo homem e cuja relação amor/ódio se torna numa questões engraçado ao longo do filme. Uma poção capaz de trazer de volta os tempos áureos da juventude onde "tudo estava no sítio" e como efeito secundário, bem, a vida eterna...

E como é que descobrimos esta capacidade maravilhosa? Quando a Meryl Streep é atirada de umas escadas, vira a cabeça num ângulo de 180º e se levanta como se não fosse nada com ela. Ou quando a Goldie Hawn leva um tiro à base de zagalote na barriga, fica mergulhada num lago durante uns minutos e depois se levanta tranquilamente.

Não é bem assim que as coisas funcionam, não é? Mas se já estão mortas ficam ligeiramente descoloradas, com algumas funções a precisar de manutenção e o homem que ambas disputaram na vida - Bruce Willis - é um médico com jeitinho para a coisa. Mantê-lo por perto para nunca terem de se preocupar é fundamental...

O filme não é estupidamente engraçado, não me fez desmanchar em gargalhadas mas tem uma ideia engraçada, actores que entram bem no espírito palerma da coisa, e passa-se bem o tempo, mais que não seja com um ligeiro esgar sorridente nos lábios. Já não é mau.


quarta-feira, 11 de novembro de 2015

[leituras] Tim Ginger

Título: Tim Ginger
Autor: Julian Hanshaw
Páginas: 160 
Ano: 2015

Já não pegava numa BD completamente aleatória que apenas me pareceu ter bom ar há tanto tempo! Retomei velhos hábitos com este Tim Ginger. Mais que não seja o nome era giro.

Folheando como quem não quer a coisa a arte cativou-me e não precisei de mais para me decidir.

E que belo livro.

Eu confesso que há livros que são fáceis de me agradar se tiverem algum pormenor que ache realmente fascinante. Só um pormenor pode fazer o livro, para mim (mas tem de ser mesmo bom!). E este livro já me estava a cativar e depois tem um desses momentos.

O livro é sobre um homem, no seu descanso e na sua paz, depois de ter perdido a sua mulher de forma estúpida. Um homem que conheceu o Universo ao mesmo tempo que perdeu aquilo que o ligava realmente à Terra. 

A mulher que amava e com quem decidiu não ter filhos. Uma decisão que sempre causou estranheza por onde quer que passassem e que é aproveitada para fazer um ponto muito claro durante o livro, de várias formas. 

Entre viciados em OVNI sedentos por informação adicional, cricket e encontros com velhos amigos a história cria-se, simples, fluída, e a dar-nos várias informações de maneira quase inconsciente. 

É um livro muito bonito de se ler, em história e também muito na arte. O jogo de cores que é feito é dos mais bonitos que tenho viso nos últimos tempos e as próprias ilustrações têm passagens lindíssimas.

É um livro que vale bem a pena, leve e calmo, para ler numa tarde de chuva enquanto se bebe um chá quente. Ah...






segunda-feira, 9 de novembro de 2015

[leituras] Time Out of Joint

Título: Time Out of Joint
Autor: Philip K. Dick
Páginas: 220
Ano: 1959

Eu gosto de K. Dick, já li uns contos que gostei imenso e quando apanhei um livro dele barato num alfarrabista não pensei muito antes de o trazer.

Pelas várias críticas que fui apanhando parece que este filme inspirou vários filmes e séries - ou pelo menos os leitores assim o identificaram - mas confesso que para mim este livro fica mais pela ideia do que pela execução. Ressalva seja feita que o livro foi lido com muito stress, muito sono e especialmente pouco tempo, o que sem dúvida afecta a qualidade da leitura, mas mesmo assim, sigamos...

Raggle Gumm é um tipo que nos é apresentado como alguém que ganha um concurso repetidamente mas que desde o início está envolvido num ambiente que parece de algum modo artificial. 

Com pistas estranhas ao longo da história, com pessoas aleatórias a terem mais relevância do que se julgaria a início e com todas as trocas que são feitas entre personagens, locais, lembranças e situações, havia muito para explicar. Até a pobre da Marilyn Monroe anda lá pelo meio sem se saber muito bem porquê ou porque não.

E acho que o que não me conquistou foi a história ser demasiado confusa mesmo quando tiro o estranho da situação, de que nem quem vive aquilo sabe o que se está a passar. Não foi um livro que me cativasse e entusiasmasse desde o início, só depois do meio é que aquilo começou a funcionar melhor - porque já tinha mais contexto e porque deixou de ser uma salganhada completa.

E fiquei com pena, porque juntar paranóia quase ao nível da loucura completa, mistério e momentos em que pensei : "Isto vai dar algo muito bom", e depois no fim não joga tudo e a escrita, a própria maneira de nos apresentar as coisas não foi a que mais gostei.

De qualquer das formas K. Dick é daqueles autores que sabe sempre bem, embora fique mais inclinada a pegar nos contos do que nos livros.

  

domingo, 8 de novembro de 2015

Internet Attack (XXXVII)

Só recentemente ouvi falar da NAPSA - National Association for the Preservation of Skin Art. E a ideia é bastante simples: vamos preservar as tatuagens que as pessoas fazem em vida, para além da vida delas.

Por muito mórbido que algumas pessoas possam achar que isto é, eu acho que é curioso e interessante. As tatuagens, em vários casos, são verdadeiras obras de arte. Há muitas horas de preparação, de trabalho, de sofrimento, e o resultado final há obras que valem com certeza a pena de serem lembradas e, quem sabe, preservadas!

De certeza que parece bizarro tirar parte da pele de alguém para a preservar e tal, mas se formos a ter em conta o propósito que muita gente tem para fazer tatuagens, pela arte em si, e não porque querem marcar um momento ou coisa do género, então faz sentido que as coisas se perpetuem.

Fran Krause não devia ter muito para fazer e então lembrou-se: vamos acagaçar as pessoas com coisas que são capazes de ainda não se ter lembrado!




A imaginação das pessoas é uma coisa fabulosa. E esta é especialmente engraçada porque os pensamentos são muito simples. Acho que é isso que os faz tão interessantes.

E para acabar em bem veja os vídeos que um grande maluco filmou mas que nos fazem voar durante uns minutos em sítios lindíssimos! Vale bem a pena!


sexta-feira, 6 de novembro de 2015

[leituras] Cidade Suspensa



Título: Cidade Suspensa
Autor: Penim Loureiro
Páginas: 64
Ano: 2014

A capa embora me parecesse interessante - em grande parte por ser tão aleatória e ter uma passarola por lá escondida - não era a coisa que mais me chamasse num conjunto de bds que me aparecessem à frente. Mas uma vez lido livro lido fiquei positivamente surpreendida. 

A história é contada de forma diferente do que o habitual. São-nos dados pormenores em forma quase de entradas num diário de bordo. Uma data e o acontecimento dessa data, e isto ao longo de uma vida. 

Um grupo de pessoas que se vai criando, e destruindo, com muitos acontecimentos estranhos pelo caminho que nunca chegamos a perceber completamente.

Com aventuras nas vidas destas pessoas, ao longo dos anos e em vários países, vamos saltando de situação em situação tentando apanhar as pontas perdidas que nos vão aparecendo. E o livro é muito na base disso, tentar encontrar as explicações para o que nos contaram do que se passou uns anos antes. Situações bizarros, pessoas desaparecidas, novas pessoas, amizades que de retomam por algum motivo, coisas muito aleatórias que juntas contam uma história que deixa alguns buracos por preencher.

Agora tem uma guinada forte de influência portuguesa, muito marcado nalgumas passagens e que torna o livro mais interessante ainda. Há armas escondidas em Galos de Barcelos, vamos dar relevância a estas coisas! Há um imaginário tuga que até a passarola chamou. Para os portugueses conseguimos ir buscar pequenos pormenores que para nós são guloseimas no meio da história, e sabem bem! Esse lado acaba por ser interessante de ver explorado, apela ao nosso lado patriota e dá mais uns pontinhos extra!

O livro é engraçado e ganha essencialmente por dois motivos: a arte, que é bem interessante, e a estrutura do próprio livro, que foge à regra do que se costuma encontrar em bd. Tirando isso, a história é interessante mas não me cativou especialmente.

É um livro engraçado para ler e vale a pena mais que não seja para ver esta forma de contar uma história. 

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

[leituras] Living Will (#1)

Título: Living Will (#1)
Argumento: André Oliveira
Desenho: Joana Afonso
Páginas: 16
Ano: 2013

Uma ideia tão simples e com tanto potencial. 

Quem olha assim de repente para estes livrinhos ínfimos até é capaz de não lhes dar grande valor mas por favor, já toda a gente sabe que o tamanho não importa... Não? Ok!

São pequenitos mas olhando para os que já existem - se não me engano já são 5, de 7 - a colecção é bem bonita, com cada livro a ter a sua cor, com capas chamativas e que olhando para eles todos juntos pensamos que 'realmente vale a pena ter isto na prateleira'. 

O melhor? Não é só aspecto, os livros parecem-me ser realmente bons! Ainda só li este primeiro - o segundo está quase a ser lido! - mas isto vale muito a pena. 

Um homem com uma vida já bem percorrida que se vê sozinho e tem de arranjar maneira de lidar com este novo estado. Saber lidar com a falta daquilo que nos faz mais falta. O viver com as memórias, com as saudades, com a solidão... E toma uma decisão, entra numa nova postura em relação à vida e ao que vai fazer dali para a frente. Só nos dão um cheirinho dessa nova etapa mas chegou para ficar uma vontade inabalável de ler o resto dos livros. 

Fico feliz por ver coisas assim a aparecer! O pessoal português a mostrar que cartas sabem lançar! Um óptimo trabalho, interessante, bonito e que sinceramente, de cada vez que penso nele fico mais entusiasmada e com vontade de ler. 

Obrigada André Oliveira. Obrigada Joana Afonso. Assim vale a pena!

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

[leituras] Charlie and The Great Glass Elevator


Título: Charlie and The Great Glass Elevator

Autor: Roald Dahl
Páginas: 166
Ano: 1972

Pela primeira vez consegui ler um livro do Dahl sem que tenha partes estupidamente tristes capazes de amolecer o coração mais gelado do universo.

O que vale é que sendo este uma continuação do Charlie and the Chocolat Factory a parte triste já ficou no outro e este pode avançar para as partes giras/estranhas/mirabolantes.

Porque a personagem do Willy Wonka é completamente excêntrico mas adorável ao mesmo tempo. 

Desta vez vão no elevador de vidro com toda a família: Mr. Wonka, o pequeno Charlie, todos os 4 avós e ainda os pais. Oito pessoas num elevador que os leva nas mais loucas aventuras, indo parar ao espaço, visitando o hotel espacial prestes a inaugurar, ser confundidos com aliens e enfrentar mesmo aliens. 

À parte disso também há comprimidos para rejuvenescer, para envelhecer e pessoas que ficam com idade negativa. 

É tudo muito estranho, não é? Mas é genial. Eu gosto de ler Dahl por isto, pela capacidade de imaginação tão típica de uma criança, de fazer as coisas simples. Aquela ideia de que alguém consegue andar no tecto até que alguém lhe diz que isso é impossível e ele deixa de o conseguir. Dahl continua no tecto, e recusa-se a ouvir quem quer que seja. É isso que para mim faz destas leituras sempre momentos tão interessantes e divertidos. 

As histórias não fazem sentido? Fazem, têm é de ser vistas com uns olhos diferentes dos que costumamos usar. 


domingo, 1 de novembro de 2015

[escritos] Amadora BD






Ao fim de tantas edições e tantas vontades de lá ir foi este ano que se deu! Já fui ao Amadora BD.

Eu que moro relativamente perto da Amadora tenho notado, ao longo dos últimos anos, uma forte aposta nesta "brincadeira" da BD. É a própria decoração da cidade, é o Amadora BD com o maior destaque que conseguem, é letras gigantes a intitular-se "Cidade da BD" e ainda bem. Dá um ar de mudança à cidade, chama pessoas e ainda divulga este género que tanto mérito merece e tanta coisa boa tem feito em Portugal!

O evento em si está bastante dinâmico, está feito de tal forma que não é só um evento de BD aborrecido, com uns lançamentos e umas bancas. O espaço está muito giro, cheio de pequenos pormenores num lado e noutro, as exposições que por lá têm são interessantes e dão-nos uma boa ideia de vários momentos na história da BD e isso torna-se bem porreiro de encontrar. 

Está construído num sítio aberto, com espaço suficiente para as pessoas passearem e verem as coisas sem terem de andar completamente aos ewmpurrões umas às outras, as estruturas e divisórias estão simples e baratas, diga-se. Muitas das coisas estão feitas em papelão e tenho de dar os parabéns a quem o pensou. Super simples, super barato e faz o propósito para que existe da melhor maneira. Não sei quem é que pensou naquilo mas tem os meus parabéns!

E a exposição tem passagens secretas e uma sala secreta e um labirinto para os miúdos brincarem e lápis gigantes e A CASOTA DO SNOOPY!!! Not even kidding!

Tive pena de que a exposição não tivesse um bocadinho mais de informação, porque para quem não conhecesse as coisas que lá estivessem aquilo que aprendia era o nome da tira/série/história e o nome do autor. Um bocadinho mais de informação sobre as coisas seria o ideal! Fazer com que as pessoas se interessassem e ao mesmo tempo aprendessem! Isso, para mim, precisava realmente de ser trabalhado. Mas tirando isso o evento surpreendeu-me muito pela positiva.

Há vários lançamentos a serem feitos durante este tempo, ainda apanhei o lançamento do livro "O Poema Morre" de David Soares, com Sónia Oliveira (Kingpin Books) num espaço mais uma vez simpático, acolhedor, porreiro para ver uma apresentação e construído em cima de paletes (pessoal, espectáculo, a sério! Simples e prático!).

Nas bancas há muita coisa para ver e comprar, com a G Floy por lá, a Kingpin (e todos os seus Pops! Mas têm um gorro do BB8, uma TARDIS giratória e um Bobble Head do Matt Smith, não me vou queixar!), a Chili com Carne, a Devir, a Babel e como alguém muito sábio diz, o "Império do Mal", ou seja a Leya. (Acho que não me esqueço de ninguém...) Ainda comprei duas BD e dois pins, e vim para casa toda contente!

Eu por lá ainda ia tendo um ataque cardíaco com os livros expostos cortados para ficarem presos. Isso rasgou-me as entranhas em milhões de volumes infinitesimais de gosma! Não se fazem essas coisas aos livros!!! Eu percebo o porquê de o fazerem mas não... não, assim não! Coitadinho do livro gigante da Mafalda - que eu tenho! - ou do Habibi, ou do Hawk, ou sei lá... todos! A minha alma ainda sangra por eles. 

Depois claro que tenho pena que o evento acabe por ser um pouco descentralizado e só por isso há imensa gente que o põe de parte à partida. O mesmo evento, nos mesmos moldes, com tudo exactamente igual, teria dez vezes o número de visitantes se fosse num ponto de Lisboa onde qualquer pessoa pudesse chegar de metro. É chato, mas é verdade! 

Agora que tenho uma primeira ida não me cheira que queira deixar passar as próximas edições sem um pulinho por lá. Até porque confesso que me deu um certo prazer já ter lido uma boa parte das BD que lá andavam. Só ali é que me apercebi dessa monstruosidade. Bem, objectivo do próximo ano: só não ter lido os que estão a ser lançados! Bora lá, Jules!