sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

[series] Uncle Grandpa


Título: Uncle Grandpa
Criador: Peter Browngardt
Duração por episódio: 15 min
Ano: 2010 - 


Não faço ideia de como descobri isto. Sei que foi algures na internet e pareceu-me estranho o suficiente para eu achar giro e divertido.

Não me enganei mas definitivamente que é o tipo de coisas que não é para toda a gente. O que quero dizer com isto fica esclarecido se tentar explicar o que é esta série. 

Temos a personagem principal, este Uncle Grandpa, que por artes mágicas consegue arrancar a cabeça e fazer crescer uma nova, ou fazer crescer uma cabeça no braço, ou largar um braço e espetá-o na perna, ou ficar com 3 pernas, ou agarrar no bigode, moldá-lo na forma da sua cabeça e substituir a sua própria cabeça por essa massa barbuda. Repare-se que apenas falei de uma personagem e muitos já não lhe acham piada!

Os fiéis companheiros deste senhor são: Mr. Gus, um dinossauro verde e grande, meio rabujento mas a cabeça mais funcional no meio disto tudo; Pizza Steve, literalmente uma fatia de pizza sempre com óculos de Sol, uma bazófia maior que o mundo mas habilidade para nada; Belly Bag que é, imagine-se, uma malinha que acompanha sempre o Uncle Grandpa, tem sempre o que quer que seja dentro dela, vá-se lá saber como, e fala também porque sim; e por fim temos uma Giant Realistic Flying Tiger, e sim é uma menina, muito feminina, com um quarto cor de rosa cheio de poster de boys bands e, mais importante que isso, que voa, enquanto um arco iris lhe sai pelo rabo.

Porque é que eu vejo coisas destas? É uma óptima questão mas neste caso posso garantir que os episódios são divertidos. Estranho são seguramente, sem sentido também, mas conseguem ser realmente engraçados e entretém uma pessoa bem melhor do que muita coisa que anda por aí. Pode ser muitas das vezes pelo estranho, absurdo ou palerma mas deixá-lo.

Eu ri-me bastante com esta série, tem momentos em que demonstra toda a sua non sense base mas outros em que até disfarça e parece minimamente séria - durante pouco tempo. Claramente que não é uma série para todos os tipos de humor, não é um humor inteligente ou sequer rebuscado, é humor estranho, assumidamente. Eu cá gostei e só pelo ar disto acho que mais pessoas deviam gostar. Há uma Giant Realistic Flying Tiger! E uma fatia de pizza! E um dinossauro! O que é que pode ser mau nesta junção toda? 

(muita coisa, eu sei, mas shhhh!)




quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

[leituras] Minoritary Report


Título: Minoritary Report
Tradução: Saul Barata
Autor: Philip K. Dick
Páginas: 85
Ano: 1956

Mais um livro da minha lista que não sei se por ser K. Dick ou por ter um título interessante sempre me pareceu ser coisa para mim. Descobrir que era uma coisa pequena numa altura cheia de trabalho só fez com que fosse lido mais rapidamente.

E é tão pequeno que é mesmo lido num instante. A edição da Presença deste livro tem 85 páginas, o que só por si não é muito, se juntarmos a isso que a letra não é propriamente pequena e que tem mais de quantos capítulos isto é livro para se ler tranquilamente em 45 minutos, nem isso.

A história é simples e acontece tudo muito depressa, o tamanho do livro nem deixava ser de outra maneira. Temos três mutantes que prevêem o futuro. Com essas previsões apanham-se os ladrões, os assassinos antes de que façam o que quer que seja. A ideia é boa e eficaz, a criminalidade foi completamente arrombada e o mundo era uma local muito mais simpático para se viver.

Até a um dia, há sempre um dia nestas coisas, o fundador desse maravilhoso sistema apanha uma das previsões dos mutantes. Qual não foi o seu espanto quando viu a previsão de que iria matar um homem, homem esse que nunca tinha ouvido falar na vida. Desde teorias da conspiração à possibilidade de invalidar o sistema que tanto tinha revolucionado o mundo de tudo acontece um pouco e tudo com bastante sentido, que seria fácil de perder numa situação destas.

É daqueles textos que se lê, pensa-se um pouco naquilo que acabei de ler e interioriza-se como sendo realmente interessante e um ponto de vista curioso de explorar. Para quem gosta de livros pequeninos mas que digam alguma coisa de útil e de bom um K. Dick não falha. Até hoje ainda não li nada que me deixasse ficar mal. Escrita muito boa, que desliza que é um sonho com ideias interessantes e sempre diferentes!


segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

[leituras] The Cat in the Hat



Título: The Cat in the Hat
Autor: Dr. Seuss
Páginas: 61
Ano: 1957

Mais um Dr. Seuss, assim um por semana faz-se muito bem, diverte-me, faz-me ser mais pequenina durante uns tempos e as coisas vão andando.

Este era provavelmente o nome que mais associava a este autor, o raio do cato aparece sempre em tudo o que tem alguma coisa a ver com ele e o nome é tão catchy que não dá para esquecer.

Aqui temos uma história que é uma grandessíssima confusão. Duas crianças fechadas dentro de casa num dia de chuva. O mítico dilema de o que é que se faz quando chove lá fora? Até que este gato antropomórfico lhes aparece em casa para os animar. 

Animado é mas a confusão que deixa atrás é mais do que a que tenho no meu quarto e isso é dizer mais do que se posa imaginar. Por isso acabei por ficar rendida ao instrumento maravilhoso que assim que arranjem eu compro: uma máquina que põe tudo no sítio. Uma casa completamente bagunçada foi posta num brinquinho em 2 minutos! Eu quero isto! Não sei quando é que arranjam mas eu quero!

O melhor no meio disto tudo é a reacção das duas pequenas crianças a tudo isto que vêem passar à frente dos seus olhos. É tudo tão estranho, tão repentino, tão puramente inesperado que aquelas que se queriam divertir dentro de casa num dia chuvoso limitam-se praticamente a olhar apáticos para tanta coisa que acontece ao mesmo tempo e de forma tão rápida. 

Seria claramente a minha reacção: se me entrasse um gato pela porta e começasse a mexer e a fazer coisas para me ajudar a fazer passar o tempo também ficava calmamente a olhar para ele e a pensar que raio se estava a passar. No fundo é um livro divertido, estranho mas curioso e sem dúvida que uma bela leitura para fazer com as crianças!

domingo, 25 de janeiro de 2015

Obras literárias, mas não é bem

Eu gosto muito de livros e sou especialmente picuinhas com eles. Gosto de os manter lindos e maravilhosos, com ar de intocáveis, como se ninguém nunca os tivesse lido e fosse sempre a primeira vez que pego neles. 

Lombadas direitinhas, páginas não dobradas nem rasgadas nem escritas nem nada. Como se estivessem numa redoma protectora. Sou picuinhas a esse ponto, sim.

Muitas pessoas gostar de tirar notas nos livros, outros gostam de virar cantos de páginas em vez de usar uma porcaria qualquer como marcador e todas essas coisas me dão voltas ao estômago. Não consigo fazê-lo e fico sempre com um nó na garganta quando vejo livros a ser tratados assim. 

Tudo isto para dizer que para mim os livros eram todos bem tratados, bem conservados e permaneciam bonitos para sempre. 

Uma coisa que me dá sérias comichões e baralham o Tico e o Teco são esculturas em livros. Muitas são lindíssimas, verdadeiras obras de arte que não imagino o trabalho que deram e muito menos o tempo e dedicação para fazer coisas assim.  


Fico com o coração muito dividido: se por um lado vejo uma obra lindíssima e profundamente interessante, por outro vejo um livro estropiado. 


Eu quero acreditar que isto não é feito em livros mesmo. Alguns já vi a serem feitos em listas telefónicas que não me dão dor nenhuma ao serem estraçalhadas. Gosto de acreditar que são livros a fingir, feitos propositadamente para este fim e que nenhum livro foi maltratado na realização daquelas obras.


É inegável que são trabalhos de um pormenor estonteante e de uma beleza ainda pior. Guardando as minhas questões pessoais bem fundo um dia terei uma escultura destas. Sem dúvida que fará a casa de uma book worm um sítio mais interessante: não só ter a casa forrada a livros como decorada com livros também. 




sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

[cinema] The Hobbit: The battle of the five armies


Título: The Hobbit: The battle of the five armies

Realização: Peter Jackson
Argumento: Fran Walsh, Philippa Boyens, Peter Jackson, Guillermo del Toro
Elenco: Ian McKellen, Martin Freeman, Benedict Cumberbatch, Hugo Weaving, Richard Armitage
Duração: 144 min
Ano: 2014


Já era quase uma tradição que a meio de Dezembro fosse ao cinema ver o Hobbit. Este ano com várias coisas pelo meio não foi possível, com muito pena minha. Mas não se ia ficar sem ver o raio do filme.

As críticas que tinha apanhado não posso dizer que fossem boas. Eram mais a apontar as falhas do que a dizer algum coisa realmente construtiva por isso não sabia bem o que pensar ou o que estar à espera quando o visse.

Entrei na sala de cinema e fiquei logo com algumas dúvidas: a sala era ínfima. Acho que nunca tinha visto uma sala de cinema, mesmo cinema, tão pequena. As cadeiras eram altíssimas e ponderei seriamente ir buscar um daqueles banquinhos para os miúdos. Depois tinha pessoas ao meu lado aborrecidíssimas durante o tempo todo, a falar ao telemóvel durante o filme e sem qualquer tipo de noção da quantidade de barulho que estavam a fazer.

Deixando de lado todas estas desventuras, ignorando o ruído de fundo e pondo um pé debaixo do rabo a coisa lá se passou e o importante foi sempre o filme! Que digam o que quiserem: está bastante bom!

Ok, sim, ver o Legolas a desafiar o Newton não foi bonito MAS no meio daquilo tudo porque é que só havemos de olhar para isso. É o momento mais flagrante que se pode falar e não há assim tanta coisa a falhar claramente no filme, até está bastante bem feito.

Para mim o maior problema deste filme é o ar de artificial com que fica. Não há muito por onde escapar a isto, e dentro do que fizeram não acho que fique assim tão mal, mas há um ar de computador durante todo o filme, não nos conseguimos abstrair de que é uma coisa que não existe. Se bem que se virmos por outra perspectiva há tanta coisa a acontecer, há uma produção tão grande e tão bem feita que o ar artificial a início custa mas depois entranha-se, acaba por fazer um estranho sentido que soa bem. A nível visual eu gostei do resultado. Artificial, sim mas bem feito. Mais que não seja olhe-se para o exército dos orcs. De cada vez que apareciam eu encolhia-me! Aqueles bichos enormes, feios, com placas de metal e lâminas a saírem directamente do corpo deles, meio decepados por batalhas anteriores e com armaduras cheias de picos e metal por todo o lado - que se revelavam muito ineficazes, diga-se, era vê-los a cair sem cabeça ou atravessados por uma qualquer espada a todo o instante. Digam o que disserem, elfos, homens, hobbits, anões, o que quiserem: se me aparecesse um exército de orcs à frente eu encolhia-me num canto a chorar e dava-lhes o que eles quisessem. São dos poucos seres que acho verdadeiramente bem caracterizados e assustadores como tudo.

O filme é mais mexido do que os primeiros, é aqui que acontece a maior parte das coisas, embora o pobre Smaug tenha pouca aparição - e é uma personagem que dá sempre gosto de ver. Há a realização do que se queria ver ao mesmo tempo que um desmoronar das bases que o atingiram. Um jogo de vitórias contra derrotas e tudo o que roda na cabeça de seja que criatura for numa situação dessas.

Entre elfos, homens, orcs, trolls, anões e um pequeno hobbit vemos ódio e amor, vemos guerra e paz, vemos vontade e desalento, vemos tanta coisa e a acontecer em tão pouco tempo que torna tudo mais rico, interligado e interessante. As lutas internas de Thorin, os restantes anões da companhia a verem o seu líder a ficar perdido, os restantes povos a tentar argumentar com anões (como diz o Bilbo: são seres difíceis de lidar, com cabeça rija, muito chatos mas depois são bons e generosos e seres fascinantes) e no meio de tudo um pequeno hobbit onde reside sempre a resposta para os maiores problemas, seja por ter o que se procura ou por conseguir passar invisível no meio de uma guerra a acontecer.

Eu gostei do filme, gostei do fim que dão depois de seis filmes em que andamos pela Terra Média - o fim mesmo foi lindíssimo, com o passar dos anos e a ponte entre o Hobbit e o Senhor dos Anéis, gostei dos pequenos pormenores que não ficam esquecidos e que os mais atentos apanham e ficam satisfeitos (adorei o ver do lenço quando chega a casa), enfim... É um filme bastante completo, é grande e tem muita coisa a acontecer ao mesmo tempo, temos de lidar com várias componentes da história da melhor maneira que conseguirmos e aproveitar aquele que é, por agora e sinceramente gostava que assim se mantivesse, o último filme que passeia por estas terras.

Eu que ainda não li o Silmarillion ainda não percebi tudo mas quando tratar disso vejo os seis filmes em modo vício e ficarei contente!


quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

[leituras] 1984




Título: 1984

Autor: George Orwell
Páginas: 326
Ano: 1949

Há anos, muitos muitos anos que ando atrás deste livro. Andar atrás é como quem diz, já o poderia ter lido antes mas acabei sempre por adiar, por achar que encontrava uma altura mais propícia, enfim, desculpas e mais desculpas e o tempo foi passando sem pegar neste 1984.

A curiosidade que tinha acerca deste livro era provavelmente a maior que já tive acerca de algum. Tudo o que ouvia e sabia sobre o livro me parecia fascinante, brilhante e com um potencial interminável de ser um dos melhores livros que já li.

Resoluções de ano novo nunca me souberam tão bem como este ano: puramente literárias e ter começado com este livro agora ainda me parece mais certo do que alguma vez imaginaria.

Mas bem: o livro! Logo desde o início que nos é apresentada uma realidade bem diferente da que conhecemos. O mundo é um sítio muito mais mortiço e sem vida onde os seres humanos que se encontram não agem como tal, são meros bonecos completamente controlados ao longo das suas vidas. Mais que não seja o exemplo mais flagrante é que não existe, quase de forma completa, a noção de privacidade. Em qualquer sítio onde uma pessoa passa existem telescreens que vigiam tudo. Se não os houver há escutas, espalhadas e plantadas onde menos se poderá esperar. Nada pode ser feito ou dito sem que seja observado.

E por muito estranho que seja escrever isto essa parte nem foi das que me fez mais comichões no Tico e no Teco. Este é um livro estupidamente rico e que transmite com bastante força a ideia daquele mundo mas há determinadas coisas que no meu pequeno cérebro são demasiado grandes para serem concebidas.

Uma das coisas que quando li fiquei completamente parva a reler umas poucas de vezes a ver se tinha percebido bem foi a história da História. Basicamente a História foi abolida. Como? Sendo apagada e reescrita de acordo com o que se passou a seguir. Não é concebível que se sabemos que a Terra é redonda haja livros que digam o contrário. Esses livros serão apagados e reescritos de acordo com os novos desenvolvimentos. Se amanhã se descobrir que afinal é piramidal depois de amanhã já ninguém sabe que "foi" redonda. Para todos os efeitos, em todos os registos possíveis e imaginários a Terra sempre foi piramidal e ninguém poderá dizer o contrário.

A História deixa assim de existir, não há registos do passado, são constantemente renovados. O nó mental que isto me dá é indescritível e nem vou tentar dizer mais nada. É uma realidade e um conceito que me assusta até à medula.

Mas andamos a ver o que um homem que pensa - um mal horrível, punível por lei - e que começa a ver que as coisas à volta dele se passam de maneira errada. O povo, os que são considerados como os restos, os que estão à parte da civilização são afinal os que conservam a sua condição natural, os que mantém parte da sua liberdade e da sua capacidade de ser humano. A tentativa de encontrar alguém como ele, com todos os perigos que isso acarretaria, o finalmente conseguir e as voltas que são dadas para que se consiga manter é uma coisa que me pareceu estranha e ao mesmo tempo interessante. Temos uma liberdade muito completa na nossa vida, coisas que nos são livres de escolher e que são tão banais que nem as consideramos como parte da liberdade que apregoamos ter. Ali não há nada, nenhuma parte é livre, Big Brother is always whatching you!

Olhando para trás e pensando no que li é fácil de dizer que a escrita é muito boa, simples mas bonita, sem grandes floreados ou voltas estranhas, bastante corrente sem ser banal. A juntar a isso tem uma capacidade surpreendente, principalmente na terceira parte, de nos agarrar ao livro e não deixar largar. Dá vontade de saber o que mais pode ainda acontecer.

Eu consegui ser tão agarrada para dentro do livro que dei por mim a ter um momento em que literalmente saltei com o que tinha acabado de ler. Um momento pacato, calminho, onde estamos só a acompanhar uma conversa e de repente há mais uma voz que se ouve, que não devia estar lá e automaticamente sabemos que todos os planos que estivemos a acompanhar estavam furados. O cenário de calma e a maneira como nos descrevem tudo fazem com que sejamos mais uma parte daquela conversa, sabemos o que se passa, os riscos, os prós e contras e de um instante para o outro, com uma simplicidade tremenda o mundo desaba, para eles e para nós.

Há poucos livros que me tenham dado uma perspectiva tão completa e interior de uma situação semelhante. A única coisa que posso dizer é que é um livro fascinante, uma obra brilhante que merece todo o crédito que lhe dão. Se dúvidas havia, dúvidas deixou de haver. Um dos melhores livros que já li e que me fazem gostar tanto destes papeis sujos de tinta a que gostamos de chamar livros. 




segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

[leituras] The 500 hats of Bartholomew Cubbins




Título: The 500 hats of Bartholomew Cubbins
Autor: Dr. Seuss
Páginas: 56
Ano: 1938

Eu bem disse que ia continuar a ler Dr. Seuss, fiquei curiosa e já agora leio uns poucos te tenho por aqui. Não são muitos, são pequeninos e eu divirto-me enquanto os leio.

Devo dizer que gostei mais deste do que dos pobres Greens Eggs and Ham. Aqui temos o jovem Bartholomew que só tem um chapéu. Um simples chapéu que já vem de família e é com ele que anda no seu dia a dia sem nunca suspeitar que fosse de alguma maneira mais do que um simples chapéu.

Certo é que um dia o Rei passa na sua carruagem pela rua e claro que quando o Rei passa tem de haver uma postura humilde e "serviçal" e claro que quem usa chapéu tem de o tirar, faz parte da conduta respeitosa pelo seu superior. 

Mas é aqui que todo o mal começa. O pobre Bartholomew bem que tira o chapéu mas outro fica na cabeça. E ele continua a tirar mas há sempre um chapéu a cobrir-lhe a cabeça. Mas quantos chapéus terá o rapaz na cabeça? O Rei tentou de tudo para fazer com que o chapéu saísse mas não havia meio.

É uma história simples e engraçada que me soube bem a ler. É a típica historinha de criança, com um evento paranormal e as milhentas maneiras que a imaginação consegue pensar para o resolver. Não vale a pena dizer mais, é um livro de crianças e é na sua simplicidade que está todo o prazer que tiro delas! 




domingo, 18 de janeiro de 2015

Sei lá, é a evolução das leituras ...

Ler está ligeiramente na moda e desta vez posso-me considerar uma grandessíssima hispter: eu já lia antes de ser fixe (acompanhar com um olhar matador e um dedo a passar nos lábios).

Eu que não gosto de modas até nem me vou queixar - muito - desta nova. Ao menos as pessoas leem. Infelizmente é complicado que leiam alguma coisa de jeito mas é um processo lento que acredito que possa dar bons frutos.

Mas isto tudo porque nos últimos tempos tenho visto várias campanhas de incentivo à leitura, de forma mais ou menos indirecta que acabam sempre por me surpreender mais que não seja por ser uma coisa que para mim é tão banal - no melhor sentido possível - que não percebo o porquê de todo o hype que anda por aí. Mas verdade seja dita: o McDonald's a dar livros como brinde (embora haja reacções que eu acho apenas tristes) ou um número crescente de eventos literários são coisas positivas que aos poucos vão incutindo a leitura na cabeça das pessoas, pode ser à base de martelo mas já diz o ditado que Água mole em pedra dura ...


Eu consigo ver coisas boas e más nisto tudo mas sinceramente quero acreditar que as boas conseguiram vencer a guerra contra as más. Mais que não seja esta onda pode trazer mais pessoas a ler e escrever e escrever é um assunto muito complicado. Desde miúdos que aprendemos a escrever mas fazer uma composição sobre porque é que gostamos do nosso cão pode não ser coisa para livro. Até podemos ter uma ideia gira mas daí a conseguir pô-la no papel em condições ainda há alguma distância. 


Infelizmente, por um lado, a possibilidade de textos serem transformados em livros anda cada vez mais a ser fácil e a quantidade de coisas que acaba por sair por aí começa a ser um pouco triste. Porque depois ler está na moda e muitos vão ler aquilo porque é um "livro", bom ou mau, interessante ou aborrecidissimo pouco importa. E eu até pensava que era eu a ser má mas não. Há mesmo pessoas que assumidamente não lêem nada pelo livro. Lêem para entreter e pouco lhes importa se a história é gira ou não, se está bem escrito ou não. Pouco julgam o livro. É um livro, deu para ler durante 1 semana, foi giro. E eu tenho pena que isto aconteça, é um desperdício tão grande e um desprestígio do material literário. 

Em compensação . e quero que isto sim seja a coisa a acontecer - também será mais fácil que rascunhos escondidos na gaveta comecem a aparecer. Que miúdos sejam criados com livros À volta e que desenvolvam gosto, quem sabe não se entusiasmem e aprendam coisas para depois serem eles a fazer mais. Estamos a cultivar a leitura e toda a cultura que daí vem nos miúdos desde pequenos, mesmo que seja no McDonalds. Isto pode ser muito bom. Podemos começar a dar mais importância e mais valor à palavra escrita. 

As coisas com o tempo têm tendência a mudar, para o bom ou para o mau logo se vê. Eu vou acreditar que é assim que as coisas vão endireitar e que mais coisas, sejam lá do que for, chamem os livros para a ribalta! Eles merecem! 

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

[cinema] Porco Rosso



Título: Porco Rosso ("Kurenai no buta")

Argumento: Hayao Miyazaki
Realização: Hayao Miyazaki
Duração: 94 min
Ano: 1992


O primeiro filme que vi de Miyazaki foi o Viagem de Chihiro que me deixou completamente rendida: era estranho, era engraçado, estava bem feito e achei aquilo qualquer coisa doutro mundo - de forma bastante literal.

Agora indo conhecendo aos poucos os outros filmes do senhor noto que muitos não são tão estranhos. E isso é-me estranho. Há sempre um qualquer pormenor de fora do nosso mundo, qualquer coisa que não vemos todos os dias mas sem dúvida que os filmes que tenho visto ganham muito mais por argumento, pelas personagens do que pela estranheza. É um ponto que existe, sim, mas não é o ponto principal. Muito longe disso, é quase aceite como a normalidade.

Mas bem, mais uma vez um filme sobre aviões. Desta vez um homem transformado em porco - a parte estranha porém normal do filme - que é um óptimo piloto e assim ganha a sua vida, desde que lhe chegue para continuar a viver na sua ilha, sozinho, enquanto bebe qualquer coisa. 

Claro que é um veterano de guerra que é procurado pela polícia italiana e é este grande drama - que se junta, não sei, se calhar, ao facto de ele ser um porco! - que gere o filme todo. O raio do mecânico do avião vermelho dele é italiano e não se mete aquele avião em mãos alheias, se é preciso ir a Itália, vai-se, mesmo tendo a cabeça a prémio.

Pelo meio o mecânico está a ficar velhote mas tem uma neta que lhe segue as pisadas, e muito bem. E para além de ser jovem e rapariga é espevitada e de ideias fixas - my kind of girl. Resultado, já que Porco quer fugir rapidamente sem testar o avião não há qualquer problema: ela desmonta uma parte dispensável e vai com ele num cantinho. Não vai deixar o trabalho sair sem estar experimentado, então vai também na experimentação. 

Sei que o filme é engraçado, com piratas do ar mais mariquinhas que as miúdas de primária que raptam, um amor escondido durante anos, uma moça arrebitada (com um rabo maior do que parece, segundo palavras dela) e um homem porco.

Gostei bastante de ver tudo isto, parece que não é muito mas está tudo bem organizado, bem ligado e que no fim dão um filme divertido e interessante. Sem dúvida que foi uma óptima ideia ver mais coisas de Miyazaki porque este senhor é realmente qualquer coisa!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

[leituras] Marvels



Título: Marvels
Argumento: Kurt Busiek
Arte: Alex Ross
Páginas: 222
Ano: 1994


Não fazia ideia do que ia encontrar neste livro apenas tinha a indicação de que era bom. E não me enganaram, o livro é realmente muito bom. Vemos os super heróis e os eventos a volta deles pelos olhos de um fotógrafo, um freelancer que faz e baseia a sua vida em torno destas maravilhas - Marvels.

É engraçado ver a perspectiva de fora, das pessoas que olham para aquela as coisas estranha que acontecem. Porque vejamos: um vilão invade uma cidade e um super herói combate o. É desta perspectiva, herói-vilão, que vemos tudo a acontecer. Então e as pessoas "normais"? Pessoas que vem o sitio onde moram, as noticias, tudo, a rodar em torno e coisas espectaculares e que parecem irreais. E aqui vemos isso mesmo, o que vivem e sentem as pessoas que não são perdidas nem achadas nesta guerras.

Mas para isso temos quase um desfile de heróis. Aparece um pouco de toda a gente, ninguém quis faltar e isso só dá mais relevância ao que vemos aqui. Ver o comportamento das pessoas quando tudo o que é impossível lhe acontece à frente dos olhos é qualquer coisa. 

Mas independentemente de toda a história e o interesse que me despertou a arte foi realmente o que me deixou rendida. Desde a primeira página que me apercebi que havia algo de muito bom no que ia ver e ao longo do livro foi sempre uma constante. No fim desta edição temos a preparação e trabalho que uma obra de qualidade dá, e deu, mas em dúvida que os resultados foram brilhantes. Cor deslumbrante, ilustrações lindíssimas e correctas, cenários fabulosos. Tudo demasiado bom. A nível visual foi dos livros que mais me deixou de boca aberta a olhar para cada quadradinho com real espanto.

Estes nomes ficaram marcados e vou procurar mais coisas. Se a qualidade de outras obras for deste calibre têm uma fã devota.

Esta coleção da Marvel já me deu boas experiências e parece-me ter reunido bons exemplos do que se faz bem neste Universo. Ainda nem sei qual será o próximo mas não hei de esperar muito.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

[leituras] Green Eggs and Ham

Título: Green Eggs and Ham
Autor: Dr. Seuss
Páginas: 32
Ano: 1960

Muito ouvi eu falar de Dr. Seuss, aparecia em conversas, em filmes, séries, músicas e eu perdida da Silva. Entretanto instrui-me e descobri quem era o senhor mas nunca tinha lido nada dele. Estava naquelas listas, as tais que ficam arrumadas indefinidamente. Como 2015 é o ano dessas coisas escondidas no fundo do baú fui buscar esta pérola - e outros do mesmo senhor.

É quase uma lengalenga, do estilo do que se canta aos miúdos "Era uma vez um cuco que não gostava de couves ... " onde temos um cuco muito picuinhas e umas couves à espera de serem devoradas lá para o final. Aqui é green eggs and ham, mas a ideia é exactamente a mesma.

Gostei especialmente do pequeno símbolo no canto superior direito da capa que diz: "I can read it all by myself". E é verdade, garanto que consegui ler isto tudo sozinha! E sem ajuda! Claro que é um livro infantil e é com coisas do género que os miúdos acabam por aprender as coisas e este é um bom exemplo.

No fundo não sei ainda o que esperar do resto, este não foi muito elucidativo quanto ao estilo - mesmo dentro das coisas simples para crianças pequenas - mas não tardo a pegar noutro para me inserir melhor neste mundo do Dr. Seuss.








domingo, 11 de janeiro de 2015

Primeiro olhar ...

(Que título mais maricas mas para este caso cai bem!)

Há não muito tempo li qualquer coisa sobre aqueles livros que temos que ainda têm as páginas por cortar e se não me engano até foi qualquer coisa do David Soares.

Há um prazer interessante nesse acto de cortar aquelas páginas, separá-las pela primeira vez, sabermos sem qualquer margem de dúvida que somos os primeiros a ler aquele livro em específico. Por mal que soe a alguns: A primeira vez daquele livro é completamente nossa!

E não sei bem porque é que isso dá uma satisfação tão grande mas eu sei que dá! Não é a satisfação de ler um livro pela primeira vez, essa é diferente. É mesmo a sensação de sermos os primeiros olhos que vêm aquelas palavras, aquela tinta naquele papel. Não sei se é algum tipo de sentido de posse, como se a nossa marca ficasse ali para sempre por termos sido os primeiros mas o certo é que se nota e já senti várias vezes essa sensação.

Sou bastante possessiva com os meus livros, são meus e é para serem bem tratados como se de porcelana se tratasse. Não gosto que se escreva neles, que se dobrem as lombadas sem dó nem piedade, que se dobrem cantos de página para os marcar então dá-me vontade de bater em alguém.

Mas de vez em quando há uma pequena magia que acontece: compro um livro, geralmente de ar gasto e antigo que quando o vou a ler ainda tem páginas por abrir. A última vez que me aconteceu isto foi com a antologia em tempos havia os bois que nunca esperaria que estivesse tão pura. No sítio onde o encontrei, aos anos que tinha e ninguém lhe tinha pegado!

Portanto sim, é mais um motivo para continuar a ir aos alfarrabistas, nunca se sabe quando se encontram estes pequenos prazeres. Porque comprar um livro novo, escolher aquele que está lá no meio sem nenhuma marca ou risquinho e sentir que somos os primeiros a folhear dá um grande gozo mas quando é um livro antigo, pensar nas mãos que já o devem ter percorrido e no fim disso tudo ainda somos nós quem tem o privilégio de o ler pela primeira vez... Ah, pequenos prazeres da vida...

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

[series e cinema] Firefly & Serenity



Título: Firefly & Serenity

Elenco: Nathan Filion, Gina Torres, Alan Tudyk, Morena Baccarin, Jewel Staite, Summer Glau
Duração (ep & filme): 45 min & 119 min
Duração da série: 1 temporada, 14 episódios
Ano: 2002-2003 & 2005

Durante uns tempos ouvi falar muito desta série e ainda estive meio céptica sobre ela mas lá me decidi, mais que não fosse a minha cultura geek nunca ficaria completa ou sequer razoável sem ela.

Os meus conhecimentos resumiam-se a: é uma série interessante, todos os geeks a idolatram, é no espaço, foi cancelada, fizeram um filme, tudo ficou por explicar e os fãs querem mais. Ah, e o Nathan Filion é um Deus.


Portanto parti à descoberta e fui ver o que saía daqui. Devo dizer que me rendi  no primeiro episódio. Nathan Filion como Captain Malcom Reynolds é perfeito e quem o acompanha não deixa a coisa por mãos alheias. As personagens são interessantes, bem representadas, puramente badass e do mais brutal que se consiga encontrar. Com um ponto principal para a Kaylee que é uma coisa fofa até mais não. 


A bordo da Serenity, há uma tripulação que trabalha em missões, como dizer... pouco lícitas, vá, e para arranjar mais uns dinheiros também fazem transporte de pessoas. Numa altura em que  as viagens espaciais já são corriqueiras - *fingers crossed* - temos 14 aventuras que nos prendem e viciam. Seja pelas personagens fabulosas que tem, pelo argumento que sim, senhor, está bastante bem feito ou até pelo elenco que mais que não seja tem alguns dos deuses dos geeks.

Já não consigo ver Castle sem ver pensar no Mal, o que tem algum encanto mas verdade seja dita: Nathan Filion é fixíssimo a fazer o que quer que seja e só por isso vale a pena ver tudo. (deixo só aqui um miminho para quem não perceber o nível de awesomeness deste senhor: https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=XSTzibaosBA#t=1725 e https://www.youtube.com/watch?v=RJSa_dLV1u8 ).

Mas depois de ver a série toda a saber que não havia mais à excepção de um filme fiquei preocupada. Muita coisa se passa durante uma temporada e muita coisa estava em aberto. Havia tanto, mas tanto potencial para ser uma série com mais uns episódios jeitosos. E saber, no fim de tudo aquilo, que em menos de duas horas iam selar todas as pontas soltas? Pareceu-me muito arriscado e ou faziam bodega e metiam explicações palermas que atavam pontas mas que estragavam a série OU faziam as coisas em condições mas muito pouco era explicado. Não me enganei e felizmente a opção deles foi a segunda - o que me agradou e ao mesmo tempo deixou mortinha de curiosidade sobre coisas que nunca - Será? - terão explicação.

Mas vi o filme e reencontrei as personagens que tão bem conhecia, matei saudades e tal e comecei a ver o que raio faziam com aquilo. Mais que não seja do filme sabia duas coisas: que ninguém nos explicava que coisas azuis eram aquelas que os tipos atrás da River usavam para matar pessoas e que a imagem do filme tinha a mesma da River com uma espada acatanada - nem sei, o que podia ser interessante. 

E epah, no fim disto tudo eu gostei imenso do filme mas: 

     1. Matam pessoas que eu gosto de maneira brusca e sem coração (confesso que uma delas foi das cenas mais surpreendentemente chocantes que já vi na vida);
     2. Não me explicam tudo e deixam-me o Tico e o Teco baralhados;
     3. É pouco para o valor que a série tem.

Curioso que a série que falei aqui antes desta também foi uma cancelada mas nesse caso a coisa era perfeitamente justificada, não tinha qualquer tipo de interesse ou característica que distinguisse. Era mais uma. Esta não, esta tem qualidade, tem elenco, tem argumento, tem destaque, tem popularidade. Não sei que mais se pode querer para uma coisa destas mas posso garantir que não é o cancelamento.




quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

[leituras] Mafalda

Título: Toda a Mafalda - Edição comemorativa dos 50 anos!
Autor: Quino
Tradução: Ricardo Pereira, Maria José Sacadura
Páginas: 600
Ano: 2014

Desde que apanhei um grupinho de amigos que também são leitores assíduos que me de conta que todos tínhamos algum tipo de fascínio especial por tiras. No meu caso a eleita era a moça deste livro: Mafalda. Já li muitas outros de que gosto imenso mas a Mafalda consegue ter um cantinho especial só para ela.

É uma simples rapariga, 6 aninhos apenas, e uma cabeça mais interessante do que muitos adultos que se encontram por aí. Não gosta de sopa, coisa bastante comum, adora os seus amigos e gosta especialmente de tomar conta do seu mundo, sempre doente e a precisar de muito trabalho.

Não sei quando li Mafalda pela primeira vez, sei que antes desta edição - Lindíssima e Maravilhosa - de comemoração dos 50 anos tinha uns 3 ou 4 livros dela, todos lidos inúmeras vezes. E sei que sempre que apanhava mais livros de Mafalda mais queria ler. Acho que haverá poucas tiras que não conheça, principalmente agora depois destas 600 páginas cheias.

A edição faz juz à grandiosidade que esta personagem ganhou ao longo dos anos, com relevo para o autor e para a história que acompanha o desenvolvimento das tiras. Mafalda é reaccionária mas responde ao ambiente que a rodeia e por isso mesmo o enquadramento histórico faz todo o sentido.

Além disso é uma barrigada de Mafalda para que realmente gosta disto. Muitos poderiam dizer que são 600 páginas sempre do mesmo mas estariam muito enganados. Se há coisa que Mafalda consegue é tocar nos mesmos temas mas de maneiras diferentes, e dando sempre mais uma "pancada" num sítio diferente do último.

Se a tudo isto juntarmos o ódio profundo a sopa já temos uma boa aproximação da personagem. Mas não é sozinha e aqui também temos resumos sobre cada uma das personagens que vamos acompanhando: a pequena Liberdade, o sonhador Miguelito, o preguiçoso Felipe, o avarento Manelito, a empertigada Susanita e o pequeno Gui, irmão da Mafalda. Não são muitos mas só com estes pequenos amigos temos uma visão do mundo interessante, "pelos olhos de criança" que é a maneira mais pura de ver as coisas.

No fim disto tudo só posso garantir que mesmo depois de 600 páginas não me cansei, vai ficar a ser um livro que de vez em quando agarro para ler mais umas tiras. Não me canso de MAfalda e quem sabe não fico um bocadinho mais como ela?

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

[leituras] Infecção

Título: Infecção
Autor: Scott Sigler
Tradução: Leonor Bizarro Marques
Páginas: 456
Ano: 2008

Este infecção estava na prateleira a espera ha já não sei quanto tempo. Certamente ha não tao pouco quanto isso.

Época cansativa, falta de ideias para leituras prementes e lembrei-me de olhar para as prateleiras. Estava la tao incógnito e despercebido no meio dos outros, como quem não quer a coisa mas acabei por lhe pegar.

Da-me uma certa felicidade descobrir que eu no passado comprei este livro, podia não saber bem porque mas ele conquistou-me na altura e reconquistou agora.

Eu já nem sabia o que era a historia, de que tipo era o livro, não sabia nada. Sabia que era uma recomendação de mim para mim, mas numa versão mais nova. E se não confiar nas minhas recomendações confio nas de quem? Acertei em cheio com este e é daqueles exemplos ideais para explicar que não sou muito boa da cabeça.

Tentando ser sucinta e não escandalizar ninguém digamos apenas que há uns bichinhos, parasitas, que se alojam no nosso corpo, formam altos triangulares enquanto nos segregam hormonas na corrente sanguínea e assim nos começam a controlar o comportamento. Caro que vão evoluindo e passam depois a conseguir comunicar connosco, directamente no nosso cérebro, os altos começam a conseguir formar olhos para ver o mundo em redor e maravilha das maravilhas, a cereja no topo do bolo, no fim pura e simplesmente saltam do nosso corpo numa emancipação de bicharocos piramidais estranhos.

Estranho? Muito! Interessante? Bastante! Gostei? Sem dúvida! 

Tinha muita coisa para dar mal, para ser uma coisa que se tornava só palerma e sem qualquer sentido. E até dado ponto é. Mas chega àquele ponto em que é tão palerma que começa a ser só bom! E é completamente assim que tenho de descrever isto. Porque sim, tenho perfeita noçã que o conceito é estranho e de alguma forma retardado mas ainda assim a maneira como nos é apresentada a situação, o desenvolvimento da história e a própria escrita que consegue envolver torna este livro uma leitura que gostei mais do que poderia esperar.

A escrita não é belíssima que nos deixe a navegar na maionese só com a beleza das frases, longe disso. É uma escrita corrente e quase fast food mas que consegue ser tão cativante, consegue ter uma estrutura tão interessante que não dá vontade de largar o livro, queremos saber mais, queremos descobrir o que raio vão fazer estes bichos estranhos que tanto nos falam.





domingo, 4 de janeiro de 2015

2015!!!

ANO NOVO LEITURAS NOVAS!

Gosto muito mais deste mote do que dos que se costumam apanhar por aí nesta altura do ano! Antes de mais: Bom ano de 2015! Depois: Boas leituras para 2015!

Eu cá sei que as minhas leituras vão ser qualquer coisa de especial! Este ano, pela primeira vez e ainda em regime beta decidi fazer uma lista das leituras para o ano! Tenho aproximadamente 70 livros na minha listinha - muitos são livros assim mais hardcore que de certeza me levam um mês a ler - mas quero ver se consigo ler todos, sem falta! Não tenho todos disponíveis mas mal será se as bibliotecas não me ajudarão nessa árdua tarefa!

Mas porque é que me lembrei desta lista? Simples: há demasiados que construo uma mega lista mental de livros que acho interessantes e que por algum motivo ainda não li. Decidi que não quero passar mais um ano assim, e muito menos continuar a adiar a leitura de livros que devem ser qualquer coisa! E mesmo que não sejam, até os ler nunca saberei e essa espera já é adiada no caso de alguns há uns aninhos valentes.

Por isso decidi-me a isto, tenho a minha lista, com livros a ler em 2015 e esta é para cumprir. Ao mesmo tempo, durante o ano vou fazendo mais listas, desta vez escritas e em sítios sempre à mão. Não tenho desculpa para me esquecer ou para adiar coisas! Tenho lá de tudo, desde livros que sei que vou adorar a livros que sei que não me vão ser nada de especial mas que tenho curiosidade e quero ler - até porque se não gostar já terei argumentos com mais fundamento. 

Eu vou ter alguns problemas em cumprir a lista toda, durante o ano tenho alturas que não tenho grande tempo para ler e terão de ser preenchidas com livros mais pequeninos. E a ler livros um pouco maiores esses estarão reservados a ser lidos em casa e terei de ler coisas mais portáteis para ler quando estou fora de casa. Vai ser preciso ginástica, equilíbrio, controlo e acima de tudo manter esta paixão bem acesa - o que me cheira não há-de ser difícil.

Eu não preciso muito de grandes incentivos para ler mas desta vez estou estupidamente entusiasmada. São livros que quero mesmo ler, autores que quero conhecer ou redescobrir, coisas que me andam a atormentar há demasiado tempo e este ano grande parte delas chega a um ponto final!

Vai-me saber muito bem e mesmo sem saber se vou conseguir ler tudo - vou tentar mas não prometo - sei que vou ter umas leituras muito muito interessantes em 2015.

O primeiro foi fácil de escolher: 1984, o livro que me fazia sonhar há mais anos do que os que me lembro. Os outros hão-de chegar! 

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

[cinema] Big Hero 6



Título: Big Hero 6 

Realização: Don Hall, Chris Wiliams
Argumento: Jordan Roberts, Daniel Gerson
Duração: 102 min
Ano: 2014


Primeiro de tudo não gostei do título! Não joga com o filme, sim senhor, temos os 6 amigos estranhos que se juntam para combater o mal mas o filme não é sobre isso. Eu já tinha visto o trailer e tinha noção do que seria o filme, se fosse olhar só para o título não me chamava minimamente. E mais: é bastante dúbio. Já várias pessoas me perguntaram o porquê daquele título: "Mas o boneco não se chama Baymax?", "Afinal era o sexto boneco que o rapaz fez?", as interpretações são muitas. O título foi uma escolha infeliz!

MAS!, rejoice, o filme é divertidíssimo. Temos um moço estupidamente inteligente, Hiro, que não quer ir para a "Escola de Nerds" então faz os seus robots na garagem e vence lutas ilegais com eles. Felizmente o irmão Tadashi - um dos Nerds da tal escola - leva-o ao laboratório onde trabalha e o contacto com as coisas que se inventam por ali, as pessoas que ali andam entusiasmadas a descobrir coisas novas acabam por lhe mostrar que uma Escola de Nerds afinal pode ser bem mais divertida e desafiante do que se pensaria.

Todo o filme nos mostra que Hiro é realmente um pequeno génio com muito potencial e prova disso é que ele consegue acompanhar e dirigir até o grupo que trabalha no laboratório com o irmão. Como herança, depois de um acidente onde Tadashi morreu, fica com o projecto do Baymax, o boneco gordo que já vimos por todo o lado! "Olá, eu sou o Baymax." Um projecto pensado para ajudar, um robot capaz de analisar e ajudar assim que ouça um qualquer som de dor ou ajuda.

E as coisas dão para o toro, há um vilão mascarado que rouba tecnologias e obriga à criação - agora sim - de um novo grupo de super heróis. A história base é bem pensada, engraçada e cativa mas o folclore à volta não achei que fosse tão bem apanhado quanto isso. O filme ganha muito pela personagem divertida e fofa do Baymax, pela relação que o Hiro acaba por ter com ele e pelas personagens do laboratório - cada uma mais louca que a outra. 

Como filme infantil que é é um bom filme. Tem uma história simples, educativa, bonita e interessante mas ainda assim senti que lhe faltava qualquer coisa. Se calhar o ser demasiado simples, o argumento não cativa assim tanto. De qualquer das formas gostei imenso do filme, ri tanto ou mais que as restantes crianças que enchiam a sala.