domingo, 30 de novembro de 2014

Fontes de novidades? Venham mais!

Por seguir muitos blogs e muitas outras coisas, confesso, acabo por apanhar coisas por aqui e por ali que me chamam a atenção. Como pessoa especialmente eclética isto torna-se um problema: quero ver tanta coisa, ler tanta coisa, ir a tantos sítios, fazer tanta coisa ... Torna-se cansativo e por vezes frustrante.

O certo é que uma pessoa nos dias que correm consegue ter acesso a milhentas coisas que não teria até há bem pouco tempo. Eu em 10 minutos consigo ficar a saber as novidades do mundo e ainda ver os destaques de hobbies que possa ter, do que quiser, nas doses que quiser, tudo à distância de meia dúzia de cliques!

Há uns quantos sites e uns quantos blogs que acompanho com regularidade, escolhidos muito a dedo e que agora me dão uma perspectiva geral sobre milhentas coisas que me interessam e isso sabe tão bem!

Aderi a um FeedReader que é um sonho: ficam lá as coisinhas todas guardadas, todas as novidades de tudo o que possa querer ou estar interessada e não tenho de andar a saltar de uns sítios para outros!

Uma das grandes vantagens é seguir webcomics de uma maneira mais fácil e rápida. Ainda não sigo muitos mas também é um bocadinho de descanso, coisas engraçadas que todos os dias dão para rir por um bocado - às vezes um bom bocado!

E há aqui muito para eu aprender! Seja em sites científicos onde descubro coisas interessantes e possivelmente importantes para a minha vida futura - já que sou de ciências, seja em blogs onde já tenho gostos bem definidos e que sei que aquelas sugestões / ideias me vão agradar, sejam elas para fazer alguma coisa ou muito principalmente ler alguma coisa. Este último ponto é das coisas que mais mexe comigo: desde que comecei a investigar um pouco mais os blogs que andam por aí que descobri coisas muito boas e alguns dos livros que li nos últimos tempos foi por recomendações que li. E adorei!

Começo a ter aqueles cantinhos que para além de me darem uma ideia do que posso esperar me apresentam a coisas novas e é muito isso que eu quero: conhecer mais, ler mais, fazer mais!

Isto dito por alguém que se queixa do tempo que tem para fazer o que quer que seja é estranho mas são estas coisas que realmente me dão prazer, que me fazem chegar a casa depois de um dia de trabalho e ainda assim descansar de forma tão simples quanto agarrar num chá, sentar-me na cama e ler um bom livro.

E era isto, obrigada internet. Queixo-me muito de ti mas no fundo és porreira! Às vezes, vá. Quando não me chateias!



sexta-feira, 28 de novembro de 2014

[cinema] Frozen

Título: Frozen
Argumento: Jennifer Lee
Duração: 102 min
Ano: 2013

Trailer

Confesso que já vi este filme há algum tempo e talvez não devesse fazer a crítica nesta altura mas o certo é que ando a viciar nas músicas da versão original que convinhamos são bastante catchy!

Acho que toda a gente foi obrigada a conhecer a Let it go (seja por estar em todo o lado, por ter sido terrivelmente cantada nos óscares ou por o Travolta não conseguir dizer o nome da cantora) mas há músicas bem mais interessantes e bonitas que essa. 

A história tem uma estrutura que começa a dar-me ânsias: a Disney agarra num filme, fá-lo para crianças e depois destroça o coração a toda a gente com os primeiros minutos! Nada vai bater o Up! mas este também está muito perigoso para os lenços daquelas pessoas que gostam de chorar no cinema. Assim uma pessoa deixa de ver isto, são bonitinhos e tal mas é depois de termos os olhos cheios de água e o coração despedaçado!

Ainda assim! Gostei imenso do filme! É divertido, tem personagens bastante interessantes e bem construídas que nos agarram sem qualquer hipótese ao raio deste filme! E isto sim, mais do que as músicas que possam chatear já meio mundo por estarem em todo o lado, é o ponto alto do filme: Olaf! Se há personagem que merece todo o destaque é esta. Um pequeno boneco de neve que aquece o coração de toda a gente. Meigo, sorridente, amigo, divertido, palerminha, sei lá, é uma personagem que está só divertida e bem feita. 

A premissa do filme é logo bastante palerma mas ainda assim a coisa funciona bem: há uma princesa com poderes de controlar o gelo, numa brincadeira acaba por magoar a irmã que para sobreviver tem de esquecer que a irmã tem poderes. Resultado? Tranca-se a irmã no quarto, sei lá, assim para sempre! É triste e palerma mas vá que o filme até não fica mau por causa disso. 

Em história não sou a maior fã do que foi feito, podia estar tão melhor, mas tão melhor. Mas enfim, as músicas estão bem conseguidas - embora já comece a pertence ao clube de "Já chega da Let it go!" - e as personagens estão interessantes. 

De qualquer das maneiras: Disney, andas a trabalhar relativamente bem! Deixa ver o que vem aí da próxima vez!

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

[leituras] O Macaco Tozé



Título: O Macaco Tozé
Autor: Janus
Páginas: 72


Macaco Tozé não diz muito sobre o que raio vou encontrar dentro deste livro. Janus também não é um nome que me diga o que quer que seja. Mas as histórias são pequenas e as falas poucas e portanto foi num instante que este macaco foi lido. 

E confesso que não gostei: várias histórias, a maior parte a dizer nada, com o elemento comum do Macaco Tozé. Macaco que só sabe beber, maltratar pessoas e ser de uma forma geral parvo. As ilustrações a preto e branco eram engraçadas, bem feitas mas não me cativaram. As historias foram só palermas e/ou sem qualquer sentido. De certeza que não atingi as metáforas todas que o livro tinha planeado, como e costume neste tipo de coisas, mas achei puramente que era meramente o uso do ridículo para tentar fazer qualquer coisa e não resultou bem.

Chegada ao fim do livro apercebi-me que pertence à MMMNNNRRRG, associada da Chili com carne, e embora tenha em ideia que já li qualquer coisa desta linha não me recordo de nenhum nome.

Resumindo, não me cativa, não há grande historia, não trouxe nada de novo.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

[leituras] Doctor Who: Who-ology


TítuloDoctor Who: Who-ology
Autor: Cavan Scott, Mark Wright
Páginas: 384
Ano: 2013


Não sei se abençoo ou amaldiçoo o dia em que perguntei o que era aquela Police Box que encontrava com frequência na internet. Daí a delirar a partir do momento em que se ouve o genérico não demorou muito.

Doctor Who entrou de mansinho, como quem não quer a coisa mas rapidamente subiu no meu ranking de series para estar muito muito acima de outra qualquer que tenha visto.

Felizmente a pessoa a quem recorri quanto à police box é fã irremediável e, mais importante ainda, meu namorado. E isso é bom porque? Porque lhe ofereci este livro e o livro é dele e todo dele, mas dá para os dois! :)

Dito isto, tanta tabela! O livro é muito à base de factos sobre a série, pormenores sobre personagens e actores, pequenos detalhes que são engraçados de saber. E isto é, de certa forma, um risco. Até que ponto um detalhe é mesmo interessante? Quando é que passa a ser tão detalhe que já não importa e é só aborrecido? A linha é ténue mas aqui, na maior parte do livro, conseguem manter-se a tona desse pormenor e levar as coisas a bom porto.

Mas já muitos actores entraram e saíram da série. E não só em televisão, mas nos livros e em audio. Resultado: depois de 50 anos Doctor Who é um mar de gente, uma confusão de quem fez o quê, e com quem, e onde,... E isso está quase tudo aqui! Tabelas infindáveis, é verdade, mas que sabem bem ao passar os olhos e ver o mundo que já é Doctor Who!

Acho que o livro tem pormenores interessante, tem pequenas deixas para os fãs, pequenos detalhes que só um whovian conhece, e pode ser uma palavra mas nos percebemos e sorrimos por dentro com a nossa nerdice. (Spoilers *.*)

Mas tem muitas tabelas, tabelas para tudo, parece um catálogo de uma farmacêutica com os medicamentos, composição, princípio activo, ano de criação, mas com companions, primeiras e últimas palavras, quando entrou e quando saiu, porque saiu, ... e isto torna-se interessante mas torna o livro mais de consulta do que de leitura. É uma mini enciclopédia de factos Doctor Who'ianos para irmos buscar quando teimamos com alguém em que ano entrou um dado companion ou quem foram as mulheres do Doctor.

É sem dúvida o primeiro de muitos que hei de ler destas coisas mas para começar já deixou a fasquia alta. E a minha curiosidade acompanha o meu interesse nos crescimentos exponenciais... ... ... Lá terei de continuar a ver a série, não é? 

domingo, 23 de novembro de 2014

Livros baratos?

Na sequência daquilo que falei sobre o preço das BD achei que faria sentido falar também de formas baratas de arranjar livros. Porque também as há, é preciso é ter olho, conhecer coisas e por vezes ter uma sorte do catano.

Claro que livros acabadinhos de sair do forno não vai sair a preços mega baixos. Eu felizmente tenho a sorte de não ser a maior fã do que anda a sair, de uma maneira geral, e anda muito na berra. O que e bom! Assim os livros que quero ficam mais baratos! Yay!

Bookworm que sou tenho livros fetiche, coisas que estão num nível de atingível às vezes um bocado duvidoso. Ou até mesmo prendas, há livros muito muito muito interessantes que exactamente por isso são caros como tudo, infelizmente! Mas vamos-nos safando, se calhar não com aqueles livros que custam 50 euros ou mais, ainda estão nas prateleiras das livrarias à minha espera por uns tempinhos, mas alguns vão sendo arranjados.

Como? Feiras do livro são sempre boa ideia. A Feira do Livro de Lisboa (A Feira) tem muita coisa, tem muitas promoções, tem livros do dia, tem milhentas coisas e mais um par de botas. Mas primeiro: só existe durante um período muito curto de tempo - para grande tristeza minha, aquele Parque Eduardo VII não tem metade da piada sem as barraquinhas cheias de livros, e depois ainda assim, encontram-se coisas em conta, bem procuradas, mas é preciso procurar um bom bocado, às vezes - e aquilo ainda é grande.   

Mas felizmente há mais coisas por aí, há uma feira do livro, quase constante, na estação do Oriente e que sonho de feira, também! Às vezes também não tem coisas absolutamente imperdíveis mas encontram-se por lá livros que não se encontram em todo o lado e geralmente não tão caros assim.

Como daí estamos ainda um pouco limitados, e visto que há tempos precisei de comprar um livro que nem sequer havia em Portugal descobri a Book Depository, a benção da minha vida. Portes grátis e os livros até vêm com descontos e tudo. Deu-me um jeito imenso e de certeza que ainda vou voltar a usar disto mais vezes.

E depois alfarrabistas. Em Lisboa há imensos, aos quais devia fazer visitas mais regulares - ou se calhar assim preservo melhor a integridade da minha carteira - com coisas muito porreiras e a bons preços. 

Ou seja, no fundo há muitos sítios onde comprar livros baratos, dá algum trabalho às vezes, mas eu cá não me queixo. Ah e tal tens de ir passar um tarde a ir visitar livros em vários alfarrabistas e feiras e afins? Por mim tudo bem, quando vamos?


sexta-feira, 21 de novembro de 2014

[Séries] Selfie

Pela primeira vez por aqui quero falar não de livros ou de cinema. Meet la parte de Séries :)

Não vão ser como os filmes, que tentarei que sejam a parte semanal destas coisas mas às vezes não tenho grande tempo para ver um filmezinho e já que tenho tanta série a ver e a ser vista que também quero falar delas.


Título: Selfie
Elenco: Karen Gillan, John Cho
Duração dos Episódios: 25min
Duração: 13 episódios (1 temporada)
Ano: 2014


Para começar isto não vou começar por uma série genial, nem uma que adore incondicionalmente mas uma que há uma semana ou duas foi cancelada. É verdade, falo de uma série que não passa logo da primeira temporada. E se isso me aconteceu com Terra Nova, de Spielberg, que era uma série interessante e bem feita e PIOR! com Firefly que falarei do quão maravilhosa era para a próxima vez, não me admirei assim tanto que esta fosse cancelada.

Tudo isto com Selfie! Uma série que vejo porque é cómica, episódios curtos, tem a Karen Gillan - que conheço de outros carnavais, mais espacio-temporalmente confusos - e o John Cho a ser só engraçadíssimo e porreiro.

A série não tem grande história: baseada na realidade que há hoje em dia com toda a fama das redes sociais temos uma Eliza muito preocupada com os seus "followers" e que se apercebe que são meramente virtuais. Uma vida de aparências, descartável ao máximo - em tudo - e sem grande aplicação na vida real.   

A partir do momento da grande revelação Henry começa a ajudá-la a ser uma pessoa melhor, a preocupar-se com quem a rodeia, a olhar mais para o mundo, sem ser pelo ecrã do telemóvel. E no fundo é uma troca: o que Eliza tem de mais Henry tem de menos, e vice versa e a dinâmica entre os dois torna-se engraçada. O contraste do que supostamente - muito supostamente - é a realidade hoje em dia contra os valores que se estão a perder e que já são essencialmente considerados como antiquados e parvos (and maybe that's the whole problem mas enfim!).

Mas pronto isto é tudo engraçado mas não há mais. Tem piada mas está forçada. Isto acontece, sim, mas não assim. Não tão assim! Para mim o mal que tudo isto tem e por isso mesmo não está a render o que quereriam é porque é cómico, sim senhor, mas é forçado. Não é puramente engraçado, porque não é suposto ser uma série nesse registo mas no registo onde está fica mal inserida, as situações que representa não estão bem escolhidas, bem feitas.

Por um lado até tenho pena, que isto ao menos dá para rir, mas por outro há aí tanta séria boa, muito muito boa, para ver. Cómicas ou não, grandes e pequenas, acabadas ou on going mas com muito mais qualidade que esta. 

Grande parte do público que tiveram veio das pernas da Karen ou do ar fixíssimo do John Cho. Mas tirando isso, pela história não vem muito mais. 

Resumindo, é engraçada, tem momentos bem apanhados mas não é nada de especial e acaba por não cativar. Fica-se pela primeira temporada e não lhe fazem falta mais.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

[leituras] Hábito faz o Monstro



Título: Hábito faz o Monstro
Autor: Lucas Almeida
Páginas: 104


Se as vezes pergunto porque é que as pessoas que me conhecem dizem que não sou muito boa da cabeça, as vezes pergunto-me como e que eu posso ter dúvidas quanto a essa matéria. Se há coisa que não resisto quando estou a ver BD e a Chili com carne. Coisas estranhas, coisas muito estranhas, livros aparentemente aleatório mas onde eu vejo potencial e muitas das vezes descubro artistas com bastante qualidade - embora muitos sejam demasiado abstractos para o meu entendimento.

Aqui a mensagem principal que eu tirei foi: se não fizeres a barba tornas-te num macaco! E eu achei importante para a minha vida e terei em muita conta de hoje em diante.

O livro transpira Chili com carne, com as ilustrações a preto e branco, as páginas cheias de gatafunhos não definidos, com historias que do início ao fim nunca chegamos a ver sentido, e no meio de tudo isso ainda retirar alguma coisa de útil dos últimos minutos em que estivemos a ler.

Desta vez não temos uma imensa quantidade de pessoas a trabalhar, só um Lucas Almeida a solo mas que representa muito bem o espírito habitual.

Eu gosto da liberdade que existe nestes livros, e neste a coisa não é diferente: não é preciso que sejam aqueles desenhos limpinhos e bonitinhos, não precisam de ser "normais". Daí o eu dizer sempre que parecem mantas de retalhas, aquelas páginas de rascunhos onde se testam coisas que muitas das vezes não poderiam dar "em nada" e que assim têm o seu lugar ao sol! Eu continuo a gostar de ver e fico sempre à espera de daqui a uns tempos ver estas coisas evoluírem para algo mais, para uma história mais composta, trabalhos mais complexos, não sei. Vou ficar à espera para ver o que estes artistas ainda terão para dar!

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

[leituras] The LisbonStudio (#1)



Título: The Lisbon Studio
Autor: Ana Freitas, Ana Oliveira, Frederico Sá, Guilherme Cartaxo, Joana Toste, João Tércio, Jorge Coelho, Nuno Duarte, Patrícia Furtado, Pepedelrey, Pedro Potier, Ricardo Cabral, Ricardo Tércio, Ricardo Venâncio, Rui Lacas, Sara Barbas, Sérgio Duque, Tiago Tavares
Páginas: 115

Da minha última leva de bd's apanhei algumas coisas diferentes. Esta é uma delas. Não é propriamente BD, é mais um mostruário do trabalho de alguns artistas - alguns que pela amostra serão bastante bons - que trabalham num estúdio "algures entre os Anjos e a Estefânia". Pelo que eu percebo este é um grupo dinâmico e criativo de onde saem coisas bastante interessantes. Vendo no próprio blog deles conseguimos perceber que há várias edições desta revista, eu tive a sorte de encontrar esta #1 o que a torna ainda mais interessante.

Eles próprios se apresentam como "criativos independentes" e eu confesso que gostei do que vi. Temos coisas um pouco de todos os estilos, cada um tem uma marca pessoal, e em várias áreas: texto, desenhos, montagens, fotografia.

Foi bastante interessante ver este trabalho, ver a qualidade que este grupo tem - eu pelo menos gostei da grande maioria do que apanhei aqui - e como é bom ainda haver grupos de "carolas", deixem-me tratá-los assim, que ainda se mexem e metem coisas a acontecer. Da minha parte: Muito Obrigada!

Alguns dos nomes que por aqui andam são-me conhecidos de outras paragens e foi engraçado ver algumas coisas mais "fora de contexto", até porque tudo isto tem um ar divertido, engraçado, de gozo quase, parece que estamos no meio de uma piada qualquer, embora não as percebamos.

Gostei imenso desta revista, é mais um projecto engraçado que tenho pena que não seja mais divulgado. Eu continuarei a acompanhar, de certeza.

domingo, 16 de novembro de 2014

Eventos ad aeternum

Felizmente desde que entrei para a faculdade entrei num mundo novo! Porquê? Não vou pela parte do curso e do que isso implica, agora ou no futuro, mas sim pela parte das pessoas que conheci e de como isso foi interessante.

Verdade é que chegada à faculdade tive um choque enorme quando me apercebi que as pessoas que ali estavam eram mais como eu, ou seja, mais geeks e nerds do que qualquer típico mortal dos que trato por amigos.

Em que é que isso mudou a minha vida? Em milhentas coisas! Mas aquela que me levou a esta introdução meia maricas é: a quantidade de coisas que comecei a descobrir!

Não foram só livros, autores, séries, filmes, realizadores mas também eventos, blogs, sites, festivais, tanta coisa e eu sei estar por dentro. Anos desperdiçados! Ou não, depende da perspectiva. Sempre apanho todo este mundo com uma bagagem um bocadinho maior e que agora é construída de forma um bocadinho mais sólida.

Seja o meu querido e aguardado MotelX, seja o recém acabado - hoje mesmo - Fórum Fantástico (até para o ano, lá nos encontraremos novamente!) há coisas que já fazem parte do meu calendário anual e que não tenciono perder uma edição, seja pelo que for.

E é assim que há sempre alguma coisa marcada no meu calendário para os próximos anos, nem sei onde vou estar nem como, isso é completamente irrelevante, o certo é que pelo menos esses dois são mais do que certos. E a Feira do Livro. E os anos em que há uma mini Feira Popular no Natal. E agora não me lembro de mais porque alguns ainda não experimentei por espaço ou tempo.

MAS o essencial é: há coisas a acontecer a toda a hora, muita coisa se começa e não perdura mas outras estão cá todos os anos, às vezes muito a pulso dos ditos "carolas" que têm paixão por alguma coisa. E ainda bem. São esses os mais naturais, os mais autênticos. Para mim são os que têm mais piada e nos dão realmente alguma coisa a mais do que quando vamos para lá.

Os três exemplos que dei são bastante diferentes uns dos outros, em objectivos, em público, em organização, mas são coisas que não tenciono faltar. Pode ser só um filme, só dar uma passagem pelo Parque Eduardo Sétimo (umas 8 voltas para ver tudo) ou ir a um dos painéis sobre fantástico mas todos me fascinam e me deixam ansiosa por aquela altura do ano. E que não acabem. E que comecem mais. Ou não, assim estes são mais especiais! :)

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

[cinema] Tonari no Totoro



Título: Tonari no Totoro
Realização: Hayao Miyazaki
Argumento: Hayao Miyazaki
Ano: 1988
Duração: 86 min

Trailer


Para continuar a minha demando por mundos Ghibli chegou a vez de me dar a conhecer a Totoro.

É provavelmente a criatura mais Miyazaki reconhecida e embora também a reconhecesse e até soubesse mais ou menos quem era só agora vi o filme.

E em seis ou sete filmes vistos de Miyazaki ainda nenhum falhou. Desta vez uma família muda de casa, uma casa grande numa região de campo com muito terreno e muito verde à volta. Pai e filhas vão-se instalando e adaptando à nova casa enquanto aguardam que a mãe melhore para sair do hospital.

As duas meninas são adoráveis, bem educadas e felizes, e nas suas explorações pelas matas que rodeiam a sua casa acabam por encontrar Totoro, um espírito da floresta, que pouco mais é, quando o conhecemos, que um bicho enorme, peludo e fofinho, com uma sonolência imbatível. Mais tarde descobrem que é um dos espíritos da floresta o que as deixa mortinhas de felicidade.

O mais curioso para mim neste ser é a maneira de agir. Ou seja, quando vemos um filme de animação da Disney as coisas são todas coloridas e fofinhas e delico-doces, aqui não, não precisam de ir ao fofinho enjoativo para ser realmente querido e soltar à mesma sorrisos deliciados. O Totoro não é colorido, nem fala com vozes irritantes de bebé. O Totoro ruge, e bem alto, com muita força, e ainda assim é dos bichos mais fofos que existe.

As personagens aqui acabam por ser todas bastante ternurentas: o pai, as pequenas, a mãe, a Granny - uma velhinha vizinha que ajuda no que vai podendo, o Kanta que morre de medo desta família por viver numa casa "assombrada", enfim, não há um vilão ou um foco de distúrbio, corre tudo dentro do carinho entre estas pessoas.

Mas quando uma maçaroca de milho pode ajudar uma mãe a melhorar as coisas dão para o torto e confesso que ainda me assustei um pouco. É uma das coisas que gosto nestes filmes: são "infantis" mas não são moles, não são piegas. São filmes com qualidade e que conseguem transmitir mensagens, conseguem abordar várias coisas sem cairem em falso.

Eu gostei imenso do filme, não é estranho, cheio de cenas a acontecer de forma aleatória, tirando as cenas do Totoro. Mas ele pode. Entre a criação maravilhosa deste ser e a maneira como as "assombrações" daquela casa são vistas por aquela família - não com medo mas antes com entusiasmo, curiosidade mas sem maldade para com elas - esta hora e meia valeu bem a pena e o quanto gostei deste filme. Acho que igualou o meu até agora preferido Viagem de Chihiro e só depois de rever ambos é que vou conseguir desempatar!

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

[leituras] Tu és a mulher da minha vida, ela a mulher dos meus sonhos


TítuloTu és a mulher da minha vida, ela a mulher dos meus sonhos
Autor: Pedro Brito, João Fazenda
Páginas: 94
Ano: 2002


Já tinha lido um livro deste Pedro Brito, Pano cru, e lendo mais um noto realmente um estilo e uma linha de pensamento contínua de um para o outro.

Aqui temos um escritor, a meio de um projecto diferente - de BD - mas com um bloqueio tremendo. A mulher e pintora, numa luta imensa por singrar na área, e que não lhe da o apoio que precisa, e vice versa.

Precisa de uma musa e encontrando uma velhinha na rua a vender plantinhas estranhas decide comprar uma, bem retorcida, para ser a fonte da sua inspiração. Acontece que no momento em que se prepara para testar as capacidades da recente compra dá por si a sonhar com uma mulher que nunca viu na vida mas que vê passados uns dias. Como? Magias de velhas.

As coisas com a mulher não melhoram mas quando se dá o corte final acaba por ser proveitoso para ambas as veias criativas do casal (ex) de uma maneira bem interessante, diga-se.

As ilustrações são muito interessantes, a preto e branco com pinturas a vermelho, e mais nada. Por vezes a coisa torna-se um pouco estranha por que no meio de alguns momentos mais mexidos só temos rã iscos a preto e traços perdidos de vermelho que dão uma ideia de sangue, ficaram algumas cenas mais perturbadoras do que estava a contar inicialmente. Não que estejam más, na minha opinião, estão apenas muito estranhas e no contexto global do livro não sei se e a melhor opção.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

[leituras] Compêndio de Segredos Sombrios e Factos Arrepiantes


Título: Compêndio de Segredos Sombrios e Factos Arrepiantes
Autor: David Soares
Páginas: 279
Ano: 2012


Há uns tempos atrás - ah, já lá vão três anos - fui apresentada à obra de David Soares, alguém que eventualmente tinha de fazer parte das minhas leituras, inevitavelmente.

Na altura emprestaram-me o Ossos do Arco Iris e fiquei deliciada, um autor que conseguia dar-me uma coisa que não encontrava muito: desconforto, nojo, desprezo por uma leitura. E isto - mesmo que não pareça - é um elogio. Poucas leituras conseguem fazer sentir - realmente - alguma coisa no leitor e eu sou particularmente picuinhas. Mas neste caso não. Fiquei realmente enojada com algumas das coisas que li e por isso o meu muito obrigado.

A partir daí comecei a acompanhar de mais perto o que fazia este senhor e certo e que já li a maior parte das coisas que tem publicadas.

Nos últimos tempos tivemos uma quebra, eu e estes livros. Desde que li o Palmas para o esquilo que fiquei desiludida e decidi fazer uma pausa - até porque a fonte estava a secar. Mas algo é mais forte de que as minhas pequenas forças de humana e há sempre aquele livro, aquele que nos deixa a sonhar quando o vemos e quando o compramos parece que a nossa biblioteca antes não fazia sentido. Pois que este compêndio foi assim para mim. Desde que saiu que o andava a namorar, coisa não coisa, compra não compra, ainda tenho muito para ler e tal e eis que chega o Fórum Fantástico do ano passado e eis que como que uma aura dourada que sobressai: Compêndio a 5euros. Não podia ficar ali a estragar-se, não era?

Mas porque tanto fascínio com isto? Simples, eu sou uma rapariga estranha, que gosta de coisas estranhas, quanto mais estranha melhor. Agora reparem neste nome: Compêndio de Segredos Sombrios e Factos Arrepiantes. Preciso de dizer mais alguma coisa?

Se há livro que não esperava, de todo, que me falhasse seria este e não me enganei. Quanto à escrita, histórias ou estilo de David Soares muito se poderá dizer mas quanto às suas investigações bibliográficas não consigo ter grandes dúvidas de que conseguiria fazer qualquer coisa de extraordinário. E assim foi. Muitos dos temas que eu realmente acho fascinantes estão por aqui, sejam eles cabeças encolhidas - FINALMENTE! o que eu desespero por mais coisas sobre cabeças encolhidas! - ou alquimia. 

Eu tive realmente de me conter enquanto lia este livro, longe de um computador ou acesso a internet senão não o acabava. Isto é uma autêntica lista de coisas a investigar. Em cada um dos casos que aqui são explorados há milhentas referencias a coisas que têm um aspecto tao interessante.

Eu gosto bastante da ficção de David Soares, já tenho o Lisboa Triunfante a jeito para uma leitura próxima, mas se há coisa que gostaria de ver mais com David Soares era não ficção, obras como esta, que exploram os conhecimentos mais estranhos e obscuros que por aí andam. Isto foi mesmo tão bom! E tenho praticamente a certeza que mais coisas do género - que nem precisavam de ser relacionadas de alguma maneira com o oculto, a ideia que tenho é que um livro de história contado pelas mãos deste senhor traria não só as coisas superficialmente interessantes mas detalhes escondidos num rodapé de um livro esquecido e que poucos mais que David Soares terão lido.

O que me dá algum medo é que depois se "esticasse" para além do necessário seja no palavreado por vezes tão erudito que nem com um dicionário ao lado uma pessoa lá vai ou que se estendesse por meandros já demasiado aprofundados e que tornariam o livro desinteressante.

De qualquer das formas este livro é genial, muito muito muito bom! Gostei imenso e pronto, fiz um bocadinho as pazes com estes livros. Lisboa Triunfante, não demoras muito!

domingo, 9 de novembro de 2014

BDs que marcam

Mais uma vez meto-me para aqui a falar de BD mas o que é certo é que gosto mesmo deste estilo e já que está em crescimento vamos dar-lhe mais uma força.

 Já li uma boa dose de BD, umas que adorei e que estão sem qualquer dúvida no meu top de livros, e outras que também estão num top, mas daqueles que não gostei mesmo nada ou que me deram ânsias fortíssimas.

Começo com um bom ou com um mau? Hum, um bom, fica bem! Então por exemplo os Saga, obra de Brian K. Vaughan, são livros absolutamente geniais, com uma história estranha e interessante, acção, ilustrações lindíssimas, uma cor fenomenal e com situações, personagens e culturas muito bem estruturadas e transmitidas que nos pegam àquilo tudo e fazem ansiar por mais. É mesmo muito bom, aliás, daquilo que tenho lido de Vaughan acho que ainda nada decepcionou, é daquelas que se encontro um livro quero ler, mesmo sem saber o que é. Há-de ser bom, quase de certeza.

Mas pronto, nem todos gostam da mesma cor e também há livros que me ficam na ideia pelos maus motivos. Eu sou fã de David Soares, alguns dos livros dele são muito bons, coisas que um dia relerei com todo o gosto e vontade e depois há o Palmas para o Esquilo.

Ok, este é um autor peculiar, pode não ser o mais consensual e muito menos se poderá dizer que escreve para "agradar" mas mesmo dentro do estilo aqui, infelizmente, esticou-se. Quando via que o livro seria sobre a vida, sobre a loucura fiquei mega entusiasmada de depois li o livro. A imagem é boa, o Pedro Serpa fez um óptimo trabalho, a história não é má, confessemos, mas a maneira como está escrito não me convenceu de todo. Um discurso elaborado ao máximo, parece que foi escrita a história e depois foram passar o texto pelo dicionário de sinónimos e escolhia-se o mais complicado, erudito e desconhecido possível. É um estilo? Talvez, mas a mim não me cativou, não me permitiu uma leitura decente, não conseguia passar 2 quadrados sem dar com uma palavra que nunca tinha ouvido nem lido em lado nenhum. Corta a história, corta o seguimento e uma pessoa acaba por desligar do livro.

Em compensação, e já que descasquei um pouco no último parágrafo posso dar uma abébia e falar da 
 Última Grande Sala de Cinema, também David Soares, mas provavelmente a BD que mais gostei de ler dele. Estranho como o autor me habituou, interessante, cativante, com situações caricatas e obscuras a acontecer. Esta sim, uma BD que me deixou realmente com vontade de reler e procurar mais detalhes e mais coisas sobre tudo aquilo. Muito bom.

Um caso que também já tenho falado mas que quero deixar aqui foi o tal Catálogo de Sonhos, de José Carlos Fernandes, uma BD que encontrei meio perdida e que tem uma história que achei lindíssima e que me ficou na ideia com bastante força. Isto só para dizer que adoro quando nas minhas incursões pelos meandros da BD vou descobrir aquelas coisas do fundo da prateleira que depois se revelam boas surpresas. 

E depois sei lá, o raio do Macaco Tozé (dia 26), um livro estúpido que não faz sentido e que não vi qualquer piada naquilo. Eu gosto de coisas estranhas e non-sense até mas mesmo eu tenho limites. 

Nem estou a ir por livros mais conhecidos: V for Vendetta que é só genial, The Killing Joke que bastava dizer uma única coisa: "Joker!", Nailbiter (coisa mais recente mas que me está a deixar viciada, é muito muito bom), Sin City com aquelas ilustrações maravilhosas... 

Sei lá, já li muita BD, li muita coisa boa e li muita coisa má, algumas ficaram-me na memória por determinada coisa - como me acontece com os outros livros, como é óbvio. 



sexta-feira, 7 de novembro de 2014

[cinema] God Bless America



Título: God Bless America
Realização: Bobcat Goldthwait
Argumento: Bobcat Goldthwait
Elenco: Joel Murray, Tara Lynne Barr
Duração: 105 min
Ano: 2011

Trailer

Há já uns bons tempos que me diziam para ver este filme, e depois de ver o trailer achei que seria completamente louco, hardcore e sem grande nexo e portanto que tinha de o ver rapidamente. Não o fiz, mas depois de mais uma dose de "Este filme é mesmo fixe, tens de ver" lá me decidi a pegar nele.

Primeiro: o filme começa mal. Eu gosto de crianças! E qual é a primeira coisa que estes gajos se lembram de fazer? Rebentar uma à base de espingarda - e de alguma forma transformá-la em sangue e confetis. Ok, era numa espécie de sonho mas deixa-me logo de pé atrás. Mas o filme foi demasiado awesome para isso interferir de alguma forma.

Um homem divorciado, sozinho, cuja filha está naquela fase irritante em que só quer prendas e jogos - consumismo em toda a força - e nada mais lhe interessa, perde o emprego e ainda descobre que tem um tumor na cabeça que o vai matar não tarda muito!

Tudo se concilia para que o homem atravesse osso e cerebro com uma bala, mas lembra-se de outra coisa ao olhar para a televisão: há quem mereça mais a morte do que ele. Tanta gente por aí a fazer mal aos outros, a não dar importância ao que tem... Na tv estava a passar uma rapariga cujos pais se enganaram no modelo de carro que ela queria - problemas do primeiro mundo! - e isso dá direito a uma mega fita. Vamos matá-la! Pelo caminho encontra uma rapariga com uns ligeiros ares de psicopata e que lhe dá força para não fazer da morte daquela coisa loira aberrante um evento único e continuarem a matar quem não merece lugar neste mundo!

And so it begins! E tanta morte mas ri-me tanto! E as mortes não eram só por matar, era matar pessoas que são más, que não merecem a vida que têm. É simplesmente genial. E posso avisar que o fim é inesperado e grandioso, uma coisa digna de se ver!

É engraçado que já há uns tempos que dei conta que não gosto mesmo nada da sociedade onde vivemos, a cultura que estamos a criar, as modas que vão cada vez tendo mais atenção e popularidade. Cada um sabe de si, temos de ser mega livres e mega nós próprios, mas desde que aquilo que nos faz ser nós próprios seja aquilo que a sociedade nos diz para ser. Não vêm contra-senso? Então sou só eu,

Não me vou meter com uma AK47 a matar gente porque são ridículos e uma vergonha para a humanidade - temos de nos aceitar a todos como somos e essas tangas todas - mas o que é certo é que eu vejo este filme e concordo com o que foi feito. Eu também tenho ânsias de mostrar o ridículo a que estamos sujeitos todo o santo dia sem que as pessoas tenham o mínimo de racionalidade para o perceber. Estamos a estupidificar a olhos vistos e é assim que o mundo deve girar.

Há filmes que nos fazem pensar e que fazem com que nos identifiquemos: pois este teve uma dose bastante elevada disso, Acho que não teve muita visibilidade, se teve não me apercebi, mas se calhar era importante que mais pessoas vissem este filmes, que mais pessoas vissem as situações bucéfalas que invadem o nosso dia a dia. Mas está toda a gente tão contente com o seu mundinho parvo, quem quer saber se as pessoas ao nosso lado não estão bem, ou se estamos ainda a fazer com que fiquem piores? Incomoda-me a mim? Não? Então não quero saber, quando me bater à porta preocupo-me.

Bem jogado, humanidade. Milhões de anos de evolução para isto.

Eu cá acho triste mas isso seria errado de pensar. O certo é seguir a maralha. Bora lá então!

(Pardon pela parte final mais agressiva mas o filme puxa a isto!)


quarta-feira, 5 de novembro de 2014

[leituras] 300




Título: 300

Autor: Frank Miller
Cor: Lynn Varley
Páginas: 117
Ano: 1998

Aqui há tempos vi o filme. Não posso dizer que foi pelas críticas que tinha a minha volta, embora muitos me dissessem que o filme era porreiro ninguém mo descrevia como sendo uma coisa de outro mundo. À parte da qualidade cinematográfica tinha a parcela feminina em delírio com 300 gajos nus.

Sendo assim a coisa não ia mal parada e pareceu-me uma boa ideia experimentar (embora no meu caso o que eu queria era sangue e tripas a moda de Spartacus! Assim sim vale a pena ver séries).

Depois de ter visto o filme e de todas as três categorias me terem falhado, ou pelo menos nenhuma me fascinou particularmente, descobri esta BD. Frank Miller, que não costuma falhar, misturado com sangue e tripas. Quero!

E não desiludiu, embora também não tenha sido genial. As ilustrações são óptimas como não podia deixar de ser e a historia é a mesma do filme por isso não podia trazer grande surpresa.

Ter 300 homens numa demanda que quase desde o início se anuncia ser suicídio podia ser aborrecido mas acabamos por acompanhar tudo aquilo e ver se no fim de tudo não haverá mesmo possibilidade de mudar o rumo da coisa, se calhar até se safam, se calhar isto não vai acabar assim tão mal. Claro que a história é mais do que conhecida e no fim já se sabe o que acontece mas enquanto se está a ler vê-se aquela valentia toda, aquela força junta que dá esperança até ao leitor. 

Ainda assim aqueles moços são espertos e valentes, diga-se de passagem que especialmente a segunda, se não veja-se:

"I trust that scratch hasn't made you useless!" "Hardly my lord it as only an eye. The gods saw fit to grace me with a spare"

Quem e que precisa de dois olhos? Completamente sobrevalorizado!

Resumindo, é bom, está bem feito e tem uma boa matança para quem gosta destas coisas.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

[leituras] O Estilete Assassino


Título: O Estilete Assassino
Autor: Ken Follet
Páginas: 383
Ano: 1978


Poucos são os meus amigos que lêem por isso tenho de os preservar com carinho que às vezes dão um jeito desgraçado, seja para comentar livros ou para dar sugestões.

Desta vez foi exactamente isso: uma amiga minha sugeriu-me um Ken Follett. Eu acedi, tanto que dizem que o homem é genial e os livros são tão bons que me decidi a ver como era aquilo.

O Estilete Assassino foi o livro recomendado e lá comecei eu a ler. Passa-se durante a segunda guerra mundial, com os preparativos alemães e ingleses para o dia D. Há espiões dos dois lados, há estratégia a ser delineada dos dois lados e acompanhamos em especial um espião alemão, o melhor espião, o único em quem Hitler confiava. Descobre que algumas das informações que os alemães recolheram foram forjadas e o destino da guerra pode estar exactamente nas decisões tomadas a partir disso. O que temos no livro é esse dito espião, Die Nadel, ou o Assassino do estilete, a tentar entregar as informações à sua pátria que tanto precisava delas. Sinceramente, não há mais nada.

A história era resumível num conto de 10 paginas, no máximo. Fez-me imensa confusão que um livro de 400 páginas tivesse tão pouca coisa quando espremido. Ok, eu estou mal habituada e gosto de livros "densos" mas isto pareceu-me demasiado leve. Além disso, mais um ponto que me desagradou foi a escrita: que coisa tão banal! Não tem qualquer beleza literária, não tem nenhum tipo de escrita. São palavras juntas em frases, da forma mais banal e aborrecida que possa haver.

Não vou dizer que o livro e péssimo e que o autor não sabe escrever, até porque foi o primeiro livro que li dele, mas não  é autor que me fascine e provavelmente não terei grande vontade de pegar noutro livro dele tão cedo.

Comentando com a dita amiga que mo sugeriu o que tinha achado do livro ela disse algo que poderá ser o que se passou aqui: não é um livro denso, é bastante levezinho, e é mais por aí que as pessoas gostam disto. Livros leves, lêem-se bem, as pessoas percebem tudo, e tendo mais coisas ficavam "mais cansativos". São gostos.

Eu raramente gosto de livros que estão muito em voga e aqui lembrei-me porquê: muitas das pessoas que lêem não querem grandes enredos, coisas densas e que as vezes até são desafiantes de ler. Querem pegar num livro, não demorar muito a ler, perceber a historia toda sem grandes problemas, tudo tem de estar bem lá escrito, e a parte de beleza literária poucos são os que se importam. Livros comerciais, escritos quase mecanicamente. Meia dúzia de pontos principais que tem de ser cumpridos e depois saem uns cinco calhamaços por ano, para grande contentamento dos leitores e das editoras que metem tudo ao bolso.

Este e um caso desses. Follett não me convenceu, não me fascinou de maneira nenhuma e é meramente uma leitura banalíssima boa para quem quer passar um bocado a ler mas não se importa muito com o que seja.

domingo, 2 de novembro de 2014

Cinemas internacionais

De uma forma geral o cinema que encontramos é americano. De vez em quando umas coisas britânicas, quem sabe francesas e pouco mais. Nas nossas salas ainda aparecem uns filmes portugueses, assim meio a medo.

Há mais, claro que sim, mas assim do que se ouve falar mais é essencialmente isso! 

O cinema americano está muito na base da comercialização, como quase tudo o que se faz por lá hoje em dia. O local mais consumista à face da terra acaba por tratar a maior parte das coisas como produtos: produzir em grande quantidade, vender muito, impingir muito, ganhar rios de dinheiro. Isso nota-se em muitas coisas e no cinema também. O que podemos também argumentar é que sabem adequar-se ao mercado, e de que maneira. As pessoas querem comédias românticas para acreditarem no amor e fazerem filmes sobre quão bom será quando lhes aparecer um príncipe apaixonado, montado num cavalo branco? Faz-se! Os jovens querem festas cheias de bebedeiras e muitas pessoas nuas? Faz-se? As pessoas mais velhas gostam de filmes de reflexão sobre a vida e a maneira de melhor a aproveitar? Faz-se!

Essencialmente vão atrás do que rende, do que dá dinheiro, do que faz pessoas ganhar milhões com um trabalho de seis meses, ou pouco mais. Não estou, de longe nem de perto, a dizer que deviam ganhar mal. Os actores já tem no cadastro uma boa dose de desprezo ao longo da história, ao menos que agora lhe deiam valor. Mas milhões? A sério?

Mas enfim, do cinema britânico podemos dizer muito do mesmo, aprenderam bem, e ainda o fazem com aquele sotaque maravilhoso. Não são tão consumistas, o que é bom, ainda não estão completamente gastos, ainda tem ideias geniais para filmes, vão tendo coisas de grande qualidade, originais, com bons actores, bem realizados (os americanos também mas no meio de tanta coisa fico demasiado diluído). Acho que vem do próprio povo, cultura muito diferente da americana que talvez dê um ar mais autêntico ao que se faz nas ilhas britânicas.

Depois cinema francês. São poucos os filmes franceses que gosto, mesmo muito poucos, e acabo por também não conhecer mais porque não quero, porque tem aquele estilo que não consigo gostar. Provavelmente dos filmes que menos gostei de ver, na minha lista de vistos até hoje, foi um filme muito nomeado e muito "conceituado": A Turma! 

Porque é que não gostei? Pelos planos de um sítio, imensos e limpos, cuja imagem até é bonita e ficava bem mas não durante dois minutos inteiros! Eu não quero ver metade de uma história porque em vez de a ver no tempo certo vejo com um acrescento de imagem parada. Durante dois minutos! Eu num destes momentos olhei mesmo a volta: é uma espécie de hipnose e não me apanhou a mim? Isto é mesmo muito interessante e eu não percebi? Foram dois minutos a olhar para o mesmo! Não sou fã, de todo.

Para além disso, como se não chegasse, tem provavelmente o pior fim que já algum vez vi. O filme tem como foco principal o comportamento geral de uma turma, tendo por vezes em atenção alguns alunos individualmente, em especial o aluno mais rufia do sitio. Rapaz este que por acidente - POR ACIDENTE - magoa uma colega. Reacção? Expulsão do rapaz! E então depois como é que acabamos isto? Com mais quatro minutos a olhar para uma sala vazia com cadeiras desarrumadas (dois minutos em cada um dos planos mostrados) e depois vemos o recreio, com as criança a dançar e a brincar, todas felizes enquanto algumas cantam qualquer coisa do tipo "somos tão felizes, agora estamos mesmo bem, olhem para nós sem problemas a cantar e a ser felizes". Não há pachorra. 

E embora este tenha sido mesmo o pior que vi houve outros que alimentaram esta minha ideia contra o que se faz de cinema lá por aquelas bandas. Ainda assim há filmes que gosto, ninguém pode lutar contra o Gerard Depardieu como Obélix ou contra as loucuras fantásticas da Amélie.

E depois cinema português, que às vezes pensamos que não existe, ou que são tudo filmes absolutamente aborrecidos e sem interesse mas ele anda por aí a pairar. Os apoios são poucos, a frustração é muita mas ainda assim há uns malucos que ainda mantém o amor à coisa e movem mundos e fundos por fazer projectos interessantes. Nos últimos tempos, ainda assim, julgo que começaram a dar mais algum crédito a isto tudo. Vê-se mais umas coisinhas, parece que já não somos tão invisíveis, o que é bom. Já temos actores lá fora, realizadores, vamos mostrar que cá dentro também conseguimos trabalhar, e bem.

No fim disto tudo não é mais do que um desabafo e uma triste confissão de que tenho de ver coisas mais internacionais. Falam-me bem do cinema italiano. As coisas mais asiáticas são só estranhas mas uma pessoa investiga. E sei lá o que se faz nos outros sítios. Tenho de tratar de ver disso.